quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

QUEM SÃO NOSSOS PAIS ?

Quando abrimos os olhos, neste mundo, vimos debruçados sobre nosso berço, duas pessoas especiais: nosso pai e nossa mãe. Nos primeiros anos nos sentimos dependentes deles. E, mesmo o simples fato de eles estarem a nos olhar, se constituía em segurança para nós.

Assim, aprendemos a andar, amparados pelos seus braços. Nossos machucados receberam curativos e beijos. Aprendemos a andar de bicicleta, enfrentamos as ondas do mar, as águas da piscina.

Suas mãos nos conduziram à escola e quando fomos ali deixados pela primeira vez, pareceu que algo se quebrou dentro de nós.

Mas sempre havia um lugar para voltar: nosso lar. À medida que os anos foram passando, deixamos de ser dependentes. Andamos com nossos pés, agimos com nossa vontade, alçamos vôos mais altos, ou rasos.

E, alguns de nós, passamos a olhar os pais de forma diferente. Quem são eles para desejarem comandar a nossa vida? Quem são eles para dizerem o que devemos ou não fazer? Quem são?

Nossos pais são Espíritos que, quase sempre, guardam relações afetivas conosco de longa data. Amigos que aceitam nos receber como filhos, desejando encurtar distâncias entre nós e o progresso. Espíritos que se dispõem a nos oferecer um corpo, a nos proteger, a nos amar.

Exceções existem, é verdade. Espíritos não tão amigos que se reencontram para ajustes do passado. Mas, se nos impõem disciplina, se nos exigem atitudes, é porque desejam colaborar com nosso progresso. Para isso, Deus nos confiou à sua guarda. E porque esse compromisso está registrado em sua memória espiritual, tanto quanto pelos laços de afeto que nos unem, eles se importam conosco. Pensemos nisso. Vivamos com eles o melhor possível. Afinal, não estarão sempre conosco.
A partir de artigo do Momento Espírita. Leia texto integral

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

LIÇÕES DE CHICO XAVIER - III

Esta é a terceira postagem com lições de vida de Chico Xavier, colhidas das inúmeras entrevistas concedidas ao longo de sua vida. Hoje os temas são história, força do pensamento e pór-morte.

HISTÓRIA - Em meados de 1978 um guru indiano visitava o Brasil e o assunto no alpendre da casa de Chico Xavier girava em torno da meditação transcendental e sua aplicação na vida do homem ocidental, conforme apregoado pelo religioso recém-chegado das montanhas do Himalaia. O médium ouviu com acatamento as notícias acerca dos prodígios obtidos pelos gurus e a seguir contou a seguinte história:

Chico Xavier: Às margens do Ganges vivia um guru que se propunha a meditar e a jejuar até que conseguisse cruzar as águas do rio sagrado, levitando o corpo. Nesse mister de esforços empreendeu dez anos de sua vida, até julgar-se apto a fazer aquela travessia a seco.

No dia escolhido, certo de que conseguiria volitar sobre a superfície líquida caminhou resolutamente e, para espanto de muitos, realmente chegou a seco no outro lado do rio.

Ao pisar a outra margem, embora com o coração cheio de júbilo, perguntou ao seu guia por que foram necessários dez anos para cruzar sobre as águas do rio sagrado.

"Muito simples"- respondeu-lhe o Espírito, "não terias esperado tanto se há dez anos tivesses construído aí uma pinguela para fazer essa travessia..."

Depoimento dado pelo médium e escritor Carlos A. Baccelli, de Uberaba, MG, em agosto/1980, publicado no livro Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita. Escrito por Marlene R. S. Nobre.


APÓS A MORTE - Por que, na maioria dos casos, após a morte, a fisionomia dos desencarnados adquire uma expressão de suave paz?

Chico Xavier: A maioria das criaturas, em se desencarnando, de maneira pacífica, isto é, com a paz de consciência, quase sempre reencontra entes queridos que a antecederam na viagem da chamada morte física e deixa no próprio semblante as derradeiras impressões de paz e alegria que o corpo consegue estampar.

Resposta dada em entrevista feira pelo jornalista Fernando Worm, publicada no jornal "O Espírita Mineiro", de Belo Horizonte, MG, número 171, fevereiro/abril de 1977. Página 241 do livro "Chico Xavier - mandato de amor"/União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992


PENSAMENTO - Sempre me pareceu que nós, a maioria das pessoas, desconhecemos a imensa força do pensamento na formulação da existência. O pensamento pode reformular a vida de uma pessoa?

Chico Xavier: Sem dúvida. Os benfeitores espirituais são unânimes em asseverar que toda renovação do espírito, em qualquer circunstância, começa na força mental. O pensamento é a força criadora nas menores manifestações.

Resposta dada em entrevista feira pelo jornalista Fernando Worm, publicada no jornal "O Espírita Mineiro", de Belo Horizonte, MG, número 171, fevereiro/abril de 1977. Página 241 do livro "Chico Xavier - mandato de amor"/União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A FELICIDADE COMPARTILHADA

Logo após acabar o curso na Universidade de Atlanta (EUA), em 1990, o jovem Christopher McCandless tomou uma decisão que iria mudar sua vida. Doou os 24 mil dólares que tinha no saldo bancário a instituições de caridade e desapareceu sem avisar a família.

Já não era a primeira vez que Chris decidia fazer uma viagem pelos vários Estados americanos, sozinho, dependendo da natureza e do que encontrava no caminho.
Mas, daquela vez foi diferente. A sua raiva quanto à civilização em que vivia, quanto aos pais e à mentalidade materialista da época, foi fundamental para a sua tomada de decisão.

A partir daquele dia não mais regressaria à sua casa. Viveu assim, por muito tempo, desbravando o país, andando a pé, ou contando com caronas de estranhos para se locomover. Trabalhava aqui e acolá. Ganhava um pouco de dinheiro, comprava suprimentos e continuava sua caminhada, livre, em busca de uma felicidade há tanto sonhada. Sua história ficou conhecida através de escritos que deixou por vários cantos, sob um pseudônimo, e que depois foram colecionados pelo escritor Jon Krakauer.

O solitário andarilho, então, foi ao encontro daquela que seria a maior de todas as suas aventuras. Embrenhou-se no Alasca, buscando sobreviver apenas do que a natureza lhe daria. Passaram-se meses. Através de um diário que mantinha, o jovem ia descrevendo seus dias. Seu corpo foi encontrado em decomposição no ano de 1992, dentro de um saco de dormir, no interior de um pequeno ônibus abandonado na floresta. Calculou-se que já havia falecido há cerca de duas semanas. A causa oficial da sua morte : fome.

O autor do livro, que conta a história dramática do jovem, relata que uma das frases mais significativas encontradas em suas anotações dos últimos dias de vida, foi a seguinte: A felicidade... só é verdadeira... quando partilhada.
* * *
Não nascemos para vivermos sós. Somos seres sociais por natureza, a ponto de nosso isolamento em excesso se fazer prejudicial ao corpo, à mente e ao Espírito. Logo, toda fuga da vida, toda tentativa de escapar da dor, dos desconfortos dos relacionamentos, será sempre frustrada. Precisamos uns dos outros, esta é a lição.

A partir de artigo do Momento Espírita. Leia texto integral

domingo, 28 de dezembro de 2008

QUANDO AMAMOS NÃO SOFREMOS

Esta é a nova postagem com trechos do livro "Fala Miguel", de Maria Helena M. Lapenda, uma obra psicografada que narra o falecimento e a trajetória, no novo plano de vida, do jovem Miguel Luiz Lapenda, assassinado aos 20 anos de idade, em setembro de 2000, vítima de assalto.
Sabe amigos, escrever um livro é tão fascinante, eu nunca pensei que um dia fosse escrever um, mas as informações aqui do Além, precisam chegar até vocês, é como um alerta, “ACORDEM” para o seu espírito que está dentro de seu corpo. Você realmente é espírito, pois este dura para sempre, o corpo volta ao pó. As noites aqui são lindas, são escuras e claras ao mesmo tempo, o céu todo estrelado, as estrelas brilham como diamantes. Estávamos na porta do prédio onde moro, o meu apartamento é muito confortável, tem cama, quase nunca a uso, computador, é uma máquina parecida com o computador da Terra, só que nós não nos comunicamos com ela, só com o nosso pensamento.

Tenho também muitas plantas, muitas flores, a varanda do meu apartamento está virando uma pequena floresta. Tem uma poltrona super confortável, onde eu passo quase o tempo todo lendo quando eu estou em casa, que é muito raro, pois gosto sempre de estar dando um “rolezinho para não perder o costume”! Na porta do prédio estava no bate-papo, eu, Mike, Charlie, Lucila, Andréa e Ricardo. Conversávamos sobre a vida, com o corpo material e sem, só com o espírito. O Mike disse: "Nossa como é bom viver, não importa como, com ou sem material, tanto faz. Se quando eu estivesse encarnado soubesse como funciona nossa mente, pois é ela que controla a nossa vida, a minha teria sido bem diferente. Se soubesse dominá-la os meus pensamentos teriam sido outros, a minha vida teria sido um paraíso. Vamos à Terra com o objetivo da evolução, mas na hora em que estamos lá, esquecemos o objetivo e tudo fica nublado. A oportunidade de uma encarnação que é uma benção, não podemos desperdiçá-la, Deus quer que crescemos, mas ainda não temos isso em nossas mentes, um dia com certeza tudo mudará".

E o Charlie, falou: "Mas os encarnados de hoje, tem muitas chances, muitos livros que esclarecem muitas coisas, tem muitos centro Espíritas que as pessoas podem freqüentá-los, até os padres de hoje em dia, falam da vida após a morte. No nosso tempo era bem mais difícil." Charlie e Mike desencarnaram há quinze e vinte anos atrás.

Falou Andréia: "Minha mãe até hoje, cinco anos depois de minha partida, ainda não se conforma com o meu desencarne, no começo isso me fez sofrer muito, se os pais soubessem o quanto nos faz sofrer com inconformismo, parariam na hora com o sofrimento demasiado. Saudade saudável sim, lágrimas que escorrem dos olhos deslizando igual o rio correndo para o mar, também pode, mas sofrimento demasiado, revoltado, inconformado, não pode, demonstrar falta de fé em Deus, retardando o nosso reencontro, quando eles desencarnarem, vai demorar o triplo do tempo do que os pais conformados. Minha mãe mesmo pode continuar inconformada, é problema dela, já não quero ter mais nada com isso, não quero sofrer, confio plenamente em Deus e na confiança, não tem lugar para sofrimentos".

"São poucos os jovens desencarnados que tomam esta decisão", falou Lucila. A decisão de ser feliz, independentemente dos familiares, o mais comum é o sofrimento, aqui e na Terra, pela ligação forte de amor que os seres humanos sentem uns pelos outros. Eu ouvi a história, eles já desencarnaram faz anos, nenhum menos de cinco anos, eu estou fazendo sete meses aqui e fico espantado com a resistência dos pais, em não deixarem que os filhos evoluam aqui no Além, para onde todos vêm um dia. Isso pra mim está mais para egoísmo do que para amor, quando realmente amamos não sofremos, ficamos totalmente numa boa. Que os pais se desesperem nos primeiros dias, logo após o desencarne é aceitável, mas não por muito tempo, tem que cada vez mais se apegarem a Deus: Deus é tudo; Deus é paz; Deus é amor; Deus é vida; Deus é sabedoria; Deus é alegria. Aceitar a vontade de Deus é questão de inteligência, pois não tem outro jeito. Se você ficar contra, só vai ficar com amarguras e um dia você vai aceitar a vontade de Deus, pode se passar mil anos, aí você vai ver o quanto sofreu a toa. Se aceitar a vontade de Deus, receberá imediatamente todas as bênçãos, ele colocará sobre você, o manto de sua proteção. Sabe como podemos aceitar a vontade de Deus? Controlando os pensamentos e sentimentos, vinte e quatro horas por dia, até dormindo.

Para receber o livro gratuitamente, em pdf, peça por e-mail

Veja também :
Parte I :
Chegou a minha hora
Parte II :
Mãe, quero dizer que te amo
Parte III : A pimeira psicografia
Parte IV : Vejo filhos chorando de desespero...
Parte V : Seus filhos vivem com Deus...
Parte VI : As noites de setembro são como colo de mãe
Família Lapenda: uma história de amor
Entrevista de Helena Lapenda a Luiz Gasparetto

sábado, 27 de dezembro de 2008

CHICO XAVIER : MEMORIAL FICA PRONTO EM 2009

O Instituto Chico Xavier (Memorial Chico Xavier), um projeto em homenagem a um dos maiores líderes espíritas do mundo, está sendo construído ao lado da "Mata do Carrinho", próximo à residência do médium em Uberaba (MG), e deve ser inaugurado em 2009. O local foi escolhido pela ligação que Chico Xavier tinha com a natureza. A edificação do instituto tem como cenário uma área de preservação e nasceu da necessidade de mostrar ao público a obra do médium.

Segundo o engenheiro Ernandes dos Santos Batista de Melo, a construção do edifício Memorial Chico Xavier tem como missão a manutenção e administração, além de assegurar a preservação da memória do Chico Xavier que realizou sua obra na cidade de Uberaba a partir de janeiro de 1959. O Memorial terá um acervo de obras literárias, matérias, fotografias, vídeos e depoimentos. “O público alvo será os admiradores da vida e obra de Chico Xavier. A estimativa de investimento na obra é aproximadamente de R$ 5.880,073,86. O projeto arquitetônico contará com área para mostra de trabalhos e acervo pessoal, auditório d’água, auditório com sala de vídeo, biblioteca e acervo, varanda, café social, área pavimentada aberta (circulação praça), área de estacionamento, lanchonete, sanitários, calçadão expositivo e cultural. O andamento da obra está dentro do cronograma e a previsão de entrega é para outubro de 2009. A obra está em excelente andamento e será entregue dentro do prazo”, conta.

De acordo com a auxiliar-administrativa Camila Santos Vianna, o Instituto Chico Xavier é uma forma de dar oportunidade a outras pessoas de conhecerem o trabalho do líder espiritual. A concepção do projeto é do arquiteto Sylvio Podesta. Conheça detalhes.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

VISITO A TODOS QUE AMO - Dado


"Querida Cidinha, que alegria poder te ver aqui, nesta Casa de Paz e Consolo. Eu, Dado, estou aqui, porque você também aqui está. Eu tenho estado sempre presente em sua vida, porque jamais a morte física (do corpo), poderia nos separar. Realmente, continuo a viver, estou numa outra cidade, numa cidade de paz, e de aprendizado.

Vibrei de alegria quando no meio de tantos, fui chamado para “escrever”. A emoção é muito forte, você não pode nem imaginar, mas sei que eu vou conseguir chegar até o final.
Que bom... Querida irmãzinha, que você ajudou-me nesta tarefa de hoje, porque precisava muito de você para estar aqui hoje. Conversamos muito, durante a noite e combinamos tudo. Deu tudo certo, Graças a Deus!

Preciso dizer a você, querida, que eu tive muito amparo antes, durante e após o meu desencarne. O que aprendi em vida muito me ajudou deste lado de cá. Eu estou em paz, com muita saudade da família querida, da esposa querida, dos filhos, neto e todos que tive que deixar aí. Mas era a minha hora, o momento era aquele e meu pai e avô, só me deram amor e paz no final.

Não posso negar que tive um pouco de medo, nos seus pulsos firmes de avô e pai, levantaram-me e eu sigo agora aprendendo e auxiliando o quanto posso. Eu visito todos os que amo, sempre que posso, me preocupo com todos e peço pela felicidade de cada um.

A mamãe peço força e coragem para seguir na sua vida, pois estamos aqui pedindo por sua saúde e felicidade. A companheira e amiga querida, o meu amor eterno e o meu agradecimento pela ajuda e força em todos os momentos de minha vida física, eu te amo, e preciso que esteja em paz e siga sua vida sempre na paz e na caridade de Deus. Estamos sempre ligados porque muito construímos de bom, a nossa família querida. Tenho saudades de todos, de você Cidinha, nem precisa falar. Eu estou bem, e peço que siga a vida de vocês, fazendo o melhor que puderem. Um grande abraço".

Assinado : JOSÉ EDUARDO BASTOS (DADO)

Data : 09 de abril de 2006
Local : Centro Espírita Perseverança (SP)
Médium : Fátima - Colaboração : Cássia Bastos

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

PAI NOSSO DE NATAL (Sevilha)

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PAI NOSSO, QUE ESTÁS NOS CÉUS
E na terra que está morrendo e nos olhos das crianças que não tem prá comer

SANTIFICADO SEJA TEU NOME E
que todo mundo saiba de Tua mão generosa, de Tua força e de Teu poder

VENHA A NÓS O TEU REINO
E que brilhe o mais limpo, o melhor, o mais puro…o melhor de nosso ser

FAÇA-SE A TUA VONTADE
E se leve o lixo, a violência e a mentira até desaparecer

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU
Protege-nos Senhor. Ajuda-nos Senhor.

DÁ-NOS HOJE O NOSSO PÃO DE CADA DIA
E que a natureza se reparta entre o povo de maneira natural

E PERDOA NOSSAS OFENÇAS
Como Tu nos ensinaste a querer a Teus irmãos e a saber perdoá-los

ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS AQUELES QUE NOS OFENDEM
Nos ofendem a injustiça, os tiranos, os covardes, os racistas e a dor.

NÃO NOS DEIXA CAIR EM TENTAÇÃO
Nem permita que adoeça o bonito, o cristão, nem o amor do coração

E LIVRA-NOS DO MAL
Bendiga-nos Senhor. Escuta-nos Senhor.
AMÉM

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FALANDO COM O ALÉM

Ciência e médiuns aprimoram a tecnologia e os métodos de contato com os que morreram. Com isso, milhões encontram conforto e respostas para suas inquietações

Por Celso Fonseca, Eliane Lobato e Ricardo Miranda
Colaborou Eduardo Marin


Alívio: Sonia e David receberamcartas do filho. “Se foi mentira, foia mais gostosa que já ouvi”, diz ele

A morte, para o católico São Paulo, era a “passagem para a vida definitiva”. O poeta grego Eurípedes escreveu que “morrer deve ser como não haver nascido”, enquanto o português Fernando Pessoa a considerava o grande “enigma”. Filósofos, pensadores, mestres como Goethe, Platão, Rimbaud, Byron, Mário Quintana, todos deixaram registrado algum tipo de entendimento sobre a única travessia supostamente sem volta. Mas e se pudéssemos mandar mensagens do lado de lá para cá? Muita gente acredita que falar com os mortos é possível – e alguns afirmam fazer isso cotidianamente. São os médiuns, os intermediários entre os espíritos e os homens. Há estudiosos, como a paulista Sonia Rinaldi, que empregam física, fonética, biometria e tecnologia digital para asfaltar a estrada que parecia interditada entre esses dois planos, o dos vivos e o dos mortos. A ferramenta, nesse caso, é a ciência e não a fé. Uma das maiores especialistas em Transcomunicação Instrumental (TCI), nome dado à gravação de vozes e até filmagem de pessoas que já morreram, Sonia comemora um marco em sua cruzada: o primeiro caso autenticado por um laboratório internacional de um contato com um espírito. O fato mais positivo de tudo isso é que, pelo caminho da ciência ou da espiritualidade, essas comunicações geram um conforto imensurável nas pessoas que buscam contato com os seus entes queridos. E dão respostas para muitas de suas inquietações.

O caso estudado cientificamente por Sonia é o de Cleusa Julio, uma mãe como outra qualquer: não suportava a dor pela perda da filha adolescente, Edna, que morreu há três anos, atropelada por um carro enquanto andava de bicicleta. Dilacerada, procurou a Associação Nacional de Transcomunicadores, presidida por Sonia, e conseguiu estabelecer comunicação com a menina. Uma das conversas gravadas entre mãe e filha foi enviada há seis meses a um centro de pesquisas em Bolonha, na Itália, o Laboratório Interdisciplinar de Biopsicocibernética, único na Europa totalmente dedicado ao exame e análise científicos de fenômenos paranormais. Junto, foi encaminhada outra fita com um recado deixado por Edna, antes de morrer, numa secretária eletrônica. O resultado, que acaba de chegar, é um surpreendente laudo técnico de 52 páginas, cuja conclusão diz: a voz gravada por meio da transcomunicação é a mesma guardada na secretária eletrônica.

O chamado Caso Edna, revelado com exclusividade a ISTOÉ, tem o aval do físico Claudio Brasil, mestre pela Universidade de São Paulo que se dedicou nos últimos anos a analisar centenas de vozes paranormais. “Temos que abrir a mente e aceitar que a ciência não tem explicação para tudo”, diz ele. “É um trabalho puramente matemático, à prova de fraudes”, afirma Sonia, autora de sete livros, entre eles Gravando vozes do além, que detalha técnicas para contatos em outras dimensões. Em 18 anos de pesquisas, ela guarda 50 mil gravações em áudio com mortos. No início, usava um gravador. Hoje, as conversas são gravadas por telefone ou microfone conectados ao computador e, no caso de gravação e filmagem simultâneas, com o auxílio de uma câmera digital. Acostumada a trazer conforto aos outros, Sonia perdeu seu marido, Fernando, há um ano, vítima de câncer. Segundo ela, Fernando continua sendo seu mais ativo colaborador, agora do outro lado. “A dor se transforma em esperança”, emociona-se.

Sem a intervenção de médiuns ou videntes, mas apenas de tecnologia, a transcomunicação está, segundo seus praticantes, ao alcance de todos que queiram falar com algum familiar ou amigo que se foi. Em comum com o espiritismo, a certeza de que mortos podem se comunicar com vivos. A diferença está no meio para chegar ao outro mundo. Foi através do médium mais conhecido do País, Chico Xavier (1910-2002), que a família do ortopedista David Muszkat, 70 anos, encontrou conforto para sobreviver à perda do primogênito, Roberto. O jovem, então com 19 anos, foi vítima de uma fatalidade: sofria de bronquite asmática e teve um choque anafilático após pingar um remédio no nariz. Morreu em 1979. Desde então, foram 63 mensagens psicografadas por Chico. Judeu praticante, David só procurou o médium aconselhado pela amiga, a atriz Nair Bello, por causa de sua mulher, que sofria muito. Quando encontrou-se com Chico, ouviu: “David, a morte não existe, seu filho está bem.” Foi o começo de uma longa amizade entre o judeu cético e uma das figuras mais importantes do espiritismo. A primeira mensagem, em 1979, chegou na véspera do Dia dos Pais. A assinatura era muito semelhante à de Roberto. “Se foi uma mentira, foi a mais gostosa que ouvi. Se foi um teatro, foi o mais bonito que assisti. Ninguém trará meu filho de volta, mas as mensagens mudaram nossa vida”, diz David, que a partir das cartas do filho morto lançou um livro, Quando se pretende falar da vida, traduzido até para o italiano.

O banqueiro e médium carioca Luiz Augusto Queiroz, 49 anos, conta ter feito contato com vários espíritos. Mas um foi especial: seu próprio pai, Wellman, assassinado num assalto em 1989 no Rio de Janeiro. “Meu pai surgiu na minha frente e falou comigo”, afirma. O reencontro aconteceu três anos após a morte. Wellman foi o fundador do banco BRJ, hoje presidido por Luiz Augusto. Desde sua morte a família se angustiava. Ao vê-lo, o filho perguntou quem o matou. “Meu pai disse que isso não era importante. Era um carma se cumprindo.” Para os familiares, a mensagem foi um alívio. “Um dos mais significativos pontos dessa comunicação com o mundo espiritual é a confirmação da continuidade da vida”, explica Luiz Augusto, que preside o centro espírita Associação Padre Pio, no Rio de Janeiro.

O depoimento de Luiz Augusto confronta um mundo invisível, habitado por espíritos, à exatidão da ciência com suas idéias cartesianas. Esses dois universos sempre mantiveram uma enorme e irreversível distância. Mas hoje o que parecia inconciliável se mostra complementar. “Cientistas de renome, como Stephen Hawking, reconhecem que é pouco inteligente supor que a nossa realidade é a única expressão do universo”, diz a antropóloga Nara de Oliveira, professora e pesquisadora do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia, em Foz do Iguaçu, Paraná. “A ciência física que conhecemos, dentro do paradigma materialista, não tem instrumental para estudar mecanismos subjetivos, como o espírito. Como trabalhar fenômenos extrafísicos com parâmetros físicos?” Nara trabalha na Enciclopédia da Conscienciologia, sob a coordenação do médico Waldo Vieira. “Temos no Centro a maior biblioteca do mundo sobre experiências fora do corpo.” O médico Sérgio Felipe de Oliveira, neurocientista com mestrado em ciências pela USP (Universidade de São Paulo) é idealizador do Projeto Uniespírito (Universidade Internacional de Ciências do Espírito) e estuda a mediunidade e os estados de transe. Defende em suas pesquisas que a glândula pineal – localizada no cérebro e que regula o ciclo do sono – seria o órgão sensorial da mediunidade. Segundo Sérgio, a pineal captaria informações do mundo espiritual por ondas eletromagnéticas, como “um telefone celular”, e as transformaria em estímulos neuroquímicos.

O ambiente social hoje é mais favorável à diversidade em todos os sentidos. Nesse contexto, declarar que “qualquer pessoa pode sair do corpo físico e interagir com alguém que já morreu” não choca pelo inusitado. Ex-marxista, Ronie Lima, 48 anos, reviu suas convicções a partir das experiências que viveu no centro espírita Lar de Frei Luiz e tornou-se um pesquisador da espiritualidade. Nos livros Médicos do espaço e A vida além da vida, relata os fenômenos que testemunhou. “Presenciei mortos falando de três formas: através de incorporação em médiuns, de materialização ou de vozes.” Segundo o estudioso, a pessoa materializada volta “com o mesmo corpo, rosto e voz que tinha quando era vivo.”

Para a estilista carioca e médium Alessandra Wagner, viúva do jornalista Tim Lopes, executado e queimado por traficantes quando trabalhava numa reportagem na favela da Vila Cruzeiro, em 2002, para a Rede Globo, não há necessidade de prova científica para que tenha certeza do reencontro com o marido. Ela estava com o filho Diogo, então com 15 anos, quando, segundo conta, o espírito de Tim se incorporou num médium. “Era ele que estava ali. Tive uma sensação real, física. Senti a presença dele”, afirma Alessandra, que começou a freqüentar o Lar de Frei Luiz um ano antes da tragédia. “A doutrina espírita me deu capacidade de entender. A dor aprimora a gente. Foi nesse pior momento da minha vida que eu mais senti a presença de Deus.” Ela afirma desconhecer a revolta ou desejo de vingança. O encontro pós-morte que diz ter tido com o marido fortaleceu seus sentimentos. “Me senti amparada. E mostra que a gente está aqui de passagem”, reflete.

Talvez a última frase de Alessandra resuma o crescente interesse pela doutrina espírita: afinal, a vida não acaba aqui? A dúvida aflige mais as pessoas que têm maior escolaridade e renda, segundo os dados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000. Esse é o extrato predominante dos três milhões de espíritas registrados pelo censo no País. Mas, para além dos números oficiais, outros milhões de adeptos de outras religiões, no Brasil e no mundo, buscam caminhos científicos ou espíritas de comunicação com os mortos e sustentam um mercado literário próspero. São quase 200 milhões de livros vendidos sobre as possibilidades de vida e a interligação entre elas. O jornalista carioca Marcel Souto Maior escreveu três livros sobre Chico Xavier, que venderam 350 mil exemplares. Na última obra, As lições de Chico Xavier, conta histórias e questiona até que ponto é possível provar os fenômenos. “São muitas as suspeitas de fraude e de charlatanismo. É necessário checar tudo. A ciência é empírica, mas pode ser contaminada pela fé”, alerta. As dúvidas começam quando a atividade vira uma caixa registradora. Não é o caso de Chico, que psicografou 412 livros, vendeu mais de 20 milhões de exemplares e reverteu tudo para instituições de caridade.

Com 81 anos e quase cega, a carioca conhecida apenas por Dona Célia também poderia estar rica se cobrasse um real de cada pessoa que faz fila para participar das sessões trimestrais nas quais transmite as mensagens que recebe de pessoas mortas. Ela não cobra nada. Dona Célia reúne ciência e espiritualismo: é uma sensitiva que fundamenta o fenômeno de sua comunicação com pessoas “desencarnadas” através da física e da mecânica quânticas. Ao ser perguntada como seria isso, respondeu com novas perguntas: “Desejo ocupa lugar? Tempo ocupa lugar?” Diante da resposta negativa para as duas questões, afirmou que “desejo e tempo são campos quânticos” que os médiuns conseguem captar. Ela recebe pedaços de papel com nomes de pessoas. Leva-os para a casa e, à noite, vai para um quartinho escuro. À medida que toca os papéis, se conecta com o espírito que quer mandar uma mensagem. É apontada com uma possível sucessora de Chico Xavier. Assim como o médium Celso de Almeida Afonso, 66 anos, que atua em Uberaba, mesma cidade mineira onde nasceu Xavier. Ao psicografar recados do “além”, Afonso diz sentir cansaço físico. “Receber seis cartas de filhos mortos é como parir seis filhos.” Ele diz ter psicografado cerca de 15 mil cartas, 90% delas de filhos para pais. “O espírito escreve com alegria, emoção. Serve para apaziguar o coração da mãe, do pai”, diz ele. E assim os mortos confortam os vivos.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

QUANDO EU TIVER PARTIDO

Amanhã, quando eu tiver partido, desejo que você me recorde como alguém que muito a amou. Desejo que você me recorde como aquela pessoa que esperou meses para que você desabrochasse no mundo. E, quando lhe viu, pequenina, necessitado de tantos cuidados, teve outros tantos meses de sobressalto, constatando a sua fragilidade.

Desejo que você recorde que foi muito amada; amada pela beleza dos seus traços, pelo brilho dos seus olhos e pela graça de cada gesto seu. Desejo que recorde que aguardei seus primeiros ruídos para que me dessem a certeza de que você podia dominar as palavras. Vibrei com cada conquista sua. Estive ao seu lado quando você foi juntando as letras e leu sua primeira frase. E seu primeiro livro.

Busquei-a na escola, nos dias de sol e de chuva. E, mais de uma vez, andei com você na chuva, porque você, criança, adorava andar na chuva. Que se lembre das tantas vezes que a levei ao parque. Rolei com você na grama. Subi e desci morros porque você dizia que queria vencer a montanha. E nunca lhe disse que aquilo era só um pequeno morro. Escalei a montanha, e atravessei o pequeno arvoredo, brincando de explorar florestas.

Quando eu não mais estiver ao seu lado, nesta vida, lembre que eu lhe acompanhei as vitórias na escola, na dança, na música. Recorde dos meus aplausos, das lágrimas de felicidade, dos sorrisos e dos abraços. Recorde das idas à biblioteca, das pesquisas realizadas em conjunto, da busca nos livros e na internet.

Eu espero que você tenha tudo guardado na sua lembrança. Os presentes escolhidos, os passeios programados, as idas ao cinema, a pipoca, o refrigerante, o lanche, o sorvete. E, sobretudo, que você recorde das nossas conversas; dos valores morais que exemplifiquei, dos diálogos com Deus de que lhe falei tantas vezes. Das preces que juntas fizemos, nas noites mal dormidas, nos dias de enfermidade, nos momentos de alegria.

Porque muito a amei, de onde eu estiver prosseguirei a velar por você. E isso eu desejo que você nunca esqueça. O mundo poderá lhe apresentar espinhos e machucar seus sentimentos. O sucesso desejado poderá não chegar. Pessoas poderão lhe voltar as costas. Mas, eu estarei velando por você porque o amor não morre com o tempo, nem desaparece quando nos transferimos de um mundo para o outro.

Por fim, espero que você me possa recordar... Porque far-me-á muito bem, onde eu esteja, receber as flores do seu coração, perfumadas, sedosas, dizendo que vivo em sua memória e na doçura da sua afeição.

A partir de artigo do Momento Espírita. Leia texto integral

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

LIÇÕES DE CHICO XAVIER - II

Esta é a segunda postagem com lições de vida de Chico Xavier, colhidas das inúmeras entrevistas concedidas ao longo de sua vida. Hoje os temas são calúnia, a morte e sucessão do médium e fatos da vida.

CALÚNIA - No início de sua missão mediúnica, o senhor foi muitas vezes incompreendido e até caluniado. Como faria uma análise disso, já que hoje sua imagem tem uma outra aceitação?

Chico Xavier: Minha atitude perante a opinião pública foi sempre a mesma, de muito respeito ao pensamento dos outros. Porque nós não podemos esperar que os outros estejam ideando situações e problemas de acordo com nossas convicções mais íntimas.

De modo que não posso dizer que sofri essa ou aquela agressão, porque isso nunca aconteceu em minha vida. Sempre encontrei muita gente boa. Vamos procurar um símbolo: dizem que os índios gostam muito de simbologia por falta de termos adequados para se expressar.

Como me sinto uma pessoa bastante inculta, eu gosto muito de recorrer a essas imagens. Vamos pensar que eu seja uma pedra que foi aproveitada no calçamento de uma avenida. Colocada a pedra no piso da avenida, naturalmente que essa pedra vai se sentir muito honrada de estar ali a serviço dos transeuntes e, naturalmente, que essa pedra não poderá se queixar dos martelos que lhe tenham quebrado as arestas. Todos eles foram benfeitores.

Esta entrevista faz parte de um extenso trabalho de reportagem dos jornalistas Airton Guimarães e José de Paula Costa, do jornal "Estado de Minas", publicado nas edições de 8, 9, 10 e 12 de julho de 1980. Fonte: "O Espírita Mineiro", número 182, maio/agosto de 1980 - Páginas 256/257 do livro "Chico Xavier - mandato de amor"/União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992


MORTE E SUCESSÃO - Como ficará a Doutrina Espírita após a sua morte? O senhor acha que ela ficará abalada? Quem poderá substituí-lo na liderança?

Chico Xavier: A Doutrina Espírita estará tão bem depois da minha desencarnação quanto estava antes, porque eu não sou pessoa com qualidades especiais para servi-la. Eu sou um médium tão comum, tão falível como qualquer outro. Não me sinto uma pessoa necessária e muito menos indispensável. Outros médiuns estarão aí interpretando o pensamento e a mensagem dos nossos amigos espirituais, e eu peço a Deus apenas que não me deixe dar "mancadas" em minha tarefa.


FATO DA VIDA - O senhor pode nos contar um fato ou uma passagem de sua vida que lhe traz melhores recordações e que mais lhe tocou o coração?

Chico Xavier: Peço permissão para contar um caso que para mim foi um dos mais expressivos, que mais parece uma história infantil. Eu estava em Uberaba, há uns dois anos, esperando um ônibus para ir ao cartório. Da nossa residência até lá tem uns três quilômetros. Nós, com o horário marcado, não podíamos perder o ônibus. Mas, quando o ônibus estava quase parando, uma criança, de uns cinco anos, apresentando bastante penúria, gritava por mim, de longe. Chamava por Tio Chico, mas com muita ansiedade. O ônibus parou e eu pedi, então, ao motorista: "Pode tocar o ônibus, porque aquela criança vem correndo em minha direção e estou supondo que este menino esteja em grande necessidade de alguma providência". O ônibus seguiu, eu perdi, naturalmente, o horário. A criança chegou ao meu lado, arfando, respirando com muita dificuldade. Eu perguntei: "O que aconteceu, meu filho?" Ele respondeu: "Tio Chico, eu queria pedir ao senhor para me dar um beijo". Esse eu acho que foi um dos acontecimentos mais importantes de minha vida.

Esta entrevista faz parte de um extenso trabalho de reportagem dos jornalistas Airton Guimarães e José de Paula Costa, do jornal "Estado de Minas", publicado nas edições de 8, 9, 10 e 12 de julho de 1980. Fonte: "O Espírita Mineiro", número 182, maio/agosto de 1980 - Páginas 256/257 do livro "Chico Xavier - mandato de amor"/União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

MEU PAI CHORAVA BAIXINHO - Eduardo

“Morri há algum tempo. Não sei ao certo quanto tempo, mas posso dizer que peguei o tempo da internet. Por aí seu que não faz tanto tempo assim. Venho para trazer notícias e deixar um recado ao meu pai querido. Meu pai, meu ídolo, meu herói e que pouco tempo tive para lhe fazer feliz. Tentei sendo bom aluno, tentei gostando das mesmas coisas que ele, como, por exemplo, pescar e usar sua pequena oficina.

Ele se orgulhava e dizia que eu seria como ele. Que pedaços madeira se transformariam em belos móveis. Em peças que enfeitariam as casas das pessoas.

Sempre fez tudo com muito amor e se dedicou ainda mais depois que eu morri. Foi triste! Ele se controlava e chorava baixinho; e num cantinho da marcenaria tentava manter vivas as lembranças de nós dois juntos.

Ah, pai querido! Como sinto falta de seu sorriso, das suas mãos calejadas quando bagunçava meu cabelo, já que ele não era muito delicado pra demonstrar carinho. Mas eu sentia que ele me amava e muito. Ainda mais o admiro hoje quando vejo que, apesar da dor, se mantém firme e continua me amando. Nunca blasfemou ou questionou a Deus o por quê de nossa separação. Conduziu nossa família, impedindo que ela se abalasse ou ruísse.

Minha mãe é muito feliz por ter um anjo a seu lado, que cuida e consola. Meu pai Afonso. Esse é seu nome. Afonso guerreiro, amoroso, honesto e acima de tudo confiante em Deus. Pai querido! Quero que saiba que apesar do acidente ter parecido muito feio, não sofri quase nada. Mesmo o tempo que fiquei em coma, sempre senti o seu amor e isso me aliviou todas as dores. Quando os médicos disseram que eu já não mais estava vivo, que foi declarada morte cerebral, eu já não estava no corpo. Já via tudo de um canto da sala. A movimentação foi grande, mas para mim era normal aquilo tudo pois a vó Maria já estava junto de mim. Eu percebi que, se ela estava ali, tendo morrido há tanto tempo, eu também tinha tido o mesmo fim. Na verdade um novo começo...

Quero que saiba que estou bem e que sinto muitas saudades de todos, mas de você posso dizer que a saudade chegada doer. Cuida da mãe e da mana. Elas precisam de você. Um monte de beijo. Que Deus o abençoe e lhe dê forças para continuar nesta caminhada com tanta honra e bondade. Fica com Deus.

Eu amo você, não esqueça disso nunca.

Ah! Guarda meu martelinho, o de cabo vermelho, tá bom. Um beijo. Voltarei se Deus permitir”.


Assinado : Eduardo, "Du" (psicografia)

Data : 23 de outubro de 2008
Local : Sorocaba ( SP )
Médium : S.A.O.G.

domingo, 21 de dezembro de 2008

SALVAMENTO NO UMBRAL E CARTA ÀS MÃES

Esta é a oitava postagem com trechos do livro "Fala Miguel", de Maria Helena M. Lapenda, uma obra psicografada que narra o falecimento e a trajetória, no novo plano de vida, do jovem Miguel Luiz Lapenda, assassinado aos 20 anos de idade, em setembro de 2000, vítima de assalto.

O salvamento no Umbral é a parte prática das aulas da Universidade. Saímos todos os dias de treinamento para por em prática nossos ensinamentos. Nosso grupo tem como objetivo resgatar jovens desencarnados na cidade de São Paulo. O nosso grupo é formado por jovens da Universidade e alguns adultos que não nossos orientadores. Somos orientados a não abordar ninguém, eles se quiserem que nos abordem, o livre arbítrio é integral, sem mais nem menos, você é aquilo que quer ser.

Os Espíritos no Umbral geralmente vivem em bandos, uns escravizando os outros em grande algazarra, tem também os que viveram sozinhos sempre apavorados, pois pensam que ainda estão na Terra. Vamos sempre para o Umbral mediano onde ficam aqueles Espíritos que acabaram de desencarnar, geralmente foram delinqüentes quando encarnados, isto é, não conseguiram o objetivo da encarnação que é a evolução do Espírito. Nosso papel é resgatá-los quando eles quiserem e fazer que eles tomem consciência da missão na Terra que não foi cumprida, para esperar em uma nova encarnação, ou seja, uma nova oportunidade para a evolução do Espírito.

Andamos cantando no Umbral e permitimos que todos nos vejam, pois se nós não quisermos eles não nos vêem. Os que já estão cansados de ficarem no mal nos seguem, levamos todos para o pronto-socorro do Umbral, sempre estão em estado lastimável, sujos, barbados, unhas enormes, roupas sujas e rasgadas e com muita fome. No pronto socorro passam por uma transformação radical, se alimentam, descansam e ai sim que tomam a decisão se querem ou não irem para uma colônia de regeneração apropriada para esses Espíritos. A média é bem alta, de dez Espíritos só dois querem voltar para o Umbral. No Umbral é sempre noite. Fomos para lá em um tipo de ônibus que se chama "amparador", onde o Espírito depois de convertido a Deus sempre dorme com passe que damos e nesse aerobus ou ônibus especial eles ficam confortáveis até chegarem ao pronto-socorro.

Avistamos uma mulher que já se passara muitos anos que estava vagando. Estava com uma aparência de fazer pena, os cabelos grudados por um sebo horrível em pé num lado e o outro grudado na cabeça, a roupa que vestia era um farrapo de estopa velha e suja. Ela chegou na frente de nosso grupo e gritou: "Não agüento mais ficar aqui! O que posso fazer para ficar bem como vocês?" Charlie respondeu: "Se a senhora estiver realmente arrependida de tudo que fez e faz para ficar longe das leis de Deus, ai então a senhora vem conosco e será feliz". Ela respondeu: "Eu vou, mas e meus filhos, eles ficam? Quem vai cuidar deles?" "Não tem quem cuida de quem, aqui é Deus que cuida de todos e cada um de si".

"Como assim?", perguntou. "Os seus filhos foram seus filhos quando todos estavam encarnados na Terra, oportunidade dada por Deus para todos os Espíritos evoluírem, aqui no mundo Espiritual continuamos juntos com a nossa família quando possível, quando todos alcançarem a mesma evolução Espiritual, mas sem a responsabilidade que a senhora tinha por eles na Terra, lá os pais tem grande responsabilidade com os filhos, aqui não, cada um é que tem responsabilidade por si mesmo". A senhora parou, pensou e então falou: "Eu quero começar, a saber, o que é o amor que muita gente fala, nunca me dei esta oportunidade e vou me dar agora". Então nos reunimos a sua volta e todos nós lhe demos passes. Ela acabou adormecendo, a colocamos no "amparador", foi levada para o pronto socorro do Umbral para um check-up geral onde vão ver o que ela mais precisa.

Muitos pensam que ainda tem o corpo físico. Dona Ruth é como ela se chamou na sua última encarnação, continua no hospital, que tem ao lado de uma casa de repouso para adaptação completa do espírito no bem, qualquer probleminha com ela, já está junto do hospital, vai aprender a tirar todas as ilusões que trouxe da encarnação passada, já desencarnou há vinte anos e nada aprendeu, ou melhor, quase nada, pois sempre se aprende alguma coisa. A dificuldade foi passar a maior parte do tempo na implicância, na birra com tudo e com todos, picuinhas que não levam a nada, a não ser ao sofrimento. Toda semana vou visitar D. Ruth, saiu de lá com o coração em festas, saltitante de alegria, como é bom ver a transformação de um Espírito sofredor, em Espírito de luz.

Ontem fomos visitar a colônia onde vivem as crianças. É complicado dizer que a pessoa que desencarna criança, aqui continua criança: o que vale mesmo é a idade do espírito. Nesta colônia de criança que fomos, as crianças cantavam e dançavam. O pátio principal da colônia estava todo enfeitado com balões azuis, rosa e laranja, são balões diferente dos da Terra, são brilhantes e de todos os tamanhos, fazem círculo no ar e ficam enfeitando o céu.

Os grupos recitavam lindos versos, foi uma das coisa mais lindas que já vi aqui neste quase sete meses que estou de volta ao mundo dos espíritos. Quero falar um pouco para as mães que tiveram filhos que desencarnaram crianças.

Mães, seus filhos estão realmente na casa do Pai, não podiam estar melhor, são quase sempre Espíritos de grande luz, que desencarnaram por onde superior, eles não discutem, apenas obedecem, cumpriram seus papéis na Terra. Mães, pais, parentes e amigos, só mandem pensamentos de amor para as crianças desencarnadas. Aqui elas estão protegidas, felizes, brincam, estudam, amam e evoluem. Com o passar do tempo, cada Espírito recupera a sua idade e passam a viver em colônias apropriadas para cada idade, gosto preferências, etc... Ou melhor, a colônia perfeita para cada Espírito, naquele momento, pois estamos sempre em constante evolução. Todas aqui, crianças, jovens ou adultos, ficam na torcida para que nossos familiares que ficaram na Terra se conforme e aceitem a vontade de Deus. Se eles se conformam, todos nós ganhamos muito. Primeiro ganhamos amor, ficamos em paz para nos desenvolverem e curtimos a vida desencarnados.

Na hora em que eles desencarnarem, o reencontro conosco é imediato, somos nós que vamos ajudar a saída do espírito do corpo material. Eu já sei que eu vou participar do desligamento do espírito, quando minha mãe, ou melhor, quando o corpo material que ela veste nesta encarnação, morrer. Não sei quando será, o que importa é que com certeza esse dia chegará e aí a festa do reencontro será perfeita. Não só do desencarne da minha mãe vou participar, mas também do desencarne do meu irmão.

Para receber o livro gratuitamente, em pdf, peça por e-mail

Veja também :
Parte I :
Chegou a minha hora
Parte II : Mãe, quero dizer que te amo
Parte III : A pimeira psicografia
Parte IV : Vejo filhos chorando de desespero...
Parte V : Seus filhos vivem com Deus...
Parte VI : As noites de setembro são como colo de mãe
Parte VII:
Sou desencarnado e desencanado
Família Lapenda: uma história de amor

Entrevista de Helena Lapenda a Luiz Gasparetto

sábado, 20 de dezembro de 2008

HOJE SEI QUE TE AMO... - Douglas

“Venho dar notícias a minha mãe. Querida mãezinha! Como sinto a tua falta! Como sinto falta de teus conselhos, dos teus puxões de orelha. Aqui e só aqui percebi o quanto era feliz e não sabia.

Ah! Mãe! Sofri tanto quando cheguei aqui e vi que nada tinha mudado! Quando eu estava vivo, achava que ia viver para sempre. Não dava muita importância pra você, porque achava que nunca ia te perder. Aí, por irresponsabilidade, por negligência minha, perdi o que há de mais precioso: a vida. De certa forma, hoje, aceito o fato de que praticamente causei minha morte. Não que a tenha tirado a vida, mas por não tê-la preservado como deveria.

Só agora vejo o sacrifício que é tomar a guarda de alguém, dar carinho, amor, compreensão, isso sem falar do lado material. E no final nem ao menos ter esse amor reconhecido. Hoje sei que te amo e muito; como sofro por não ter dito isso a você quando podia.

Quando cheguei aqui me chamaram de irresponsável, de suicida e isso eu não admitia porque nunca fui, mas fui entendendo que suicida não é só aquele que tira a própria vida num ato de loucura, mas também aquele que de certa forma provoca por negligência, por descaso, um fim prematuro. Sinto ter perdido tanto tempo com o que não tinha importância. Sinto não ter sido o filho que você queria. Tive até mesmo vergonha de dizer que você era minha mãe porque éramos tão diferentes.

Mãezinha querida! Minha querida Nininha! Me perdão por ter sido tão inútil, por ter feito você chorar tanto e sofrer. Hoje vejo que você merecia muito mais do que te dei. Na verdade não te dei nada...

Olha! Estou mudando. Estou sendo ajudado e tenho tentado não enlouquecer pelo arrependimento, pelo remorso. Me disseram que se eu me esforçar um dia vou poder te reencontrar e poder te pedir perdão e te beijar e te abraçar como nunca. Quero ser o filho que não fui. Quero seu colo, sua benção na hora do sono, sua oração... Deus tocou meu coração e agora sei que só Ele é o caminho para chegar até você.

Mãe ! Não chore de preocupação por não saber como estou ou onde estou. Apesar do remorso e da culpa, estou bem. Quanto a saber se sofri quando morri, isso pouco importa diante do sofrimento que enfrentei pelos meus atos e pela falta deles. Quero que saiba que você é a minha mãezinha de coração, de alma. Que hoje me orgulho por ter sido você a me acolher e tentar fazer de mim um homem de verdade.

Você sofreu quando diziam que um filho adotivo era sempre um problema e sempre tentou fazer as pessoas verem que isso não era verdade. Lutou, batalhou como uma leoa para defender a cria que nem era sua... Mas o que teve em troca?! Fui exatamente para você o que disseram que eu seria.

Mãe amada ore por mim. Deixe de sofrer e chorar, se perguntando onde errou. Você não errou. Eu fui seu erro, mas um erro já programado do lado de cá. Tanto eu quanto você sabíamos o que enfrentaríamos. Você cumpriu sua missão com nobreza e dignidade... Eu fui fraco e covarde.

Espero poder voltar novamente com você e aí sim cumprir o dever que fracassei. Vou estudar, seguir tudo certinho pra merecer um reencontro. Deus, pelo que falam aqui, é só bondade e amor e por isso acredito que terei esta segunda chance.

Vou parando por aqui porque já tentei dizer o que vai no coração. Mais uma vez peço, imploro seu perdão. Rogo a Deus e espero que ele ouça as minhas preces para que você seja muito feliz, que me perdoe e sinta em seu coração o amor que tenho por você. Te amo muito, hoje e sempre.”


Assinado : Douglas (psicografia)
Data : 09 de outubro de 2008
Local : Sorocaba ( SP )
Médium : S.A.O.G.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CONTINUE FAMINTO, CONTINUE TOLO...

"Este foi o mais perto que estive da morte (...).
Agora eu posso dizer isso a vocês com um pouco mais de certeza: ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir ao paraíso não querem morrer para chegar lá.
E, ainda assim, a morte é um destino que todos compartilhamos.
Ninguém jamais escapou dela.
E é como deveria ser, porque a morte é muito provavelmente a melhor invenção da vida.
Tenham coragem de seguir sua intuição e seu coração.(...)
'Continue faminto, continue tolo'"
Trecho do discurso proferido por Steve Jobs, CEO da Pixar e da Apple, para os formandos da faculdade de Stanford, na Califórnia, no ano de 2005. Com legendas em português.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

CONSOLO ÀQUELES QUE FICARAM

"Diversas pessoas que nos visitavam pela primeira vez haviam perdido entes queridos. Duas senhoras choravam intensamente solicitando algo que as consolasse após a desencarnação de filhos amados. Aberta a reunião, os estudos recaíram no item 21 do capítulo V de O Evangelho Segundo a Espiritismo, cuja leitura e interpretação foram brando consolo em auxílio de nós todos. Ao término das tarefas indicadas para a noite, o nosso Amigo Espiritual de sempre, por nosso intermédio escreveu a mensagem que lhe passo às mãos." Chico Xavier

Na Terra, quando perdemos a companhia de seres amados, ante a morte, sentimo-nos como se nos arrancassem o coração. Ânsia de rever sorrisos que se extinguiram, fome de escutar palavras que emudeceram. E muitas vezes tudo o que nos resta no mundo íntimo é um veio de lágrimas estanques, sem recursos de evasão, pelas fontes dos olhos.

Compreendemos, sim, neste outro lado da vida, o suplício dos que vagueiam entre as paredes do lar ou se imobilizam no espaço exíguo de um túmulo, indagando porquê....

Se a saudade, a distância e o vazio te atormentam o espírito, asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e a segurança dos entes inesquecíveis com os quais conviveu. Lembra aqueles que não mais te compartilham as experiências, mas não porque a pessoa desapareceu para sempre, e sim porque está ausente.

Os que rumaram para outros caminhos, além das fronteiras que marcam a desencarnação, também lutam e amam, sofrem e se renovam. Enfeita-lhes a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e busca tranqüilizá-los com o teu amor. Se te deixas vencer pela angústia, ao recordar-lhes a imagem, sempre que se vejam em sintonia mental contigo, hei-los que suportam angústia maior, de vez que passam a carregar as aflições maiores que as tuas.

Chora, quando não possas evitar o pranto. No entanto, converte quanto possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces de esperança, porquanto Eles todos te ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio aperfeiçoamento, à procura do amor sem adeus.

Do livro "Na Era do Espírito". Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

CULTIVE BOAS COMPANHIAS ESPIRITUAIS

Quando se fala em mediunidade, a primeira idéia que nos ocorre é a de manifestações ostensivas de Espíritos. Logo pensamos na mediunidade de Chico Xavier, Divaldo P. Franco e outros médiuns famosos. No entanto, todo aquele que sente a influência de Espíritos é um médium, ainda que esta influência seja tão sutil, que não possa ser comprovada.

A inspiração é um fato mediúnico de que todos já ouvimos falar. Ela está presente nas grandes criações da Arte e da Poesia, nas descobertas científicas, mas também nos mais diversos acontecimentos do dia-a-dia. A inspiração, via de regra, nada mais é que Espíritos se comunicando conosco através do pensamento.

Podemos receber boas ou más inspirações, dependendo das simpatias que cultivamos no Plano Espiritual. Se fazemos e pensamos o bem, atraímos boas companhias espirituais que nos inspiram bons pensamentos. Se fazemos e pensamos o mal, atraímos más companhias espirituais que nos inspiram maus pensamentos.

Nossa fé e nossas atitudes é que determinam o ambiente espiritual em que vivemos e, portanto, o tipo de inspiração que recebemos mais freqüentemente.


LIÇÕES DE CHICO XAVIER - I

Passamos a publicar hoje uma série de postagens com trechos de entrevistas concecidas pelo médium Chico Xavier ao longo de sua vida. Os temas são os mais variados: religiosidade, dinheiro, perdão, homossexualidade. Hoje, tratamos de 'indiferença", "utilidade da mediunidade" e "violência"

INDIFERENÇA - Haverá maior frio na alma que a indiferença dos nossos semelhantes?

Chico Xavier: Pode haver indiferença dos nossos semelhantes para conosco, entretanto de nós para com os outros isso não deveria acontecer. Cremos que se Jesus houvesse levado em conta nossa incapacidade para assimilar-lhe de pronto o desvelado e intenso amor, o Cristianismo não estaria brilhando, e brilhando cada vez mais na Terra.

Pergunta feita por Fernando Worm. Consta do livro "Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, Escrito por Marlene R. S. Nobre


VIOLÊNCIA - Chico, como é que você vê a onda de violência que aumenta a cada dia?

Chico Xavier: A violência é qual se fosse a nossa agressividade exagerada trazida ao nosso consciente, quando estamos em carência de amor. Ela lava, por isso, o desamor coletivo da atualidade. Se doarmos mais um tanto, se repartirmos um tanto mais, se houver um entendimento maior, estaremos contribuindo para a diminuição desta onda crescente de agressividade.

À medida que a riqueza material aumenta, o conforto e a aquisição de bens também cresce, com isso retornaremos à autodefesa exagerada, isolando-nos das criaturas humanas. A vacina é o amor de uns pelos outros, programa que Jesus nos deixou há dois mil anos.

Pergunta feita por Ana Maria Farias, jornalista da Editora Abril, numa entrevista coletiva perante as câmeras da Rede Globo, comandada por Augusto César Vanucci, em julho de 1980. Consta do livro "Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, Escrito por Marlene R. S. Nobre


MEDIUNIDADE - Diga-nos o que deve fazer, dentro de suas capacidades, um médium, a fim de poder ser completo e útil para o Plano Espiritual?

Chico Xavier: Devotamento ao bem do próximo, sem a preocupação de vantagens pessoais, eis o primeiro requisito para que o medianeiro se torne sempre mais útil ao Plano Espiritual. Em seguida, quanto mais o médium se aprimore através do estudo e do dever nobremente cumprido, mais valioso se torna para a execução de tarefas com os instrutores da Vida Maior.
Pergunta feita pela equipe de jornalistas de a Flama Espírita, de Uberaba, em entrevista feita em junho de 1990. Consta do livro "Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, Escrito por Marlene R. S. Nobre

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

FELICIDADE DE HABITAR TERRAS BRASILEIRAS

“Cá me encontro neste recinto com o intuito de alentar-lhes os corações quanto aos acontecidos em vossas vidas. Venho a vós irmãos brasileiros para que saibam que não estão sós nesta caminhada e que o mundo espiritual e seus colaboradores estão trabalhando diuturnamente para que tenham tranqüilidade necessária para que não esmoreçam diante de algumas perturbações que, muitas vezes, levam a querer buscar outros caminhos.

Tudo passa nesta vida e em outras, mas para que tudo passe, precisamos laborar, buscar avidamente por isso. Se bem pensássemos, daríamos graças ao Pai pelas pedras que nos atravancam o caminho, pois a cada pedra transposta, damos um passo a mais em direção à felicidade e à sensação de dever cumprido.

Estejamos em paz com nossa consciência e nosso coração. Façamos, pois, nossa parte, sem querer exigir idêntico do irmão agastado. Causos tantos nos ocorrem que nos fazem pensar melhor em nossa missão enquanto encarnados.

Bons ventos, bons ares, boas brisas avançam em direção a vós e como depois de tempestade, volta à calmaria e o barco volta a navegar como dantes em águas mansas. Tendes vós o celeiro da caridade, do amor e da fraternidade impregnados em vós, pois tendes vós a felicidade de habitar terras brasileiras. Terras preparadas e abençoadas por Deus e por ele escolhidas para o início de uma nova era. É aqui que se dará o divisor de águas entre o que foi antes e depois desta Doutrina.

A missão que vos foi dirigida é de suma importância. Sois cordeiros de Deus por Ele escolhidos na propagação desta Doutrina, que, embora tenha como berço país distante, somente o foi pelo fato de que nesta terra, ainda nova demais, criança demais, não havia obreiros preparados para entender o que estava por vir. Veio de longe o esclarecimento, o descerramento de véus que ocultavam tão grande novidade e tão grande missão. Nosso amado Kardec não nasceu em terras tão distantes por mero acaso. Lá pode ser e expor a que veio.

Portanto, caros amigos, trabalhem incansavelmente, incessantemente para propagar o bem e mostrar que o mundo envolvido pelo amor pode ser muito melhor. Que a vossa missão seja cumprida com esmero, carinho e dedicação. Que Deus Pai vos cubra com seu manto. Um abraço do compatriota que viveu e outras eras na bela cidade do Porto, mas que dia virá em que voltará como brasileiro, pois muito me faz gosto esta pátria abençoada”.

Assinado : Dom Joaquim (psicografia)

Data : 02 de outubro de 2008
Local : Sorocaba ( SP )
Médium : S.A.O.G.

domingo, 14 de dezembro de 2008

A MORTE NOS ENSINA A VIVER

É lançado no Brasil, pela Editora Globo, o livro "Dançando com a morte", do médico holandês Bert Keizer. A obra descreve com realismo, inteligência e humor o dia-a-dia de uma clínica, revelando uma visão inesperada da morte. Esta que, para o senso comum, pode ser mais ou menos resumida na dura dor da perda. Mas o autor defende que a morte, na verdade, é o que antecede a morte. A morte é o morrer.

O livro, então, seria apenas a descrição do trabalho de um médico. Seria, se o Dr. Keizer fosse um médico comum. Ele o é, de fato, no dia-a-dia profissional. Mas não o é absolutamente, na sua visão da medicina – ou melhor, da impotência da medicina. Em parte, porque não trabalha num hospital, mas numa casa de repouso, instituição em que os pacientes estão para morrer. Ou porque são muito velhos, ou porque têm doenças incuráveis. Pois para além da circunstância profissional, o que informa a visão do autor é seu raro realismo, sua lucidez cortante, sua cultura literária e seu humor mordaz. Para os pacientes, é uma situação mórbida ou trágica. Para os leitores, o ponto de partida para um livro irresistível.

Trata-se, em primeiro lugar, de um livro abrangente. Nas palavras do autor “[são discutidos] a história infelizmente desprezada e ignorada da medicina, o efeito do placebo, o fracasso das pesquisas e a incrível superestimação do poder da medicina". Estes e outros temas estão entremeados às histórias de vida e de morte dos diversos personagens da narrativa. Porém, o grande humanismo do autor permitem-lhe tecer comentários sobre os mais variados assuntos sem nunca perder o vigor.

Numa casa de repouso, às vezes é o paciente que quer morrer, às vezes são seus parentes que querem aliviar seu sofrimento. “Seu”, ou seja, do paciente, ou “seu”, isto é, deles parentes? A descrição dos diálogos e procedimentos é de um realismo que, se jamais é cru, até por força do estilo literário, é sempre agudo. E invariavelmente surpreendente, no modo como enfoca as minúcias instrumentais e alterna para as questões existenciais. Não há nada de horripilante, nada de semelhante a um filme de terror, mas muito de uma banalidade, esta sim, atroz. A verdadeira vítima deste livro é o senso comum.

Título: Dançando com a Morte: Sobre o viver e o morrer (412 págs.) - 2008 - Autor: Bert Keizer - Editora Globo

sábado, 13 de dezembro de 2008

SOU ATRAÍDO POR SEUS BONS PENSAMENTOS

"Aqui me encontro nesta noite para deixar notícias minhas àqueles com quem vivi e convivi. Sinto saudades de todos, embora saiba que estava na hora de me desligar e voltar para casa. Aqui, sim, me sinto bem e feliz. Meu coração estava cansado e revolveu parar. E assim foi, sem muito alarde. Deixei filhos, netos e pessoas amadas; companheira de longa data também, que lutou e batalhou comigo para ter uma família feliz.

Nem sempre conseguimos manter a família unida. Uns se afastam, outros vão em busca de aventura. Mas, nesta data, em especial, se reúnem, comemoram e festejam o Natal, embora sintam saudades e uns até mesmo choram a falta dos que não se encontram presentes. Em época de preparativos para tanta festividade, venho dar como que um presente à minha querida neta. Sei que todos sentem saudades, mas ela quer e espera notícias do .

Minha neta querida! Sinto saudades e acompanho sua jornada e, sempre que posso, ajudo e intercedo por você. Sei que você anda ocupada com os estudos, em ser alguém profissionalmente, e por isto mesmo, ainda assim se lembra do velho avô. Estou bem e feliz e oro por você. De vez em quando sou atraído por seus bons e saudosos pensamentos.

Me lembro de quando você era pequena e gostava de visitar o no sítio; e colocar chapéu e andar a cavalo e queria ser igual o . Queria cuidar de galinhas, cavalos e porcos. Mas, cresceu e ainda assim me visitava sempre. Quando soube que parti, sentiu muito e chorou, mas, diferentemente dos outros, tentou entender, procurando respostas no espiritismo. Fico feliz com isto. Você tem andado meio afastada da doutrina, mas, no fundo, assimilou e sempre que pode coloca em prática o que aprendeu. Tentou convencer outras pessoas desta 'verdade', mas poucos acreditam por seguirem outra religião. Que seja assim. Todos crentes, cada um a seu modo. Me despeço aqui, deixando um grande abraço e um beijo carinhoso. Que o espírito do Natal aqueça o coração de cada um e que a caridade esteja presente; e que se compartilhe o muito que se tem, com aquele que ainda carece do básico. Que Deus ilumine a todos".

Assinado : João S. (psicografia)
Data: 04 de dezembro de 2008
Local: Sorocaba (SP)
Médium: S.A.O.G.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

SOU DESENCARNADO E 'DESENCANADO'

Esta é a sétima postagem com trechos do livro "Fala Miguel", de Maria Helena M. Lapenda, uma obra psicografada que narra o falecimento e a trajetória, no novo plano de vida, do jovem Miguel Luiz Lapenda, assassinado aos 20 anos de idade, em setembro de 2000, vítima de assalto.


Assim que sai do hospital de primeiros socorros a recém desencarnados, fui levado para a minha atual Colônia onde moram jovens mais 'evoluídos' e já fui estudar. O coordenador da colônia, Sr. RInaldo, chegou para mim e falou: "Miguel, você já está matriculado na Universidade do Amor, só não fará o curso se você não quiser. Você começa amanhã mesmo". Quando mandei minha primeira mensagem para minha mãe, falei que já estava estudando na Universidade, ela ficou tão feliz, que só repetia: "Estão vendo, aqui na Terra não tínhamos dinheiro para Miguel estudar a lá ele está na melhor Universidade do Universo". E agradecia a Deus sem parar.

O prédio da Universidade é enorme. O prédio com seis andares tem várias salas de aulas, sala de vídeo, laboratório, farmácia, pátio com belos jardins, enfim tudo. Os jardins chamaram minha atenção, com vários chafarizes de água cristalina, o barulho da água caindo dá um clima especial ao local de uma paz enorme, a grama é bem cortada e de cor verde bandeira, as flores são de todos os tamanhos, cores e perfumes. Não temos uniformes, mas quase todos por aqui preferem roupas brancas. No meu primeiro dia de aula, me apresentei para os meus colegas de turma e para a professora, era aula de Perdão, isso mesmo, a matéria era Perdão. Matéria de extrema importância para os desencarnados e encarnados também. Comecei minha apresentação: - Chamo-me Miguel Luiz, mas todos costumam chamar-me simplesmente de Miguel. Vivi na Terra nesta última encarnação apenas vinte anos e nove meses. Nasci em 19/12/1979 em Recife, Pernambuco. Desencarnei em 21/09/2000 em São Paulo, Capital. Em Recife vivi no bairro de Piedade e em São Paulo, no interior de São Bernardo do Campo, em um sítio que eu amo muito, lugar muito lindo com muitas árvores em um condomínio onde eu tenho grandes amigos.

Filhos de pais separados, vivi com a minha mãe e com meu irmão. Tínhamos dificuldades financeiras, mas colocávamos o bom humor na jogada. Aproveitei para crescer, pois o meu Espírito estava muito apegado a matéria e nesta encarnação consegui com a ajuda das grandes dificuldades financeiras a dar o devido valor para a matéria. Comecei a trabalhar cedo, com 15 anos entregava folhetos na rua. O meu primeiro patrão foi o tio Milam, um vizinho de onde morei na Terra, fiquei mais ou menos dois anos, depois fui trabalhar com outro vizinho, o Carlinhos, fiquei com ele também uns dois anos. Pedi as contas e fui realizar um sonho. Ajudava em casa com prazer e orgulho, no começo não, mas depois fui me liberando e passei a ter orgulho de poder ajudar nas despesas de casa. O meu lazer preferido era ir acampar na praia e pegar onda. O tempo que passei na Terra cresci em desapego, tenho vários pontos que preciso melhorar, mas agradeço a Deus por já ter conseguido crescer neste sentido.

Acabei minha apresentação, todos os alunos disseram seus nomes e me abraçaram. A dona Fátima deu um intervalo e voltou ao assunto da aula – “o Perdão” Começou falando dos benefícios e importâncias fundamentais do Perdão, o quanto ele limpa o Espírito. "É como material de limpeza de uma casa da Terra, se você está com a louça suja com gordura, se passar simplesmente água não vai resolver seu problema, precisa de sabão, o Perdão é o sabão da alma e do Espírito, para deixarmos nossos Espíritos, ou melhor, nossas consciências limpas, precisamos usar o perdão", disse. Para ficarmos limpos e de coração puro, sem perdão nada feito. "Precisamos perdoar Deus sim, pois pensamos que Deus não gosta da gente só porque nossa vida não vai como desejamos, como imaginamos que seria a melhor forma, mas ela, a vida, sempre vai pela melhor forma, não temos é paciência de esperar e ver o que acontece", completou.

Outra matéria interessante é a do “Amar”: Aprendemos aqui a amar sem perguntas, a pergunta “por quê?” Não existe em nosso vocabulário, amamos por amar. Vocês devem estar pensando, agora que o Miguel desencarnou quer virar santo e mandar essas mensagens impossíveis de realizarmos. Não é nada disso, quando estamos na condição de desencarnados tudo fica mais fácil de perceber; na Terra com a luta pela sobrevivência da matéria, não deixamos fluir a energia de Deus. Ela falou para mim: “Miguel, ame seu assassino e ele se arrependerá do que fez". Eu nunca, em momento algum, tive ódio em meu coração com relação a essa pessoa, tudo que Deus permite que aconteça é para o nosso crescimento e está certo. Estou com Deus e não abro mão desta condição de Fé. Sou “desencarnado e desencanado” graças a Deus! Tanto que já consigo enxergar vários benefícios que meu desencarne trouxe. Muitas mães vendo o exemplo de minha mãe ficam e ficarão bem, diminuindo os sofrimentos dos filhos aqui do Além.

Cada dia que passa eu vejo aumentar a necessidade de melhor aproveitar a vida na Terra quando estamos encarnados, é a maior chance que Deus dá aos Espíritos de crescerem e evoluírem, mais ai quando encarnados nos enchemos de ilusão e a maior é que pensamos que tudo é para sempre, não aproveitamos o momento. Jovens creiam, Jesus está do nosso lado, não vamos ter pena de nós mesmos, vamos ter amor e acreditar que podemos. Aproveitem ainda o tempo na Terra, para se ligar a vida Espiritual.

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