quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A FACE ESPÍRITA DE VICTOR HUGO

Das figuras exponenciais da cultura deste mundo podemos destacar com absoluta segurança, Victor Marie Hugo (Besançon 1802 - Paris 1885). Poeta, romancista emérito, produziu também coletâneas líricas e peças de teatro. Também exerceu a arte da pintura. Foi defensor intransigente da democracia e da melhoria social do seu povo, tornando-se, por isso, hostil aos interesses de Napoleão III, fato que o obrigou (1852) a exilar-se em Jersey, depois em Guernesey. Nesta localidade participava de reuniões espíritas. Retornou à França em 1870.

Do Plano Espiritual tem nos brindado com romances extraordinários, recebidos pelos médiuns Divaldo Pereira Franco e Zilda Gama. Seus livros espirituais, apresentados com riqueza verbal invejável, nos trazem acontecimentos autênticos de encarnações do passado e suas conseqüências nas reencarnações futuras, visando o nosso esclarecimento e aprimoramento moral. Como todo espírito elevado, não deixa de tecer críticas sobre o mau comportamento humano.

"Deus na sua onisciência absoluta houve por bem criar os seres humanos com todas as faculdades anímicas, que eu denomino negativas e positivas - estas simbolizando o Bem, aquelas o Mal."

Recentemente um documentário sobre o livro "Os Miseráveis" chamou-me a atenção para o lado espírita de Victor Hugo. Nele, um dos estudiosos da obra de Hugo afirma que os espíritos o incentivaram a concluir e publicar o livro que se tornaria um marco na literatura mundial, por dar voz e luz a uma população geralmente esquecida, diminuída ou marginalizada pelos autores anteriores à sua época.

O escritor francês foi condecorado cavaleiro da Legião de Honra em 1825, membro da Academia Francesa e foi eleito deputado constituinte de Paris em 1848 e 1849. Foi eleito presidente do Congresso Internacional da Paz em 1849. Em 1852 um decreto do governo de Luis Napoleão o expulsa da França e ele vai para a ilha de Jersey, onde teve contato com a mediunidade e os espíritos. Hugo só voltaria à Paris após a proclamação da república, mesmo tendo sido anistiado.

O livro de Maria do Carmo Schneider, de leitura agradável, focaliza o lado espírita de Victor Hugo, conectando-o à sua obra.. São impressionantes os poemas obtidos pela via mediúnica na ilha de Jersey e os espíritos com quem comunicava-se, que adotavam pseudônimos poéticos como "Sombra do Sepulcro", "Dama Branca", "Leão de Ândrocles" e "Pomba do Arco". Poetas famosos também assinavam as comunicações, como Molière, Ésquilo, Shakespeare, Dante e Camões.

A pena dos historiadores e biógrafos de Victor Hugo muitas vezes o considerou um "louco no exílio", assim como foi feito com outras personalidades notáveis que se tornaram espíritas ou espiritualistas como William Crookes e Robert Owen. Em sua "loucura genial" Victor Hugo ainda publicou mais de vinte grandes obras, como "O Homem Que Ri", "Os Miseráveis", "William Shakespeare", "Trabalhadores do Mar", "Torquemada" e outras obras memoráveis.

Além do trabalho de Maria do Carmo, quem desejar conhecer uma abordagem filosófica da obra de Victor Hugo, pode ler o livro "Victor Hugo, Espírita", escrito pelo espírita argentino Humberto Mariotti e publicado em português pela editora EME.

Como um presente ao leitor do blog, fica um dos poemas mediúnicos da Ilha de Jersey, ditado pela "Sombra do Sepulcro":


"Espírito que quer saber o segredo das trevas,
E que, segurando nas mãos a terrestre chama,
Vem, furtivo, apalpando nas nossas fúnebres sombras,
Espicaçar a imensa tumba,

Retorna ao teu silêncio e sopra tuas velas,
Retorna à noite de onde algumas vezes sais;
O olho dos vivos não lê coisas eternas
Por sobre os ombros dos que não vivem mais."

(Resposta a Hugo da Sombra do Sepulcro após duas perguntas dirigidas a Molière). Leia sua interpretação na página 52 do livro de Schneider.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O ROMANCE PSICOGRÁFICO DE CHARLES DICKENS

Charles Dickens foi, na opinião da Enciclopédia Britânica, talvez o maior romancista inglês e, sem dúvida alguma, o mais popular de seu tempo. Os títulos de seus livros formam uma lista de sucessos: “Pickwick Papers”, “Oliver Twist”, “A Christmas Carol”, “The Chines”, “David Copperfield”, “A Tale of Two Cities” e outros. Um dia, seu amigo Willie Collins pediu-lhe que escrevesse um romance policial, que era novidade então. Dickens iniciou, pois, em alguns meses, “The Mystery of Edwin Drood”.

Contratara a publicação da estória em 12 capítulos mensais numa revista e fizera questão de especificar, no contrato, que, se morresse, os direitos autorais seriam pagos aos seus herdeiros, exigência essa que nunca apresentara antes.

Terminado o sexto capítulo, morreu o autor sobre a mesa de trabalho, aos 58 anos de idade. Os leitores que vinham acompanhando mais aquela fascinante novela do mestre ficaram desolados, sem saber de que maneira Dickens desejava terminá-la, pois não deixou notas.

O problema, porém, não era insolúvel. No ano seguinte à sua morte, isto é, em 1871, um jovem americano chamado Thomas P. James, tipógrafo de profissão, errante por temperamento, foi parar num lugarejo por nome Bratteboro, no Estado de Vermont. Lá, hospedou-se na casa de uma senhora idosa que alugava quartos. Thomas tinha um fraco por moças bonitas e justamente ali em frente morava uma que o interessava no momento. A velha dona da casa praticava o Espiritismo e o tipógrafo, vez por outra, assistia às sessões. A 3 de outubro de 1872, Thomas informou à sua hospedeira que iria terminar o livro inacabado de Charles Dickens. A partir de então, recolhia-se com freqüência ao seu quarto e, ao cabo de algum tempo de meditação, como se estivesse em transe, escrevia febrilmente páginas e mais páginas, durante horas.

A despeito da discrição daqueles que sabiam do fato, a coisa acabou por transpirar e a casa da senhora foi invadida por curiosos e repórteres que desejavam testemunhar o fenômeno. Thomas P. James tivera pouca oportunidade de freqüentar a escola. Terminara seus estudos aos treze anos de idade, sem completar nem mesmo o curso primário. Era de temperamento folgazão e pouco dado à literatura. Ele próprio dizia, ao escrever os capítulos faltantes de “O Mistério de Edwin Drood”, que nada daquilo era seu, nada criava; apenas escrevia o que Dickens lhe ditava.

Por mais que se farejasse fraude, não foi possível admiti-la – a coisa era limpa e clara; o jovem tipógrafo estava escrevendo tal como Dickens, sabia de cada personagem, usava a linguagem inconfundível do grande romancista. O livro está aí para quem quiser ler, até hoje. A não ser que se conheça a sua gênese, não se pode dizer onde parou o Dickens “vivo” e onde retomou o Dickens “morto”, através da mediunidade de Thomas.

Sir Arthur Conan Doyle, o imortal criador de Sherlock Holmes, espírita convicto e esclarecido, mas pesquisador frio, promoveu uma investigação cuidadosa do assunto. Suas conclusões foram publicadas na “Fortnightly Review”, em dezembro de 1927. Thomas P. James nunca revelou talento literário, antes de “Edwin Drood”, e jamais voltou a escrever qualquer coisa parecida. No entanto, lá estavam o estilo de Dickens, seu vocabulário, sua técnica novelística, a psicologia das suas personagens. O veredicto de Sir Arthur é este: “Se é que isto é uma paródia, tem o raro mérito entre as paródias de nunca destacar ou exagerar as peculiaridades do original”.

Por ocasião do lançamento do livro, um jornal de Springfield, Mas., qualificou Thomas P. James de “digno sucessor de Dickens”. Outro órgão da imprensa, em Boston, foi mais claro e chegou mais perto da verdade: “James não poderia ter escrito este livro sem a ajuda de Dickens – seja ela espiritual ou de outra maneira que desconhecemos”.

Opinião sensata, leitor. Sobrevivente, Charles Dickens quis apenas demonstrar ao mundo uma verdade elementar que tanto custamos a admitir: a de que todos nós sobrevivemos à morte física, levamos para o plano espiritual a nossa bagagem psíquica, cultural e moral e que, finalmente, podemos entender-nos perfeitamente, Espíritos e homens.

O nosso querido Francisco Cândido Xavier – o Chico – também já escreveu, em mais de quarenta anos de mediunidade (1) , milhares e milhares de páginas de autoria de muitos Espíritos que se passaram para o lado de lá.


Título original : O Mistério de Edwin Drood
Autores:
Luciano dos Anjos e Hermínio C. Miranda
Fonte:
Livro: Crônicas de um e de Outro
(1) Este artigo foi escrito há mais de 20 anos, e o Chico continuava em atividade.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

COMPREENDO COISAS QUE ERAM MISTÉRIOS


"Com saudades envio essas linhas.
Meu novo lar me fez compreender coisas que antes para mim eram mistérios.
Essa compreensão me trouxe paz e esperanças de reencontrar m dia meus queridos afetos.
Já não sofro e as dores da carne se foram me trazendo um conforto muito grande.

Nesse imenso céu, sinto a presença Divina que não cessa de nos acompanhar, pois está em toda parte e dentro de meu coração.
Que todos possam compreender minha partida e que a dor também possa cessar em seus corações.

Todos um dia deixaram seu lar Terra e encontraram novas moradas, onde o Pai Maior fez para cada um, segundo seus merecimentos.

Uma flor a cada um de vocês, como gratidão pela vida na família e pela morada de minha existência.
Que Jesus os abençoe e sigam seus caminhos em paz".

Assinado : Thereza (psicografia)

Data: 05 de novembro de 2009
Local : Mongaguá (SP)
Médium: M.L.B
Imagem: Flickr. Autor: Chadmiller

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

POR QUÊ TEMOS QUE RENASCER NESTE MUNDO ?


Por quê temos que renascer neste mundo? Não progrediremos melhor nos planos espirituais onde, segundo o Espiritismo, tudo é melhor?

A evolução é um progresso contínuo. Nós temos que conceber o problema, não apenas através da nossa concepção humana das coisas. Precisamos ir um pouco além. Precisamos compreender que estamos lidando com um processo universal, cósmico e que todo o Cosmo está implicado neste processo. Assim, quando estamos aqui na Terra passando por uma evolução necessária, é porque o nosso Espírito, dotado de potências que ainda não foram desenvolvidas, precisa, na vida terrena, dos choques da vida material, do contato, ainda, com a condição dos reinos inferiores, de que ele partiu.

O senhor pode ler na Bíblia aquele trecho alegórico, bastante importante, que diz assim: “Deus fez o homem do barro e da terra”. Ora, esta expressão nos coloca diante de uma verdade, que o Espiritismo comprova pela experiência. Deus tira o Espírito humano do Princípio Inteligente do Universo, que é um motivo de organização e de estruturação de todas as formas da matéria, desde o reino mineral até o reino hominal. Assim sendo, esse Princípio Inteligente tem potências que vão sendo desenvolvidas, através desses reinos. Portanto, se ainda estamos aqui na Terra é porque não estamos em condições,não poderíamos viver num mundo superior, onde nossa inteligência, a nossa sensibilidade, não estariam em condições de se relacionarem com as coisas circundantes. Não teríamos sensibilidade para captarmos as sutilezas deste mundo, para percebermos as coisas que nele existem e para convivermos com os seus habitantes. É por isso que continuamos a nos preparar na Terra até que atinjamos a condição necessária, para subirmos a mundos mais elevados.

A partir do livro “No Limiar do Amanhã
Lições de Espiritismo, do programa "No Limiar do Amanhã", de José Herculano Pires
Imagem: Flickr. Autor: h.koppdelaney

domingo, 27 de dezembro de 2009

AFINIDADES E AS UNIÕES ENTRE OS ESPÍRITOS

"Tenho 14 anos de idade, moro em São Paulo e sempre tive enteresse pelo Espiritismo. Há algum tempo, me surpreendi com sonhos que tive sobre lugares que eu nunca tinha conhecido ou pelo menos visto na tv ou internet. No começo do ano passado, tive um sonho com um lugar e quando fui viajar lembrei do meu sonho, quando me deparei com o mesmo lugar que eu tinha sonhado, fazendo a mesma coisa, com as mesmas pessoas... Do nada me veio um arrepio, fiquei assustada. Bom, nunca fiu num centro espirita mas tenho muita curiosidade de conhecer. Tenho medo, pois em minha família são todas protestantes. Mas sempre tive isso comigo. Também veio em minha mente agora a ocorrência de amores incondicionais por pessoas que sequer conheço. Há uma mulher por quem eu tenho um amor enorme; e ela por mim. Não dá para explicar. É como se fossemos mãe e filha. Ela é espirita, mas quando estou perto dela parece que nos conhecemos de algum lugar. O mesmo aconteceu com o meu namorado. Parece também que eu o conheço de algum lugar. É um amor inexplicavel o amor dele por mim e essa mulher à qual me referi é a mãe dele. Estou muito confusa". (I.C.M. - comentário à postagem "Os espíritos estão por toda parte")

Quando pensamos em afinidades, tendemos a entendê-las de acordo com os mesmos conceitos que temos para as ligações materiais. As afinidades existentes entre os espíri­tos são muito diferentes das que existem entre os homens. Os homens têm um corpo material, em que o aspecto físi­co é muito forte. As funções glandulares, por exemplo, são determinantes na atração existente entre um homem e uma mulher, fato que não existe entre os espíritos.

Os espíritos criam afinidades cuja base está na seme­lhança evolutiva. As boas tendências predominantes num espírito o farão associar-se a espíritos de igual condição. As tendências negativas são, da mesma forma, o impulso atra-tivo que aproxima espíritos negativos. Espíritos mis­sionários aliam suas forças, almas em busca de perfeição trocam ideias com almas que têm objetivos semelhantes.

Um mau espírito vai sentir repulsa por um espírito evoluído, pois sabe que suas tendências negativas podem ser percebidas por este. Um espírito com luz é uma ameaça para aqueles que não a têm, uma vez que ele poderá de­saprovar seu comportamento e opor-se a eles. É por isso que espíritos avançados sofrem ataques espirituais fre­quentemente, muitas vezes de seres que nem sequer co­nhecem.

O espírito bom, por sua vez, é capaz de sentir a mesma repulsa sem, no entanto, manifestar negatividade. Sua tendência será evitar a presença dos espíritos negativos, afastando-se deles sem raiva. Algumas vezes, porém, um espírito evoluído atrai um espírito sem luz que pode ajudar.

Esse é o caso dos terapeutas, dos médicos, dos assistentes sociais, dos artistas. Todos os seres que possuem uma mis­são espiritual atraem muitos seres desajustados em proces­so de purificação. É o magnetismo do missionário que gera algumas situações desagradáveis como telefonemas ino­portunos, fãs histéricos, inimigos ocultos. Esses fatos ad­vêm da vontade inconsciente que o espírito de pouca evolução tem de receber ajuda para crescer. Podem ser de­sagradáveis, mas representam importante pedido de socor­ro, que o missionário sensível saberá interpretar correta-mente, ao mesmo tempo que impõe seus limites.

O fato de que a semelhança de nível evolutivo é a base para as aproximações espirituais deu origem à regra geral de que um espírito atrai seus semelhantes. O bom espírito buscará os que têm igual padrão de vibração, e com eles sentirá grande afinidade. Os espíritos não deixam, contudo, de respeitar certas necessidades evolutivas e podem passar períodos de convivência com espíritos com os quais não têm afinidades.

No mundo dos espíritos é regra estarem unidos espíri­tos afins. Na Terra, onde os objetivos da evolução têm pre­cedência sobre as inclinações naturais, podem acontecer aproximações motivadas por: karma, provação e expiação. São esses fatores que regem as uniões espirituais, que de­terminam casamentos, sociedades, famílias e outros agru­pamentos espirituais conflituosos entre os espíritos encar­nados.

Quanto às uniões, elas costumam ser estáveis entre os espíritos harmonizados e tendem às separações no caso dos espíritos de pouca luz. Temos que separar as uniões no mundo dos espíritos das que acontecem na Terra.Os grupos espirituais desencarnados estão agrupa­dos por uma razão apenas: afinidade. É por isso que essas uniões são permanentes e acabam formando a chamada fa­mília espiritual. Seres assim reunidos reencontram-se muitas vezes, encarnados ou não, vivendo experiências de alto nível. Quando desencarnados, mantêm a memória de tu­do o que já viveram juntos, mas enquanto encarnados, não têm essas lembranças vivas; apenas sentem impulsos fortes de atração, que não conseguem definir racionalmente. Po­dem viver, nesse caso, a mesma situação que têm no mundo dos espíritos (como repetir a experiência de mãe e filho, por exemplo), mas podem estar apenas próximos, sem um en­volvimento familiar, e mantendo uma grande amizade aqui na Terra. Essa é a explicação para casos em que alguém afir­ma ter encontrado num colega de trabalho um irmão mais sincero do que um irmão carnal. Toda ligação entre espíri­tos afins de bom nível evolutivo é duradoura; por isso há mais felicidade nas uniões assim realizadas.

Aqui na Terra as uniões já não acontecem só pela afinidade entre espíritos de mesma situação evolutiva. Essa maneira de aproximação dos espíritos é a primeira incli­nação da alma e seria a mais espontânea forma de união. Os que já têm certa capacidade realmente acabam por se agru­par assim. No entanto, outras razões, de ordem material, de­terminam a aproximação dos espíritos encarnados, e todas elas são geradoras de conflito.

Convém comentar também que não existe uma união material ou espiritual totalmente predestinada, pois, acima dos desejos espirituais, está a força do livre-arbítrio, que pode alterar qualquer situação.

A partir do livro "Como enfrentar situações de perda", de Celina Fioravanti

sábado, 26 de dezembro de 2009

PARTI ANTES DE TI

Quero seguir cantando, nas águas calmas de um mar em luz

Quero correr estradas, beiradas de flores azuis

Com meus pés na terra, sentindo o cheiro do mato

Ouvindo pássaros ao longe

Deitar na relva úmida, sentindo a brisa calma

Das manhãs feitas em luz

Quero estar contigo

Sentir teus passos mansinhos

E sem saber que é você

Voltando pra ficar comigo

Sei de todo esse querer

Que me invade o peito

Porém não posso esquecer

Que não devo sonhar assim

Pois parti antes de ti

E assim, fico esperando

O dia em que vieres

Pra dizer-lhe o quanto te quero.

Assinado : Marcos (psicografia)

Data: 06 de agosto de 2009
Local : Mongaguá (SP)
Médium: M.L.B
Imagem: Flickr. Autor: Francesco Rachello

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

CRÔNICA DE NATAL : 'A MEMÓRIA FICA'

Meu avô Paiva comprou uma fazenda rústica em Eldorado Paulista, cidade fundada por garimpeiros, às margens do Rio Ribeira. No começo, para chegar lá, só de canoa.

Seguiam de trem até o Vale do Ribeira. Lá, subiam o rio num barco que mais parecia uma balsa, daqueles que cruzavam o Rio Mississipi.

Minha avó, com seis filhos pequenos, da elite de Sorocaba, não se conformava com o risco que corriam. Mesmo assim, meu avô teimou: era uma região primitiva, de florestas intactas, montanhas e rios limpos, plantações de banana e pouco povoada.

Meu pai e meus cinco tios passaram a infância lá. Pouco a pouco, o progresso chegou. Asfaltaram a BR 116 até Curitiba. Para chegar à fazenda de carro, pegávamos então uma estrada de terra em Jacupiranga, que hoje está asfaltada.

A modesta casa de pau-a-pique cresceu. Virou um casarão com muitos quartos. Ganhou piscina e um lago represado barrento, em que vivia um jacaré, dizia-se. Boato só revelado recentemente. Era para que as crianças não se arriscassem muito e não nadassem até a margem oposta.

O problema foi que fugir do jacaré mitológico passou a ser uma espécie de batismo e desafio da molecada. Cruzávamos o lago temendo o pior, chegávamos a outra margem e voltávamos a jato, com medo de sermos mordidos nos pés, apenas para provarmos o quanto fortes e corajosos éramos.

A família cresceu. Ao todo, dávamos 23 netos, com pouca diferença de idade, em que me incluo. A maioria foi batizada na pequena capela construída anexo. Nesse paraíso distante, passei a infância e adolescência, como meu pai.

Não havia telefone, TV. De dia, a criançada se entretinha na piscina, no lago, nas areias de praia do rio gelado e de águas transparentes, andava a cavalo pelas matas intactas, tocava a boiada com os vaqueiros. Ficávamos soltos. Com cada pequeno vigiando outro. Eventualmente, alguém rolava uma cachoeira. Só então um adulto era requisitado, para levaro ferido ao hospital mais perto - Iguape, 8o quilómetros.

Às noites, os adultos iam para a sala de estar do meu avô, com poltronas de couro, tapetes chineses, lareira. Só maiores de quatorze anos tinham a permissão de entrar lá. Quando os netos começaram a fazer quatorze anos, a regra mudou. Só maiores de dezoito teriam então o privilégio de testemunhara noitada dos adultos.

Nos restava o terraço de jogos. Lá, as brincadeiras de salão eram organizadas pelas tias e primos mais animados e criativos. Fazíamos coral com músicas da Jovem Guarda. Peças de teatro, em que representávamos histórias e tendas da família. Jogos de adivinhação. E cedo íamos para a cama para, antes do sol nascer, bebermos leite diretamente da vaca na cocheira ao lado.

A cidade de Eldorado ficava a 2 quilómetros. Animados, percorríamos a pé, todos os primos, cantando, sorvetes, um role pela praça central, visitar amigos, comprar varas de pescar e quem sabe arriscar uma sessão no único cinema da região. Procissões em feriados religiosos, não perdíamos uma. E arriscávamos nos misturar entre os campos de pelada.

Era a rotina dos três meses de férias de verão, que ganhávamos de presente. Nem todos os pais ficavam conosco. Deixavam a molecada lá, sob o comando da minha avó, sempre a mais animada e brincalhona, esóapareciam no Natal.

Então, a grande festa era organizada. Apenas no Natal era permitida a entrada de toda a criançada na misteriosa e imponente sala. Contávamos os dias com ansiedade. Vestíamos a melhor roupa. Abriam-se as portas e, solenemente, entrávamos, finalmente, naquele templo sagrado, em que os adultos passavam as noites debatendo sobre os mistérios dos negócios e da vida.

Num piano de cauda, eles se revezavam: Chopin, Beethoven, marchinhas de carnaval, choros. Bossa Nova? Não, muito ousada. Só minhas primas mais velhas tocavam no violão, que aprendiam nas férias com o professor e único músico de Eldorado, por quem todas eram apaixonadas. Cada um exibia o seu dote e, claro, rolava o Bife -música infantil que todos sabiam tocar. Muitas mãozinhas apertavam juntas aquelas teclas. Revezavam-se. Batucavam. O grande momento era enfim, abrirmos os presentes. Embrulhados e secretos, ao redor de um pinheiro plantado na própria fazenda. Brinquedos chineses, alemães, caros, sofisticados. Cada tio trazia mais de 30 presentes na vinda. Cada neto ganhava um presente pensado e escolhido apenas para ele. Não repetiam os mimos. No meu caso, como haviam seis primos da mesma idade, os brinquedos eram semelhantes aos dos outros, mas cada um, personalizado. Que vidão.

Para mim, toda criança tinha direito a uma vida como aquela. Não sei como alguém é capaz de aprender, sobreviver e trocar experiências, gerar filhos, ter paz espiritual, ser completo e virtuoso se nãovivenciou uma rotina no campo com muitos primos, abraçado por sua família, mimado e seguro, sem cruzar a névoa matinal de um vale, sem contar estrelas cadentes, sem sentir na pele as águas geladas de um rio ou os pêlos de um cavalo entre as pernas. Teria sido eu, uma das crianças maisfelizesdetodas?

Porém, a cortina se abriu, e começou o terceiro ato do espetáculo do destino. Meu pai, meu tio mais velho e meu avô morreram no mesmo ano. Um terremoto abriu uma fenda em nossos corações. O sentido de tudo se modificou. Perguntamos o que alimentou uma vingança caprichada e cruel. O que fez os deuses da felicidade se voltarem contra nós.

A família entrou em crise financeira. Os bens começaram a ser vendidos. Agrama deixou de seraparada. O gado morreu doente. O rio ficou poluído. A areia de suas praias, vendidas para a construção do progresso. E por fim, ousaram vender aquela fazenda tão fundamental paraavidadecadaum.

Intrusos viveram nela. Modificaram a sua essência e até as cores das paredes. Chegou a televisão, o telefone, a internet na região. Até uma pequena favela foi levantada na outra margem do rio.

No entanto, o céu é o mesmo. As montanhas ainda estão cobertas pela mata densa. O professor de violão ainda mora lá. Não deve ter tantas apaixonadas como antes, e deve ensinar também Renato Russo e Cazuza. E a memória fica. Não existe força do universo que a elimine. Memória igual a alma. É pura, transparente e imortal. Não se apaga. Lembrar não tem preço.

AO LONGO DA VIDA PERCEBEMOS ...

"Não sei o que me acontece, todos dizem que sou uma pessoa alto astral etc, mas eu não me importo comigo, com minha aparência (e tenho um companheiro de 8 anos,bem mais jóvem que eu)mas a verdade e que me desencantei de mim...fracassei como filha(não crescí profissionalmente),mãe, esposa etc hoje, não me cuido mesmo, me abandonei total e acho que mereço pouco da vida". (Anônima - comentário à postagem "Reencarnação: busque sentido e não provas")

Ao longo da vida você percebe algumas lições:

Percebe que criar expectativas é o mesmo que criar frustrações!

Que falar de seus sucessos, corre o risco de levar um balde de água fria!

Que para confiar em algumas pessoas é preciso ter discernimento, o melhor, é calar.

Percebe que discussões, acusações, julgamentos, só roubam a vitalidade, e nada resolvem!

Também percebe os equívocos ao longo da vida, que você faz, e as pessoas a seu respeito!
As más interpretações, as falsas convicções, só para poderem mostrar o próprio valor, que na verdade, não tem fundamento algum, é só papo furado!

Que palavras, são apenas palavras! Mas que elas podem ferir, machucar, e marcas indeléveis deixar! Por outro lado, podem não ter efeito algum! É relativo!

Que se você não é você mesmo de verdade, as pessoas abusam de sua bondade, então, um belo dia, você se encara, encara os outros e enfim aprende a dizer: Não! Não quero! Não posso... E tudo muda!

Percebe o quanto é valioso o silêncio, a observação! Que é bem melhor guardar um segredo para si, do que dividir! Mesmo porque, um segredo dividido, já não é mais segredo!

Percebe que o dinheiro é importante sim, e aquele que diz que não é, é hipócrita, ele abre caminhos, ajuda a dar mais conforto, e realizar alguns possíveis sonhos!

E por fim, percebe que tudo na vida passa, que realmente, tudo é efêmero... Que a única coisa que permanece no coração das pessoas é a maneira que você as fez sentir, seja bom ou ruim!

Percebe que: A vida é sua! O caminho é seu! A escolha é sua! A vontade é sua! O pensamento é seu! A dor é sua, assim como o prazer!

E que você não deve absolutamente nada a ninguém, e nem precisa agir só para agradar, mas que o fundamental, o principal, é agir de acordo com o que diz seu coração, o seu sentir... Tudo o mais, faz parte da caminhada!

Então... Porque não colocar estas lições realmente em prática?”

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

ACHO QUE DEUS TEM SEUS FILHOS PREFERIDOS

"Me identifiquei muito com um comentário que li, sobre se sentir fora do contexto no mundo. É exatamente assim que me sinto... Me sinto como se não eu não tivesse o direito de ser feliz, porque em minha vida, quando algo parece que vai dar certo, de repente, tudo despenca, sabe... parece que alguem lá em cima diz assim: "não! ela não tem direito". Já não tenho forças nem para sonhar mais, porque sei que nada vai dar certo. Nunca deu... Já me perguntei inúmeras vezes o que estou fazendo aqui... Não tem sentido... Não acredito em Deus porque acho que se existisse e nos amasse, nos pouparia de algumas coisas desnecessárias mas que nos fazem sofrer... Acho que Deus tem seus filhos preferidos... Igual aos pais mesmo: o filho pode ser o que for, fazer tudo errado, mas ele tem tudo dos pais, todo o amor e proteção que precisam. Estou muito cansada.... nessa estrada da vida, fui perdendo algumas coisas pelo caminho e me sinto como se nada mais tivesse para perder, nem para ganhar.. Estou no fim!!! (Regina - comentário à postagem "As Visitas de Chico Xavier")

Cada espírito tem seus objetivos encar­natórios, objetivos esses que atendem às suas necessidades individuais de aprendizado. E as princi­pais lições a aprender relacionam-se com as situações kármicas, com os testes da vida.

Para entender melhor é preciso esclarecer que o 'karma' não é um objetivo de uma encarnação. O espírito que tem certo discernimento poderá escolher antes de en­carnar quais situações kármicas quer vivenciar, o que cer­tamente haverá de estabelecer algumas imposições e limites a esse espírito. Essas situações kármicas determinarão a família que o acolherá, qual o companheiro que lhe será possível encontrar, quais os filhos que deverá gerar, com quais amigos conviverá, em que grupo racial nascerá e, até mesmo, em qual país encarnará. É interessante conhecer mais sobre a questão do karma, pois isso nos permite com­preender certos fatos relacionados com aquele que desen­carnou e sua ligação com o sofrimento experimentado pelos que o amavam na ocasião de sua morte.

As dificuldades estão entre os objetivos principais do espírito que en­carna. Havendo certa capacidade por parte do espírito, lhe é permitido escolhê-las antes de encarnar. Quando ele tem pouco conhecimento, cabe a Deus estabelecer as condições expiatórias para que cumpra seu aprendizado. Desse ponto de vista, as dificuldades da vida de cada um são excelentes oportunidades de crescimento. Quando corretamente inter­pretadas, as dificuldades que temos representam limites a ultrapassar, e não um sofrimento sem razão de ser. É ver­dade que a dor trazida por uma condição expiatória difícil abate qualquer alma e pode gerar até uma sensação de pe­so insuportável. Mas se for possível manter a mente clara, haverá facilidade para entender aquilo que a dificuldade es­tá tentando ensinar.

Sempre existe uma lição por trás de acontecimentos negativos, sempre há acréscimo de sabedoria a alcançar nos momentos difíceis. Não se trata de ficar conformado, inativo, deixando-se derrubar por algo ruim. É aprender com a dificuldade e depois incorporar o aprendizado à bagagem que o espírito traz. Entendida a lição, partir para novas atitudes, nas quais se incluem todas as maneiras de superar tal dificuldade.

Os espíritos que acumularam alguma luz e podem pas­sar a irradiá-la assumem tarefas espirituais de maior res­ponsabilidade. Quando alguém se dedica à caridade, à ins­trução espiritual, às atividades mediúnicas de alto nível, ao serviço de cura, está cumprindo uma missão. Essa maneira de prosseguir sua evolução afasta muitas das condições ex­piatórias, pois, ao servir, o espírito não está mais visando apenas o seu próprio crescimento, mas está colaborando para que outros espíritos possam melhorar sua situação ma­terial e espiritual.

As provações também são um objetivo encarnatório. São testes para o espírito que já adquiriu algum avanço. Elas existem para mostrar ao homem o que ele realmente alcançou e o que ele pensa que já realizou, mas que ainda está por fazer. Por exemplo: um homem passa anos de sua vida tentando superar a impaciência. Ele tem consciência dessa falha na sua estrutura e deseja eliminar esse compor­tamento. Recorre à terapia, a orações, à meditação e, um dia, acredita que já é senhor da paciência. A partir daí ele pode, a qualquer momento, ser testado para demonstrar se realmente superou sua deficiência. São filas de banco insu­portáveis, subordinados incompetentes, filhos arrogantes, tarefas extremamente repetitivas. Várias situações, em to­dos os níveis, podem aparecer em sua vida para que de­monstre a si mesmo se tem o domínio desejado: o poder so­bre a impaciência.

Existem provações maiores e menores, elas dependem da seriedade do objetivo e da luta interna do espírito. Cer­tos valores espirituais trazem provações dificílimas, pois a alma que os conquista deve mostrar que realmente incor­porou à sua natureza tais valores. Os testes acontecem num grau menor durante a vida em que a alma trabalha para dominar uma deficiência. Depois que se julga possuidor de determinada qualidade, o espírito pode ser testado noutras existências. Nesse caso, os testes são mais severos, exigin­do mais força espiritual para demonstrar sua verdadeira condição. No exemplo acima citado, no qual o domínio da paciência era o objetivo da alma, o mesmo espírito pode ser testado numa outra vida com a necessidade de cuidar por vários anos de uma pessoa entrevada num leito, sem poder sair e viver em liberdade.

Independentemente do objetivo encarnatório, o homem sempre conserva seu livre-arbítrio: ele pode ou não seguir suas determinações. A desistência em alcançar um objetivo significa perda de uma encarnação e dificuldade para reencarnar em outra oportunidade. É uma situação de atraso es­piritual que ocorre cada vez menos à medida que a cons­ciência do espírito vai se firmando.

Entre as razões para a falha no cumprimento de um ob­jetivo encarnatório estão as influências dos espíritos nega­tivos, que tentam a alma com as mais diversas ilusões de satisfação e felicidade eternas, longe dos sacrifícios en­contrados ao trilhar o caminho de um crescimento sadio.

Mas, então, só se cresce por meio da dor? A vida tem que ser uma sequência de padecimentos contínuos? Claro que não! É importante afastar a idéia de que só se consegue superar uma dificuldade por meio de muito sofrimento. To­dos os objetivos encarnatórios trazem em si a capacidade de realizar na mesma vida em que se aprende a lição que eles encerram a transmutação das energias negativas em positi­vas. Isso se faz com vontade firme de agir e serviço, muito serviço, principalmente pelo próximo. O trabalho que era uma expiação pode tornar-se fonte de riquezas materiais e de sucesso. Os relacionamentos familiares e afetivos con­flituosos passam a ser, depois de bem trabalhados, razão de felicidade e harmonia. A saúde frágil é restabelecida quan­do há envolvimento com uma missão e o indivíduo aprende a perdoar. Assim caminhamos, sempre, mas um degrau por vez.

A partir do livro "Como enfrentar situações de perda", de Celina Fioravanti
Imagem : Untitled blue

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

SOU, FILHA MINHA, APENAS UM SER QUE ERRA


"Sou assim, filha minha, apenas um ser que erra e que sofre quando erra.

Talvez meus reclames fossem mal interpretados e por isso faziam você se afastar de mim.

Gritavas comigo, como se fosse eu o último ser a ser respeitado na Terra.

Tua revolta me fazia sofrer e eu me escondia para chorar, pois não havia dor maior que vê-la assim.

Não sabias, porém que meu amor de pai era maior que tudo e eu pensava em apenas vê-la feliz, com saúde e isenta de qualquer mal.

Errei sei, em exigir de você, atitudes mais responsáveis, não deixando a você a liberdade de escolha.

Mas, a vida sempre nos ensina e ao deixá-la, deixei contigo meu coração, que pouco a pouco vai parando de bater, para que o seu querida filha bata com toda a força do amor, para ser feliz eternamente.

Teu velho pai, Alcindo".
Assinado : Alcindo (psicografia)

Data: 01 de outubro de 2009
Local : Mongaguá (SP)
Médium: M.L.B
Imagem: Flickr. Autor: Pipitdapo

domingo, 20 de dezembro de 2009

MEDO, FRATERNIDADE E TRAGÉDIAS NATURAIS




Tema do programa "Sagrado", da Rede Globo: como cultivar a fraternidade se vivemos com medo do outro? Este foi o 18o. episódio da série, que trata toda a semana de um assunto diferente, sob o olhar de diversas religiões.

Abaixo você vê os programa no. 6, que também falou sobre a visão espírita, e o 12o. que discutiu a razão das tragédias naturais:







sábado, 19 de dezembro de 2009

E ENTÃO A NOITE SE TORNOU LUZ . . .


A noite se tornou em luz quando encontrei meu caminho além. Diversas vezes pensei em desistir de encontrar a paz, pois não me conformava e não entendia estar longe de meus amados.

Hoje, porém, já posso seguir em paz, pois as lições aprendidas foram muitas e eu já não estou mais só. Encontrei verdadeiros amigos, aqueles que abriram seus braços e pude assim me expor perante eles, com minhas dúvidas, meus sofrimentos e minhas angustias.

Difícil deixar o lar, as pessoas, os amigos, a vida terrena, pois não compreendemos Deus, seus desígnios, seus caminhos de amor e justiça.

Falamos nele, juramos por ele, prometemos por ele e assim o pomos bem distante de nós, quando ele se encontra verdadeiramente dentro em nós. Abusamos de suas leis, de sua bondade, de nos ter dado a vida e assim o desrespeitamos como Pai amoroso que é.

Não percebemos as lições de seu amado filho Jesus, assim como seu exemplo de caridade, amor e luz. Iniciou uma nova vida além e aos poucos vou levantando meus olhos para a vida maior que encontrei após a pequena vida na Terra.

Aos meus, desejo a paz que me encontro, com meu beijo de carinho e respeito por todos.

Assinado : André (psicografia)

Data: 29 de outubro de 2009
Local : Mongaguá (SP)
Médium: M.L.B.
Imagem: Flickr. Autor : Fosforix

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A ORAÇÃO RENOVA NOSSAS FORÇAS


Atualmente estudiosos de todo o mundo se debruçam sobre os aspectos positivos da fé como auxiliar no tratamento de males físicos. Isto tem sido importante para ressaltar o valor da crença para o ser humano, mas mesmo para aqueles que confessam ter alguma religião, é importante cultivar um hábito que vinha sendo esquecido nos últimos anos: o da prece. Dentre os inúmeros benefícios da oração, podemos dizer que ela proporciona uma espécie de energia, equivalente ao processo de transfusão sanguínea e com benefícios igualmente semelhantes.

No plasma sanguíneo se encontram os glóbulos vermelhos, e o volume abaixo do normal desses glóbulos pode levar uma pessoa a ter anemia. Poderemos assim concluir que, no plasma espiritual, também encontramos substâncias que irão aumentar reservas de forças energéticas para superarmos nossas dificuldades. Guardadas as devidas proporções, poderíamos afirmar que a prece é um poderoso suplemento vitamínico.

Os males do dia-a-dia acostumam operar um desgaste de nossas energias.

A preocupação, o medo, a aflição, a ansiedade e o desespero são como grandes válvulas por onde nossas reservas de força costumam se desvanecer. Ocorre uma espécie de "hemorragia magnética". Isso explica o motivo pelo qual nos sentimos abatidos e desanimados quando enfrentamos uma determinada situação mais estressante. Vejamos como uma pessoa chega a envelhecer depois de atravessar uma fase de provações. Até os cabelos embranquecem, quando não caem. Perda de energia vital que a prece poderia repor.

A oração é o posto de abastecimento de nossas energias. É o momento de renovação de nossas forças. É o instante em que Deus fala conosco e nos supre dos nutrientes espirituais necessários ao nosso revigoramento. Quem ora é mais forte, quem ora é mais sábio, quem ora está mais perto de Deus, e, portanto, mais perto de equacionar seus padecimentos.

Entre logo nessa conexão divina e esteja on-line com Deus, em todos os lances de sua vida, e cure rapidamente essa anemia espiritual.

A partir do livro "Minutos com Chico Xavier", de José Carlos De Lucca

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NÃO FAÇA TEMPESTADE EM COPO D'ÁGUA


Há alguns anos estava reclamando com um amigo sobre quanta responsabilidade e dificuldade minha vida continha. Sua resposta teve um papel importante em minha transformação de vítima das circunstâncias numa pessoa que aceita a vida como ela é (na maior parte do tempo). Em vez de se condoer de mim ou partilhar comigo suas próprias dificuldades, ele me perguntou: 'Há alguma razão para você pensar que seria diferente do resto da humanidade?'.

Ele estava se referindo, é claro, ao fato óbvio, mas constantemente relevado de que a vida é feita de desafios, obstáculos, barreiras, reveses, dificuldades, percalços e problemas - para todos nós. Não há exceções. Não importa qual seja sua formação, raça, religião ou sexo - não importa que tipo de pais você teve, se foi o primeiro ou o último a nascer, se tem dinheiro ou fama, ou outros dados específicos da sua vida - você terá problemas. Caso encerrado.

É sempre mais fácil ver os seus problemas, e não os dos outros, e é bem verdade que alguns desses problemas parecem mais graves do que outros, mas ninguém tem a vida fácil, não na época em que vivemos. O velho ditado ainda está valendo, e o fará para sempre: as circunstâncias não fazem as pessoas, mas a revelam.

É muito útil ter em mente esse fato da vida. Coloca as coisas na perspectiva correta. Quando nos lembramos que a vida não é para ser isenta de percalços ou perfeita, tornamo-nos mais aptos a reagir aos desafios com justeza e graça. Em vez de nos aborrecermos ou cedermos às pressões a cada passo, conseguimos dizer algo como: 'Ah, bem, aí vem mais uma para enfrentar'.

Duvido que possamos chegar ao ponto em que apreciemos os percalços inerentes à vida, mas estou certo de que podemos aprender a ser mais complacentes. E, você pode bem imaginar, quanto menos lutamos contra os problemas e desafios, mais energia acumulamos para resolvê-los. Em vez de exacerbar as agruras que temos de enfrentar, podemos ver as coisas de outra perspectiva, incluindo as melhores soluções possíveis".

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

PERDA É UMA UTOPIA; NUNCA PERDEMOS NINGUÉM

"Escrevo essas linhas para que meus familiares compreendam que não pode haver ódio em seus corações. As grandes dores sempre nos tornam mais fortes, na medida em que compreendemos que tudo passa pelas Leis Divinas e somos sempre responsáveis por nossos atos, cumprindo-se assim a Lei de Causa e Efeito.

Toda 'perda' é uma utopia, não perdemos ninguém, pois estamos unidos não pela aparência física, mas pelos laços eternos do amor, e o reencontro para aqueles que acreditam é inevitável.

Não há em mim marcas ou dores, apenas cicatrizes, que nada significam, pois compreendi as lições que espíritos amigos me ensinaram.

Hoje vivo no auxílio daqueles que precisam encontrar o caminho Divino do amor e assim sou eternamente feliz.

Façam o mesmo, recuperemos os que pelas ruas andam perdidos, levantem os caídos, auxiliem os que choram e viram em cada um deles, minha presença em agradecimento eterno. Com todo meu amor e minha paz!"

Assinado : Rafael (psicografia)

Data: 12 de novembrode 2009
Local : Mongaguá (SP)
Médium: M.L.B.
Imagem: Flickr. Autor: OiMax

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A SUA TRISTEZA ME CAUSA MUITA DOR . . .

"Tinha o sonho de ser mãe. Engravidei, fiz tudo certo e no dia 26/10/2009 nasceu 'minha vida': um lindo garoto. Mas no dia 27/10/2009 o baque, uma cardiopatia grave que não foi detectada no pré-natal. Um dia antes da cirurgia, meu bebê sofreu cinco paradas cardíacas e faleceu, um mês e 3 dias depois da minha vida ter se transformado num mar de rosas. Desde então, não saio mais de casa. A dor é muito forte! Como posso viver sem meu guerreirinho!? (Comentário na postagem "A Dor da Perda Depende do Sentido da Morte")

Sou um mero pai adotivo de um belo garoto de 1 ano e seis meses e tudo que disser jamais se equiparará à dor experimentada por uma mãe. Por isto, uma vez mais, vou me socorrer da obra da escritora Celina Fioravanti , reproduzindo um trecho de seu livro "Como enfrentar situações de perda", em que há a mensagem de uma filha para a mãe que sofre. O texto é assinado pelo espírito de Andiara Luzia:

"Mãe, o seu pranto me assusta,. Ainda estou traumatizada por estar, tão de repente, afastada de você e do meu filhinho. Sinto também falta do meu esposo e de minhas amigas, mas o pior é ver o seu sofrimento. Há momentos em que eu posso sentir ao meu redor amparo, e quase me volto para os espíritos de luz que desejam me ajudar, conduzin­do-me para o lugar em que devo permanecer nesta nova eta­pa da minha existência. Mas sua dor, no último momento, me faz voltar as costas a eles e eu fico ainda mais uma vez perto de você, angustiada por não poder fazer nada para consolá-la.

Querida mãezinha, sua filha está viva e bem. Eu sofro muito mais por presenciar a sua dor do que por não poder estar ao seu lado. Quando desencarnei, não tinha lembran­ças do meu passado recente, sentia-me só e apavorada, pois não sabia onde estava. Aos poucos minha memória foi voltando e eu percebi que havia desencarnado. Recordei minha doença, a vontade de viver sendo afastada pela fraqueza, a entrega final do meu corpo de matéria. E curioso, mas não senti muita angústia, pois sempre acredi­tei nas vidas sucessivas, na vida como espírito e como matéria alternando-se naturalmente, como forma de apren­der. Esse entendimento não me livrou da dor de ver que os que deixei estavam sofrendo.


Nos dias que se seguiram à minha morte, fiquei vagan­do pela minha casa, pela sua, pelo meu local de trabalho. Eu estava me despedindo, estava me adaptando à minha no­va condição de ser. Em cada um desses lugares, pude ouvir e ver que era amada, pois tudo o que diziam de mim eram elogios. Eu não estava, porém, preparada para presenciar a dor dos que deixei, principalmente a sua. Essa dor cria uma massa cinzenta que me rodeia, quero fugir dela mas não consigo. Quando alguma pessoa faz uma oração pelo des­canso de minha alma, sinto alívio, até parece que a tal nuvem se afasta de mim. Mas é por pouco tempo, pois logo em seguida ouço o choro, presencio desespero e fico nova­mente isolada num espaço de pouca luz.

Já se passaram vários dias. Na contagem do tempo aí da Terra, ao todo faz dois meses que eu desencarnei. Tenho cada vez mais a consciência de que não posso ficar ao re­dor de vocês; sei que tenho que continuar, indo para onde me esperam. Mas você não me deixa ir. Entendo que não faz isso por mal, compreendo que a dor que se vive ao perder um filho é muito grande, mas, por favor, tente com­preender que esse seu sofrimento está me causando muita dor também.

Eu a escuto quando chama pelo meu nome, estou jun­to na hora em que vai ao cemitério enfeitar meu túmulo e fica quase desfalecida a chorar. Sinto quando deixa de fazer uma refeição porque está triste. É horrível para mim não poder ajudá-la nesses momentos!

Aqui onde estou é muito triste, não tenho com quem conversar, nem tenho nada para fazer. Logo eu, que era tão ativa! As horas não são contadas como aí, por isso tenho que tomar como base o tempo aí da Terra. Isso me faz ficar ainda mais tensa, pois o tempo parece que parou para mim. Tudo o que me liga à vida passada faz-me retornar às im­pressões materiais e me prende à situação indefinida em que me encontro. Lá onde me esperam há muito que fazer, bastante a aprender. Os espíritos de luz encarregados da mi­nha assistência estão sempre me chamando, mas faço como um surdo que não ouve nada e permaneço apegada a uma vida que não faz mais parte da minha realidade.


Tenho orado pela sua paz; visito-a enquanto dorme,
para lhe passar sonhos tranquilos, refazer sua estrutura, defendê-la dos espíritos sem luz que vejo tentarem se nutrir da sua desesperança. Mãezinha, você está muito in­defesa dentro dessa dor! O sofrimento intenso enfraquece a sua alma, deixando que ela se exponha a todas as almas sem luz que sugam suas energias. Como vai ser quando eu tiver que me afastar inevitavelmente de você?

André e Augusto, meu marido e meu filho, estão bem. Embora cheios de dor, um dá amparo ao outro. Nosso tem­po juntos tinha uma razão de ser que foi cumprida plena­mente, e agora eles se reorganizam para prosseguir, sem a minha presença, seu caminho evolutivo. Eles vão sentir mi­nha falta de um modo mais harmónico, e isso me dá muita força. Saber que podem prosseguir sem mim é motivo de tranquilidade para o meu espírito. Quando à noite André coloca Augusto na cama e eles fazem juntos uma oração pela minha paz, essa energia que me enviam é especial­mente importante, principalmente nesta fase indeterminada pela qual estou passando.

Assim como eu disponho de ajuda aqui, você também tem à sua disposição muitos tipos de ajuda. Esta fase, que é difícil, vai terminar quando você puder perceber que eu estou bem, viva, e isso será conseguido se você aprender aquelas coisas que nunca quis deixar que eu lhe ensinasse. Olhe, a vida não termina com a morte. Ao contrário, quem morre volta para a sua verdadeira vida, que é a vida espiri­tual. Quando isso acontece é um momento de libertação, pois o corpo que se tinha aí na Terra era material e, assim sendo, era perecível. O espírito não morre, ele só sofre processos de melhoria e, como não é matéria, não se decompõe. Agora eu estou melhor e mais inteira do que estive em qualquer momento ao seu lado. Não tenho dores, nem nenhum tipo de mal-estar físico. Só me afligem as emoções negativas que estão ligadas aos que aí deixei. É por isso que a sua dor me atinge tanto e me enfraquece.

Leia mais, assista palestras sobre assuntos espíritas e converse com pessoas que já passaram pelo que você está passando para sair desse mar de dor em que está se afogan­do. Eu quero você viva e integrada às suas atividades como sempre foi. Papai está aqui e em breve, quando eu puder en­contrá-lo, não desejo ter que lhe dizer que você está mal. Muito dessa sua ligação comigo foi concentrada pelo de­sencarne tão cedo de papai, você acabou por me fazer o centro e a única razão da sua vida. E isso não está certo, a maior razão que alguém tem para viver deve ser a sua própria vida, que é uma graça de Deus.

Se você não está conosco, deve haver uma explicação. Procure descobrir qual é, pois um espírito só desencarna quando termina sua tarefa aí na Terra. Se você está viva é porque ainda tem que fazer algo por si ou pêlos outros. Mas não caia no engano de concentrar numa outra pessoa o amor que tinha por mim. Espalhe esse amor por quantas pessoas precisem dele, indo fazer um pouco por todos os que mostrarem ter necessidade de ajuda. Isso é que é crescer.

Assim como você conseguiu vencer o apego que tinha por mim ao me deixar ir para a escola sozinha pela primeira vez, da mesma maneira que teve que superar suas incertezas quando tirei minha carteira de motorista e ganhei um carro, agora terá que me deixar seguir adiante. Compreenda que eu preciso ir, que já estou atrasada. Sua insistência no pranto e seus chamados me aprisionam. Preciso vê-la bem para poder ir em paz; faça isso por mim e terá sua filha muito mais viva e feliz do que está neste momento. Ajude-me, querida mãe! Preciso de você mais do que em qualquer mo­mento em que estivemos unidas antes.

Temos que dizer adeus, mas é um adeus temporário. Pense em tudo o que eu lhe disse agora que mais tarde, ao acordar, vai recordar apenas em parte, como se tivesse sido um sonho. Você vai acabar compreendendo por que preciso da sua ajuda. Vou colocar minha mão sobre a sua cabeça e beijá-la na fronte. Diga-me adeus, sem dor, sem choro. Logo mais estaremos de novo juntas. Este é apenas um intervalo".

A partir do livro "Como enfrentar situações de perda", de Celina Fioravanti

domingo, 13 de dezembro de 2009

ASSEAMA: O NATAL E A ESPIRITUALIDADE DOS ANIMAIS

Há alguns meses, através da postagem "Animais recebem tratamento espiritual", tomamos conhecimento do trabalho desenvolvido pelo "Centro Espírita Vicente Cerverizo", na Vila Medeiros, na Zona Norte de São Paulo, algo pioneiro no tratamento erspiritual de animais e no apoio a seus donos. O lugar é o único do Brasil no gênero e nasceu do trabalho também inovador do veterinário Marcel Benedeti, presidente da Associação Espírita Amigos dos Animais (Asseama). Segundo ele, quaisquer animais são passíveis de tratamento espírita “uma vez que todos são seres que merecem atenção”. Pois a reportagem até hoje é uma das mais acessadas do blog, tanto nessa página original quanto na Abril Blogs, despertando curiosidade e interesse dos leitores, espíritas ou não.

Passaremos a divulgar, então, com a ajuda de Luciana Gomez, membro da Asseama, as atividades desenvolvidas pela entidade.

No dia 19/12, às 19:30 horas, a Asseama realizará a palestra "Natal Com Jesus," na qual abordará "a importância de se ter uma comemoração de Natal mais condizente com os preceitos de Jesus", diz Luciana.Serão oferecidas receitas para a Ceia de Natal (Vegetariana) e no dia 20/12, às 15:00 horas, haverá uma festa para as crianças, com apresentação de animais e uma peça de teatro voltada para a conscientização dos pequenos ao bem estar animal. Ao final, as crianças terão a presença de Papai Noel e a distribuição de brindes. E já estão abertas as incrições para o curso "Espiritualidade dos animais",. É necessário comparecer pessoalmente para fazer a inscrição e as aulas serão ministradas todas as quintas, a partir das 20 horas.

Os eventos acontecerão na sede da Asseama, na Rua Manoel de Moura, 63, Parque Vitória, São Paulo. Telefone: (11) 3534-3643. Para maiores informações acesse o Blog de Macel Benedeti ou o site da Asseama.

Artigos relacionados:
Animais recebem tratamento espiritual
Animais em sofrimento

SAGRADO : O ESPAÇO DE TODAS AS RELIGIÕES



Desde o mês de outubro, a diversidade religiosa ganhou um espaço na programação da Rede Globo com o programa "Sagrado", uma co-produção da Rede Globo com o Canal Futura. A série discute um tema atual por semana, mostrando a visão e o entendimento de cada religião a respeito de assuntos muitas vezes polêmicos como: violência urbana, liberdade de expressão, sexualidade, novas famílias, entre outros. Para atingir um público maior, "Sagrado" passou a ser exibido em diversos formatos. Na Rede Globo, uma peça de dois minutos de duração vai ao ar diariamente pela manhã, às 6h05. Às sextas-feiras, o programa "Mais Você", de Ana Maria Braga, debate o tema da semana, utilizando o material da série. Aos domingos, às 6h50, os programas são reunidos em uma edição especial de 10 minutos. Já o Canal Futura, exibirá diariamente a versão integral das peças em dois horários, às 7h15 e às 18h45.

Diferentes religiões, cada uma delas contextualizada por um de seus representantes, estarão presentes na série. Além do catolicismo, que faz do Brasil o país com o maior número de católicos do mundo, e das igrejas protestantes, que tiveram grande crescimento nos últimos anos, o programa Sagrado abre espaço também para as religiões afro-brasileiras, o espiritismo e para outras crenças trazidas por imigrantes, como o islamismo, o budismo e o judaísmo. A série teve a consultoria do antropólogo Emerson Giumbelli:

"O programa é um convite para o telespectador aprofundar seu interesse pela diversidade que caracteriza o mundo religioso no Brasil. Proliferam na sociedade preconceitos e desinformações sobre esse mundo. A série procura dar uma contribuição para o estabelecimento de uma relação mais igualitária entre diferentes tradições religiosas, ao propiciar a várias delas visibilidade e expressão públicas", explica Giumbelli.

sábado, 12 de dezembro de 2009

ESTAVA VAGANDO EM BUSCA DE LUZ


"Sou apenas alguém que adentrou esse lar e sentiu o calor vindo dos corações bondosos que amam e velam pelos que sozinhos vagam pelas noites.

Pouco tenho para oferecer, quase nada, pois não tive a oportunidade de ter um lar, de formar uma família.

Talvez seja esse meu destino, vagar pela noite em busca de uma luz acessa, brilhando na escuridão.

Gostaria de ficar com vocês, recebendo o calor amoroso do amor, porém, alguém me chama e sua voz é tão terna que não posso me recusar a ir.

Sua luz me torna imensamente feliz, uma alegria que tanto tempo não sentia.

É como acordar pela manhã e sentir o cheirinho bom de café... Precisamos de tão pouco para ser feliz!

Eu só peço aos que tem alguém, um lar, um amigo, uma alma boa que ajude nos momentos difíceis, conserve essa benção e agradeça ao céu por não estar sozinho.

Sei que Deus não desampara seus filhos, assim como eu o encontrei através dessa paz que agora me envolve.

Fiquem com Deus e meus agradecimentos pela oportunidade".

Assinado : Simão (psicografia)
Data: 30 de julho de 2009
Local : Mongaguá (SP)
Médium: M.L.B.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

NINGUÉM AMA TANTO A VIDA QUANTO UM VELHO

Gosto de alguns livros assim como gosto de algumas pessoas. Com vontade de estar sempre ao lado, de pegar, de passar a mão, de abraçar e beijar. E nem são, na maioria das vezes, os livros mais importantes que eu li. Dos grandes autores do mundo. Ou dos clássicos. Não. Vou citar um, que eu tenho certeza de que é pouco conhecido do grande público. Quem sabe, assim, ele seja descoberto, como aconteceu com a antologia O Silêncio de Deus, que mencionei numa crônica neste espaço e atraiu a atenção de inúmeros leitores, todos à procura do livro.

Eu me refiro a Memória e Sociedade, da escritora Ecléa Bosi, da Universidade de São Paulo. Tenho a primeira edição, de 1979, mas existe uma mais recente, da Companhia das Letras, que pode ser encontrada nas livrarias.

Memória e Sociedade tem um subtítulo: Lembranças de Velhos. E o livro é isso mesmo. Além de grande parte do volume nos informar filosófica e psicologicamente sobre a memória, ele reúne depoimentos de pessoas velhas, como são chamadas pela autora e pelos próprios entrevistados. Velho, pra mim, é mais forte, mais verdadeiro, mais bonito, inclusive, do que idoso e pessoa da terceira idade. Não gosto dessas fantasias com que vestem algumas palavras, imaginando que fiquem mais bonitas e respeitosas. Quero ser visto como um velho homem e não como um idoso ou, pior ainda, uma pessoa da terceira idade.

Reproduzo alguns pequenos fragmentos desses depoimentos, aguçando a curiosidade de vocês.

De uma velha de 90 anos, filha de empregada doméstica, em São Paulo, e ela mesma nessa função durante toda a vida. Falando da sua origem humilde, ela conta:

– A pessoa sendo simples, mas tendo sua casa e tendo pai, é outra coisa. Eu não tive pai nem irmãos. A vida era de muito sacrifício. Pagávamos dez mil-réis por um quartinho de telhas-vãs (telhas soltas, não fixadas). Uma noite uma vizinha precisou dormir conosco e chovia forte. Ouvimos o barulho de alguém que comia no escuro e minha mãe perguntou: o que você está comendo, Mariazinha? E ela respondeu: estou mastigando as pedrinhas de gelo que caem na minha cama.

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Outra velha, em seu depoimento, lembra da sua vida em família, quando jovem. Leiam que linda recordação:

– Meu pai tinha o culto da inteligência e do caráter. Dizia: nobreza só admito uma, a do talento. Lia muito e queria que lêssemos. Foram os irmãos mais velhos que nos prepararam para a Escola Normal. Papai criou um ambiente onde só havia uma obrigação: estudar. Roupa era só o necessário para andar vestido. Nossos pais tinham a vida deles, nós a nossa. Cada um vivia muito sua vida, voltado para o estudo. Não se saía de casa sozinho. Um irmão sempre tinha de acompanhar outro.

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E um terceiro e último fragmento:

– Nossa casa era de tijolinhos vermelhos e seis janelas. As janelinhas do porão eram mais altas que a rua. A casa marcou nossa vida de tal forma que até hoje, em todo sonho e pesadelo que eu tenha, volto para lá. A casa foi demolida. Um pouco antes, ainda entrei nela. Não subi, mas estive no porão. O que será que procuro lá?

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Espero que essas pequenas lembranças de velhos despertem interesse e levem vocês até uma livraria. Quanto a mim, já li e reli esse livro várias vezes e essas histórias me encantam e me emocionam.

Há muitas reflexões sobre a velhice. Talvez até mais do que sobre a infância e a mocidade. Isso, muito provavelmente, porque essas reflexões são feitas pelos velhos. De todas as que conheço, gosto muito de uma que deixo aqui para vocês. É de Sófocles, quase 500 anos antes de Cristo: "Ninguém ama tanto a vida como o homem que está envelhecendo".

Manoel Carlos
A partir da Veja Rio. Leia no original

Imagem: Flickr. Autor :
Zarko

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

BH TEM CURSO SOBRE 'CINEMA ESPÍRITA'

Recentemente noticiamos o 'boom' do cinema espírita nacional, que em 2010 prevê o lançamento de cinco filmes, na esteira do sucesso de "Bezerra de Menezes - Médico dos Pobres" e da expectativa da biografia de Chico Xavier, em filme dirigido por Daniel Filho e que comemora o centenário do médium mineiro. Ao mesmo tempo, recebi dias atrás uma dica sobre a criação de um curso de cinema direcionado a espíritas. A idéia nasceu da intenção de divulgar a doutrina e ganhou corpo em Belo Horizonte, através de Thiago Franklin e Henrique Lisboa, que conseguiram reunir pessoas oriundas de diversas áreas profissionais, para um curso sobre o tema, realizado aos domingos na capital mineira.

Com professores conhecidos no cenário de produção cinematográfica, o curso pretende reciclar conhecimentos daqueles que já possuem experiência na área de cinema, e também trazer novas aptidões artístícas para aqueles que são leigos nesta área.

Para Henrique, é importante na atual fase do "cinema espírita" é ressaltar mais seu valor subjetivo e menos a forma. "Penso que a arte espírita ainda anda muito na forma, letras espiritas, termos espiritas, textos espiritas; mas tem andado pouco na essência,: enlevar sentimentos, proporcionar esperança, criar bom ânimo e por ai vai", afirma. E completa: "Na minha opinião, fazer cinema com os recursos do espiritismo não é somente roterizar e filmar um conto de Humberto de Campos ou um livro de André Luis, mas também, fazer com que o produto final seja de boa qualidade, que toque o sentimento contundente, que proporcione esperança, crie bom animo, nos leve para as mais belas expressões do amor e não que sejam devaneios de artistas vaidosos e que querem inventar a arte".

Os interessados em conhecer melhor o trabalho do grupo podem acessar o blog Cinema Espírita.