terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

'UM OLHAR DO PARAÍSO' É MAIS UM FILME ESPIRITUALISTA


A Paramount Pictures estreia o filme "Um Olhar do Paraíso" nos cinemas de todo o Brasil. O longa-metragem relata a história de uma menina que, depois de assassinada, ajuda o pai a desvendar o crime. O filme tem produção executiva de Steven Spielberg.

Aos 14 anos, Susie Salmon foi estuprada, assassinada e estripada, mas não morreu completamente. De onde está ela pode observar sua família e seu assassino e torcer para que ele seja preso. Ainda assim, "Um Olhar do Paraíso" não é um filme sobrenatural. É um drama sobre crime e castigo. Trata-se de uma adaptação do romance "Uma Vida Interrompida", realizada pelo diretor e corroteirista Peter Jackson (famoso pela trilogia "O Senhor dos Aneis"). O roteiro, que Jackson assina com Fran Walsh e Phillippa Boyens (suas parceiras na adaptação do texto de "O Senhor dos Aneis"), baseia-se no romance da norte-americana Alice Sebold, publicado em 2002, apresentando uma trama intrincada e bem observada que já demonstrava seu potencial para uma versão cinematográfica.

Em "Um Olhar do Paraíso", Susie (Saoirse Ronan, de "Desejo e Reparação") encanta-se com aquele lugar para onde vai depois de morta -- a que chamam de "meio-termo". Parte sonho lisérgico, parte parque de diversões, esse lugar reúne todas as garotas assassinadas pelo mesmo sujeito -- interpretado por Stanley Tucci (indicado ao Oscar de ator coadjuvante por este trabalho). De lá, Susie observa esse homem e suas tramoias para encobrir seus crimes. Além disso, ele também joga uns olhares estranhos para a irmã mais nova de Susie, Lindsey (Rose McIver), que é também uma vítima em potencial.

De seu purgatório pessoal, a garota também assiste à dissolução de sua família. O pai, Jack (Mark Wahlberg, de "Os Infiltrados"), obcecado por capturar o assassino, negligencia a mãe e os outros filhos. A mãe, Abigail (Rachel Weisz, de "Um beijo roubado"), não aguenta a tragédia e vai embora de casa. Já Lindsey tenta levar a sua vida. Susie se preocupa com todos aqueles que ficaram.O filme é denso, mas o roteiro acerta no clima de suspense ao fazer a narradora dizer à plateia que será morta e adiar a cena do assassinato por vários minutos, que se tornam cada vez mais intensos pela expectativa gerada. São particularmente emocionantes e doloridos os momentos em que Susie ainda não sabe que morreu e sai pela cidade em busca de seus pais. Porém, mostrar visualmente o que acontece após a morte é sempre um desafio ingrato. Era necessário não cair nos velhos lugares comuns de nuvens e seres vestidos de branco. A solução encontrada é satisfatória: o limbo de Susie reflete seus sonhos, medos e aspirações de menina. E a cena dos barcos engarrafados se quebrando na praia por si só já é um belo momento

Além do tema difícil, repleto de sofrimentos e perdas irreparáveis, Spielberg e Jackson ainda tinham de driblar a sempre complicada questão da verossimilhança, ou seja, fazer o público realmente acreditar que é possível uma pessoa morrer e ficar, do outro lado, acompanhando o que acontece por aqui. E nada melhor para resolver questões desta ordem que um elenco competente. Sábia decisão. Além dos já citados Tucci e Saoirse, o elenco é completado por outros nomes de peso que dão conta do recado,como Mark Wahlberg, Rachel Weisz e Susan Sarandon.

O livro de Sebold força a narrativa a um extremo, no qual a menina morta é uma narradora onisciente que fala com seus leitores com uma franqueza brutal. Há algo de muito interessante na forma como a história se abre, como a tragédia maior alavanca pequenas tragédias individuais que ameaçam o núcleo familiar. O título original do livro e do filme, "The Lovely Bones" (traduzido nas legendas como "restos angelicais"), não se refere apenas aos delicados restos mortais de Susie, mas, também, à trama complexa e frágil que une e separa as pessoas.

Ao lado você tem a capa do livro "Uma Vida Interrompida", que deu origem à trama. Para comprar clique aqui. Veja também a galeria de fotos do site oficial.

Curiosidades:

  • Alice Sebold, autora do livro o qual Um Olhar do Paraíso é baseado, declarou que preferia que a intérprete de Susie Salmon fosse uma atriz desconhecida. A escolhida foi Saoirse Ronan, que pouco depois ganhou notoriedade ao ser indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por Desejo e Reparação (2007);

    Saoirse Ronan foi escolhida a partir de uma audição gravada, enviada aos produtores e ao diretor Peter Jackson. Eles ficaram tão impressionados com o material que logo acertaram com a atriz, sem que houvesse a necessidade de uma nova audição;

    Helen Hunt esteve cotada para interpretar Abigail Salmon;

    Rachel Weisz foi a primeira integrante do elenco contratada para o filme;

    Inicialmente seria Ryan Gosling o intérprete de Jack Salmon. O ator deixou crescer a barba e engordou 9 kg para o papel, mas deixou o elenco poucos dias antes do início das filmagens devido a diferenças criativas. Em seu lugar, foi contratado Mark Wahlberg;

    A escola em que a personagem Susie Salmon estuda é baseada na General Wayne Elementary School, onde Alice Sebold estudou nos anos 70;

    O orçamento de Um Olhar do Paraíso foi de US$ 100 milhões.

FICHA TÉCNICA - Título original: The Lovely Bones - Diretor: Peter Jackson - Elenco: Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Susan Sarandon, Stanley Tucci, Saoirse Ronan - Gênero: Drama - Duração: 135 minutos - Ano: 2009 - Data da Estreia: 19/02/2010 - Cor: Colorido - Classificação: Não disponível - País: EUA, Reino Unido, Nova Zelândia (Aotearoa)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

CELSO DE ALMEIDA RETOMA PSICOGRAFIAS

O médium Celso de Almeida Afonso retomará amanhã (22/02/2010) a rotina de psicografias nas reuniões do "Centro Espírita Aurélio Agostinho", de Uberaba (MG), a partir das 18h30. Normalmente as cartas costumam vir para algum familiar presente. Quanto ao pedido de mensagens, ocorre em duas reuniões: toda segunda-feira, bastando a pessoa interessada comparecer às reuniões. Há um livro de preces, na entrada do centro, onde coloca-se o nome do parente falecido, para eventual psicografia e vibrações.

Para aqueles que sentirem necessidade de falar com o médium, ele recebe as pessoas das 18h30min às 19h00min. Após esse horário uma equipe, juntamente com o médium, se desloca para uma vila próxima ao centro onde executa um trabalho intitulado de "peregrinação". São visitadas nove famílias e realizadas orações e estudo do Evengelho, enquanto são distribuidos pão, leite e cestas básicas. Enquanto isso, outra equipe fica na sede do centro realizando o estudo das obras básicas da doutrina espírita. Aproximadamente às 20h45min a equipe da "peregrinação" retorna ao centro, quando é realizado o trabalho de psicografia.

Na sexta-feira, o médium recebe as pessoas que o procuram, a partir das 18h30min até 19h15min. Existe uma equipe que anota os pedidos de mensagens. São solicitados o nome de quem pede a mensagem, o nome do familiar desencarnado, data de nascimento, data de desencarne. São anotados dois pedidos por pessoa. Celso de Almeida, então, se recolhe a uma sala separada por aproximadamente 30 minutos. Depois inicia a psicografia junto ao público presente.

A leitura das cartas é feita junto ao público presente e todas são entregues às famílias. Para solicitar mensagens é imprescindível a presença de algum familiar. A entrada é franca.

* * *
Fonte : Centro Espírita Aurélio Agostinho - Departamento de Difusão do Livro e Imprensa
Avenida Lucas Borges, n. 61 - Bairro Fabrício - Uberaba (MG)
Reuniões às segundas-feiras (a partir das 18h30) e sextas-feiras (a partir das 18h30)
Informações : (034) 3312-6583 e 9935-6583

sábado, 20 de fevereiro de 2010

FINALIZADO, FILME SOBRE 'CHICO' TERÁ SESSÃO ESPECIAL

A produção de Chico Xavier avisou que o esperado filme de Daniel Filho está em sua reta final: o fotógrafo Nonato Estrela e Paulo Barcellos, supervisor de efeitos especiais da O2, acabam de voltar de Los Angeles como a esperada cópia master do longa.

Já se encerraram também os trabalhos de mixagem, que foram capitaneados pelo iugoslavo radicado em Portugal Branko Neskov.

Com trilha sonora assinada por Egberto Gismonti, o filme é uma adaptação para o cinema do livro As vidas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior, e tem estreia marcada para 2 de abril, centenário de nascimento do médium.

Três atores se revezam no papel de Xavier no longa: Nelson Xavier, encarnando o personagem dos 60 aos 80 anos; Ângelo Antônio, que vive Xavier dos 20 aos 50; e o ator-mirim Matheus Costa, responsável pelas cenas da infância do líder espiritual mineiro. Também estão no elenco os atores Tony Ramos, Christiane Torloni, Pierre Baitelli, Paulo Goulart, Carlos Vereza, Cassio Gabus Mendes e outros.

O filme sobre Chico Xavier, dirigido pelo cineasta Daniel Filho, estreará em Pedro Leopoldo (MG), com sessão especial no dia 13 de março. Em setembro será lançado o filme Nosso Lar, adaptação do livro de mesmo nome psicografado por Chico Xavier em 1944, editado pela FEB. O romance é contado sob o ponto de vista do espírito André Luiz, que, como um repórter, transmite suas impressões sobre o mundo espiritual.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ENVELHECER JÁ FOI UMA SENTENÇA CRUEL


Envelhecer já foi um milagre, um sonho e também uma sentença cruel. Nossos poetas românticos, por exemplo, almejavam a vida curta, cravejada de muita tosse, e olhos fundos, aureolados de acentuadas olheiras. E, quando a vida se estendia, sentiam-se traídos pelo Destino, envergonhados diante da posteridade. Consta mesmo que um deles, aos 22 anos, preocupado com a hora final que tardava a soar, declarava-se com 20 anos – a fim de ampliar a chance de ser colhido ainda na juventude. Acabou não desapontando ninguém, nem a si próprio. Foi ceifado aos 23 anos.

Não fosse o fim precoce de seus autores, a maior parte da poesia romântica não teria sido escrita. A maior e a melhor, porque em toda a obra de Álvares de Azevedo poucos poemas se comparam à beleza de Se Eu Morresse Amanhã. O poeta deu o último suspiro aos 20 anos.

Assim também se foram para sempre Castro Alves, com 24, Casimiro de Abreu, com 21, e Junqueira Freire, com 22. Já Fagundes Varela, contrariando a tendência da época, partiu aos 33. E Gonçalves Dias, já um ancião: aos 41.

Mas isso são histórias do século XIX, quando viver não estava na moda. Hoje, mais do que viver simplesmente, está na moda a alegria de viver. De viver bem e largamente.

Sim, a ciência tem feito grandes progressos, ampliando o nosso tempo no mundo, pondo ao nosso alcance novos recursos para uma existência mais saudável. A vida ganhou em qualidade, prorrogando a juventude, sem com isso perder os benefícios da longevidade benvinda, que nos encontra com a cabeça boa e os cinco sentidos bem conservados. E tem sido isso o que vemos todos os dias: as pessoas se sentirem, se não cada vez mais jovens, cada vez menos velhas.

Como sinais exteriores, o jeans, a bermuda, a camiseta e o tênis deixaram de ser de uso exclusivo dos jovens e foram incorporados por gente de todas as idades, homens e mulheres, numa democratização dos costumes. E até as tatuagens podem ser vistas em muitos senhores e senhoras, os mesmos que não gostam de ser chamados de tios e tias pelos amigos dos filhos e dos netos.

Tenho 76 anos. O mais velho dos meus filhos está com 56 e o mais novo, 17. Me lembro que, quando nasceu o primeiro, me senti repentinamente envelhecido aos 19 anos. Quando o mais novo veio ao mundo, um sopro de juventude me alcançou e reforçou minha esperança e minha vontade de viver: eu tinha 58 anos. Meu pai, antes dos 60, apesar de saudável, já não sonhava nem fazia planos. Quando se aposentou, mandou também para a aposentadoria a esperança e o futuro. Futuro? Que futuro? Se aos 50 anos um chefe de família, bem de vida, não tivesse feito um bom seguro de vida e lavrado em cartório um testamento, passava por irresponsável. Era, portanto, no futuro dos descendentes que ele tinha de pensar. O dele já era.

Pertence também ao passado o estigma de solteirona que alcançava a mulher aos 25 anos. Imortalizada por Balzac, a mulher de 30 anos vivia, nessa idade, a plenitude de sua beleza e feminilidade. Precisava desfrutar rapidamente esse período, que durava, com muita sorte, até os 35 anos. Daí em diante começava a descer a escada da vida, como se dizia, ou – mais cruelmente falando – a entrar em declínio. Hoje não se cobra casamento de mulher em idade nenhuma e as de 50 e até 60 anos vivem momentos de glória. São elas as balzaquianas dos tempos atuais. Usam os recursos da ciência, é certo. A cosmética expande-se, a nutrição é uma especialização universitária, proliferam as academias de ginástica e há cada vez mais adeptos das caminhadas e da ioga. Mas, ao lado disso, as mulheres conquistaram também uma infraestrutura hormonal e emocional. São elas que vivem, hoje, com mais intensidade e que desfrutam maior prestígio social e profissional. São principalmente as que amam com mais entrega e desprendimento, generosas na oferta do prazer, mas que também não abrem mão de uma reciprocidade que lhes dê a mesma satisfação. Não dão, trocam. Não se oferecem, conquistam.

Vivemos hoje esse tempo solar, que ilumina os nossos dias e enche de luar as nossas noites. A ideia do amor à vida e à felicidade em qualquer idade não é nova, mas por muito tempo esteve camuflada por outra ideia: a de que o prazer é patrimônio da juventude. Não é. Vale lembrar, para terminar, uma reflexão de Sófocles, feita 400 anos antes de Cristo: "Ninguém ama tanto a vida como a pessoa que envelhece".

Vida longa e feliz para todos!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

SAGRADO : ENTENDENDO O ESPIRITISMO







Voltando a falar do programa "Sagrado", exibido pela Rede Globo e Canal Futura, trazemos hoje uma entrevista do ator Carlos Vereza com o presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), Antonio Cesar Perri de Carvalho. Nos vídeos acima ele fala também à jornalista Ana Maria Braga, do programa "Mais Você", onde a série é apresentada de forma compacta às sextas-feiras, sempre repercutindo o assunto da semana.

Todas as peças da série Sagrado começam com uma participação de atores e atrizes que, de alguma forma, estão relacionados à religião de cada episódio. Nem todos professam a tradição que representam, mas aceitaram participar por entenderem que o projeto contribui para um importante debate de ideias e com a liberdade religiosa que já existe no Brasil. São eles: Tony Ramos (catolicismo); Oscar Magrini (protestantismo); Stênio Garcia (islamismo); Nathalia Timberg (judaísmo); Carlos Vereza (espiritismo); Juliana Paes (religiões afro-brasileiras) e Christiane Torloni (budismo).

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O MUNDO E O PALCO DA VIDA


O mundo é um palco, onde representamos o grande espetáculo da vida.

Entre cenários multicoloridos, vivemos personagens de diferentes formas, somos atores e condutores de nossos destinos.

Trazemos conosco momentos da mais pura alegria, tristezas, revoltas, mágoas, emoção, tudo em sua hora e lugar.

O texto sabemos na ponta da língua, não porque decoramos, mas porque sabemos sentir o que vai pelo coração.

Não somos perfeitos, há sempre uma ou outra falha em nossas cenas diárias, mas também sabemos nos corrigir, quando somos alertados.

Mas tudo vale à pena, e saber que cada dia bem vivido, será sempre aplaudido pelo nosso Criador, que espera não a nossa perfeição, mas a boa vontade de melhorarmos cada dia mais.

Maria Lucia Baptista
Mongaguá (SP)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

MÃE, ESTOU ESPERANDO PARA RECEBÊ-LA


"Em meio à confusão de minha mente te procurei sem saber que já estava longe de tua presença querida.

Assim fiquei só, com meus pensamentos e o silêncio veio habitá-los, como uma nova morada de paz.

Apenas por lembrá-la, fez com que novo rumo se mostrasse diante de mim, iluminando a estrada que agora deveria percorrer.

Doce paz de meus dias, mãe amada, que tantas vezes me embalou em meio às tristezas da vida.

Sinto-te através das preces que a mim envias e agradeço a Deus por ter sido nessa existência teu filho.

Muito... sei que devo aprender a caminhar com meus próprios pés, na vida que me chama.

Aprender as lições que preciso compreender, para um dia estar preparado para recebê-la e retribuir-lhe todo carinho e amparo que sempre me deste.

O amor não tem limites e o bem maior de amar é compreender o quanto erramos e que através do arrependimento damos o primeiro passo para alcançar a paz interior.

Anjos nos esperam, com mãos de luz, para sempre amparar os que através da transformação íntima encontram o verdadeiro caminho de Deus.

Querida mãe, receba meu abraço e minha eterna gratidão".


Assinado : Adalberto (psicografia)

Data: 16 de julho de 2009
Local : Mongaguá (SP)
Médium: M.L.B
Imagem: Flickr. Autor: L'Enfant Terrible

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

COMO LIVRAR-SE DA TRISTEZA ?


Uma das questões que mais suscita ansiedade nos seres humanos é: como livrar-se da tristeza? Este sentimento é, talvez, o mais prontamente rejeitado quando surge no interior de alguém. Entretanto, ele é parte indissociável da vida, tanto quanto a alegria. Aceitar esta verdade reduz, em grande parte, o mal estar que experimentamos quando somos tomados pela tristeza.

Aceitar não significa querer cultivá-la para sempre, nem considerá-la agradável, mas sim reconhecê-la como uma demonstração importante de sensibilidade, qualidade imprescindível à condição humana.

Quanto mais tentamos negar a tristeza ou rejeitar este sentimento, querendo que ele desapareça o mais rápido possível, mais difícil será nos libertamos, pois tudo o que é negado ou reprimido tende a se tornar ainda mais forte e predominante em nós.

Devemos aceitar com tranqüilidade que, em algumas circunstâncias, é impossível e antinatural não sentir tristeza. Porém, não podemos perder de vista, nem mesmo nestes momentos, que a felicidade deve sempre ser a meta principal da vida, por pior que seja a situação que estejamos enfrentando.

Ter em mente que aquela situação é uma realidade momentânea, e não será definitiva, nem a única condição possível para o resto de nossas vidas, ajuda-nos a ter forças para construir uma nova disposição interior.

"Aceite a tristeza como parte da vida - não resista a ela, permita-a, ajude-a. E este é o caminho alquímico para transformar de modo total a natureza da tristeza. A natureza da tristeza torna-se clara. Em pouco tempo não é mais tristeza - ela é transformada em alegria.

Tristeza permanece tristeza se você luta com ela, se você a nega, se você a rejeita.
A tristeza permanece tristeza se você está contra ela - de outra forma, a tristeza é pura energia. Se você a recebe, se você a abraça, se você não tem medo dela, nem raiva dela, você ficará surpreso, imensamente surpreso: você terá mudado totalmente a natureza dela, ela não é mais tristeza. Mesmo as lágrimas começam a se tornar sorrisos, e a tristeza se torna silêncio.

Tudo aquilo que nós conhecemos como negativo pode ser transformado em positivo.
E o segredo é simples: aceitação, total aceitação. Nada tem de ser condenado, de nenhuma maneira. Tudo que vier tem de ser recebido com grande gratidão, como um presente de Deus. E você estará pronto para transformar flores em espinhos e pedras comuns em diamantes. A vida absolutamente ordinária começa a apresentar o sabor do extraordinário.

Então, nada é ordinário, porque tudo começa a se tornar uma excitação. Nada é ordinário - porque você está tão extático a respeito de tudo...

Embora você esteja se movendo no mesmo mundo, com as mesmas pessoas, você pode viver em um mundo totalmente diferente - e não ser parte de nada mais. Um tipo de transcendência acontece. Mesmo a morte é tão profundamente aceita que desaparece todo o medo e mesmo ele se torna uma dança" (OSHO - The Rainbow Bridge).

domingo, 3 de janeiro de 2010

O QUE VALEU A PENA HOJE ? (ANTES DO DIA PARTIR)


Paulo Mendes Campos, em uma de suas crônicas reunidas no livro O Amor Acaba, diz que devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inutilmente. Eu tenho, há anos, isso como lema.

É pieguice, mas antes de dormir, quando o dia que passou está dando o prefixo e saindo do ar, eu penso: o que valeu a pena hoje? Sempre tem alguma coisa. Uma proposta de trabalho. Um telefonema. Um filme. Um corte de cabelo que deu certo. Até uma briga pode ter sido útil, caso tenha iluminado o que andava ermo dentro da gente.

Já para algumas pessoas, ganhar o dia é ganhar mesmo: ganhar um aumento, ganhar na loteria, ganhar um pedido de casamento, ganhar uma licitação, ganhar uma partida.

Mas para quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente, nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, e seguem cultivando sua angústia existencial com carinho e uísque, mesmo já tendo seu superapartamento, sua bela esposa, seu carro do ano e um salário aditivado.

Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes.

Uma segunda-feira valeu por um programa de rádio que fez um tributo aos Beatles e que me arrepiou, me transportou para uma época legal da vida, me fez querer dividir aquele momento com pessoas que são importantes pra mim.

Na terça, meu dia não foi em vão porque uma pessoa que amo muito recebeu um diagnóstico positivo de uma doença que poderia ser mais séria.

Na quarta, o dia foi ganho porque o aluno de uma escola me pediu para tirar uma foto com ele.

Na quinta, uma amiga que eu não via há meses ligou me convidando para almoçar.

Na sexta, o dia não partiu inutilmente só por causa de um cachorro-quente.

E assim correm os dias, presenteando a gente com uma música, um crepúsculo, um instante especial que acaba compensando 24 horas banais.

Claro que tem dias que não servem pra nada, dias em que ninguém nos surpreende, o trabalho não rende e as horas se arrastam melancólicas, sem falar naqueles dias em que tudo dá errado: batemos o carro, perdemos um cliente e o encontro da noite é desmarcado.

Pois estou pra dizer que até a tristeza pode tornar um dia especial, só que não ficaremos sabendo disso na hora, e sim lá adiante, naquele lugar chamado futuro, onde tudo se justifica.

É muita condescendência com o cotidiano, eu sei, mas não deixar o dia de hoje partir inutilmente é o único meio de a gente aguardar com entusiasmo o dia de amanhã.

sábado, 2 de janeiro de 2010

ENCONTRO AQUELES QUE PARTIRAM


"Como vão meus queridos!
Saudades imensas de todos que ficaram nesse plano da Terra.
Tive que partir assim rapidamente, para que a dor não fosse maior e não deixasse marcas ainda maiores.

Filhos amados, amigos queridos, familiares, hoje posso compreender que precisamos nos cuidar das doenças mentais, ou seja, das preocupações e amarguras que as vezes passamos em nossa trajetória pela casa Terra.

Por muito tempo, vivi em lutas com meus pensamentos, que talvez por falta de fé, me levaram por caminhos das tristezas.

Deixamos de acreditar que não estamos sós, que há pessoas a nossa volta que se preocupam e que nos amam, deixamos assim de viver, por falta de acreditar no amor das pessoas que nos cercam.

Após longos sofrimentos de incompreensão e revolta, encontrei o caminho Divino da paz, onde pude constatar que a vida brilha no mai alto, que todos têm a oportunidade de encontrar o real sentido da palavra amor.

Encontrei com aqueles que antes de mim partiram e esse reencontro foi o momento mais feliz que possa existir entre esses dois planos.
Vivam em paz e sejam felizes.
Não deixem passar a oportunidade de conviver em paz com todos.
Muita luz e meu amor a vocês".

Assinado : Célia (psicografia)

Data: 03 de dezembro de 2009
Local : Mongaguá (SP)
Médium: M.L.B
Imagem: Flickr. Autor: h.hoppdelaney

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

DOYLE: CRIADOR DE SHERLOCK E O ESPIRITISMO

Arthur Conan Doyle é, nos meios profanos, um nome sobejamente conhecido pelos seus famosos romances policiais, pelas estórias do “detetive Sherlock Holmes”. Na seara espírita é respeitado e admirado como valoroso propagador da Terceira Revelação, pela firmeza de suas convicções, pela lisura de seu procedimento e pela honestidade e distinção com que discutia os postulados do Espiritismo e respondia às criticas adversas.

A maior aspiração de todo cidadão inglês é, sem dúvida alguma, ascender a Par do Reino Unido da Grã-Bretanha, e no entanto Conan Doyle não aceitou tão alta distinção, pois que para isso teria, antes, de abjurar o Espiritismo.

Ele preferiu ficar com o Espiritismo, porque no seu entender a verdade pairava muito acima de qualquer privilégio humano, e a verdade estava toda inteira no Espiritismo!

Conan Doyle foi educado pelos jesuítas, mas em 1882, ao concluir o curso de Medicina, tornou-se materialista.

Em seu materialismo, porém, como muito bem acentuou José Brígido, em seus magníficos artigos insertos em “Reformador”, “era mais de superfície”, pois jamais deixara de ser fervoroso deísta, e explicava este verdadeiro contra-senso com o seguinte episódio:

Em uma noite estrelada, Napoleão, dirigindo-se a alguns professores ateus, quando em marcha para o Egito, perguntou-lhes:

- Senhores, quem fez estas estrelas?, porque, evidentemente, se dissermos que o Universo é a resultante da ação de leis imutáveis, teremos de concordar que este pressuposto nos há de levar a fazer esta nova inquirição: Quem é o autor dessas leis?

Mas, em 1886 a atenção de Conan Doyle foi despertada para os fenômenos espíritas. E “o mundo que o admirava, por suas talentosas produções novelescas, recebia-o agora como pregoeiro da Nova Revelação, semeador incansável e destemido das verdades da sobrevivência da alma e sua comunicação com os chamados vivos”.

Houve mesmo quem o cognominasse de “São Paulo do Espiritismo”.

Acreditava ele que o maior valor da Doutrina Espírita estava no seu aspecto religioso ou moral, e esse seu pensamento foi reafirmado, em 1928, quando do Congresso Espírita Internacional, realizado em Londres, ao dizer: “... considero muito importante pôr em evidência, cada vez mais, o lado religioso do Espiritismo.”

Há uma passagem curiosa na vida de Conan Doyle: realizava ele suas experiências medianímicas, através da chamada mesa girante, quando então teve oportunidade de perguntar às entidades espirituais quantas moedas trazia nos bolsos, e a mesa lhe respondeu:

- Estamos aqui para instruir e elevar as almas, não para adivinhações – acrescentando – o que queremos implantar é um estado d'alma religioso e não de crítica.

Conan Doyle verificou, desde logo, que realmente os ensinos dos Espíritos lançavam forte luz sobre todas as passagens evangélicas, tanto que o levou a escrever, em seu livro intitulado “História do Espiritismo”, estas palavras:

“Perguntar-se-á por que as antigas religiões não salvam o mundo de sua degradação espiritual. Responderemos: todas tentaram faze-lo, mas todas têm fracassado. As Igrejas que as representam degeneraram e se tornaram mundanas e materiais. Perderam o contacto com a vida do espírito e se contentaram com o referir-se aos tempos antigos e entregar-se a umas orações e a um culto externo à base de tão arrevesadas e incríveis teologias, que a inteligência honrada sente náuseas só em pensar nelas. Ninguém há se mostrado tão céptico e incrédulo acerca das manifestações do Espiritismo como o clero, não obstante ostentar uma crença que só se funda em fatos análogos aos nossos, ocorridos outrora; sua absoluta negativa em aceitar agora esses fatos, dá a medida da sinceridade de suas convicções.”

O Espiritismo exerceu notável influência na vida de Conan Doyle, e tanto isto é verdade que, em seu precioso livro “A Nova Revelação”, ele se serviu das palavras do grande pensador e poeta Gerald Massey, para externá-las como suas: - “O Espiritismo foi para mim, do mesmo modo que para muitos outros, como que uma elevação do meu horizonte mental e a entrada do céu. Foi como que a fé a se formar dos fatos. Tanto assim que a vida, sem ele, eu só a posso comparar a uma travessia feita, a bordo de um navio com as escotilhas fechadas, por um prisioneiro que vivesse todo o tempo alumiado pela luz de uma vela e a quem, de súbito, numa esplêndida noite estrelada, permitissem subir pela primeira vez ao tombadilho, para contemplar o prodigioso mecanismo do firmamento, flamejando a glória de Deus.”

Depois que terminou seus seis volumes sobre a “História da Primeira Guerra Mundial”, consagrou Conan Doyle todo o seu tempo à causa do Espiritismo. Por toda parte, consideráveis multidões assistiam às suas conferências, durante as quais desenvolvia os artigos de sua nova fé religiosa: - o Espiritismo!

Conan Doyle dispunha de inigualável poder de observação e dedução, sem sombra de dúvida um missionário que fez o Espiritismo conhecido e respeitado na culta Inglaterra; e ele, tal como o inconfundível mestre Allan Kardec, chegou à conclusão lógica, conclusão, aliás, a que chegam todos os homens cultos e sinceros, que o Espiritismo, sem a feição religiosa, foge completamente à sua finalidade – encaminhar as criaturas para Deus!

Título original : Arthur Conan Doyle
Autor: Sylvio Brito Soares
Fonte: Os Grandes Vultos da Humanidade e o Espiritismo