sexta-feira, 16 de outubro de 2009

QUANDO SURGE A MEDIUNIDADE...

É conhecido hoje como "educação da mediunidade". Poder-se-ia também dizer "evolução da mediunidade", pois se trata de uma evolução constante. Logo que surge a mediunidade, isto é, quando ela aflora, a pessoa não sabe do porquê de certos fenômenos consigo: algumas angústias infundadas, sensibilidade acentuada e, na maior parte das vezes, irritabilidade. Nesse período a pessoa fica desnorteada sem saber o que fazer. É um período de sofrimento que em determinadas pessoas é preocupante.

Quando for o caso de a pessoa ter trazido, de vida passada, a missão do exercício da mediunidade, a cada dia que passa os fenômenos exacerbam. Chega a um ponto em que procura lenitivo na medicina. Muitos tratamentos amenizam, mas não resolvem o problema. Há pessoas que, por causa da religião que professam, não aceitam a orientação de tratar-se em um centro espírita. Conheço pessoas que se tratam com psiquiatras há muito tempo e que têm mediunidade aflorada, mas, como são de religiões contrárias à comunicabilidade entre vivos e mortos, ficam conhecidas como perturbadas mentais e consideradas meio irresponsáveis. Bastaria freqüentar um centro e nele orientar-se que tudo seria resolvido. O espírito perturbador seria atendido e encorajado a seguir seu rumo evolutivo no plano espiritual que merecer.

Com o passar dos dias, com a mediunidade em educação, o médium aprenderá a selecionar as vibrações. Recebe se quiser. Nisso envolve conhecimento da Doutrina. Demora um pouco e é de acordo com cada pessoa. Hoje as pessoas chegam a um centro e, apresentando mediunidade ou não, são encaminhadas para o Estudo Sistematizado da Doutrina. Eu acho (desculpem esse eu acho) que no caso de mediunidade gritante que esteja a perturbar o médium e a família, deveria fazer o estudo acompanhado de atuação em mesa mediúnica. A teoria junto com a prática, como no meu tempo de estudo de medicina: aulas eram dadas ao lado do doente, no hospital. Assim era também no tempo em que iniciei no espiritismo e foi no passado com Chico, Divaldo e tantos outros. A gente com mediunidade chegava e, depois de algumas sessões de passes, sentava à mesa mediúnica e recebia espíritos, por fonia ou por grafia. Era necessário o estudo. Isso nós fazíamos mesmo depois da sessão, tendo por matéria de estudos os fenômenos observados e as mensagens recebidas e baseados nos conhecimentos que adquiríamos com Kardec, Chico Xavier e os demais precursores da doutrina. Dessa forma, nós conseguíamos em pouco tempo ficar aptos a trabalhar em benefício próprio ao fazê-lo pelos espíritos sofredores. Depois, o estudo nunca cessa.

Nos centros pequenos sou de opinião que o certo seria usar a prática com a teoria. É muito sofrimento estar com espíritos diversos a atormentar todo o tempo à espera do termino do estudo sistematizado e, então, iniciar a prática e dar vazão à mediunidade tormentosa. Nos centros grandes até que se pode "enturmar" a pessoa para amenizar seus sofrimentos até o término do estudo. Mas deve ser atroz essa espera! Muitas vezes acontecem evasões por esse motivo. Segundo os ensinamentos de Kardec o que fazíamos era o certo. Mas hoje os tempos são outros.

Médico e colunista do Jornal "O Progresso", de Dourados. Leia texto original

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