terça-feira, 29 de julho de 2008

VEJO FILHOS CHORANDO DE DESESPERO ...

Esta é a quarta postagem com trechos do livro "Fala Miguel", de Maria Helena M. Lapenda, uma obra psicografada que narra o falecimento e a trajetória, no novo plano de vida, do jovem Miguel Luiz Lapenda, assassinado aos 20 anos de idade, em setembro de 2000, vítima de assalto.

Mamãe, Gui . Não me canso de falar e quando puder, se assim puder, estarei junto de vocês, como sempre foi. Você nem imagina como eu tenho encontrado a adaptação mais depressa. Definitivamente, estava preparado para tudo. Sou feliz, muito feliz, mamãe! Eu me recordo bem, quando estava na janela lá de casa, desejando iniciar a reforma pelas paredes, minha maior reflexão agora, é a melhor reforma que venho fazendo, a de mim mesmo, junto com você, com o Gui, com a minha família.

A gente está mudando para melhor, mamãe. E isso é tão bom, nos traz tanta felicidade. Por falar nisso, meu obrigado de filho que me considero ao tio Pedro, ele é um cara muito legal, eu sempre achei isso. Sobre o papai, esqueçam. Qualquer comentário demonstra mágoa e isso não faz bem.

A gente anda numa elevação que dá gosto, não é mesmo? Gui, cara, como você é grandão! Eu admiro você, pra caramba. Sabe, olhando assim para você e ao mesmo tempo analisando tudo o que me rodeia onde estou, eu me pergunto: O que é que eu estou fazendo aqui? Esse lugar é seu. Lugar de anjo, de gente boa, de gente que só tem amor no coração, sem precisar de mais nada. Você é tão desprendido e eu tão imperfeito, estou aprendendo com você meu irmão. Mãe, não vejo a hora de me ser útil, de trabalhar. Mas ainda é cedo, tenho convicção. É que nós queremos abraçar o mundo quando chegamos aqui, sem preocupação, como é o meu caso. Tem muito jovem que chora de desespero quando vê os pais sofrendo. Eu tenho é paz na consciência, isso me dá energia. Eu quero dar um beijo especial na tia Annabel que nos acolheu, indicando o nosso caminho que já era aquele, só faltava à mão dela para nos levar. Eu estou feliz. Que Deus traga muita paz para esse lar amigo. Eu te amo, mamãe.

Assinado : Miguel Luiz Lapenda

Data : Natal de 2000.
Local : Centro Espírita: "Perseverança" - São Paulo (SP)
Médium: Marcus Vinícius Almeida Ferreira (Quito)
Para receber o livro em pdf,
peça por e-mail.

PARCEIROS DE VIDA : A TRISTEZA FERE O AMOR

"Li uma mensagem de uma mãe desesperada pela partida do filho para o mundo espiritual ele morreu de câncer. Foi maravilhosa a sua resposta para esta mãe sofrida. Deus queira que ela consiga superar esta perda. Quando a gente ama de verdade uma pessoa, seja filho, irmão, amigo a separação é muito dificil de aceitar. Eu já entrei em contato contigo. Perdi uma das pessoas que mais amava no mundo: o meu marido num acidente de carro. A dor é imensa, às vezes dá vontade de morrer também, mais sei que não é por aí, pois tenho dois filhos que só têm a mim agora. E sei que tenho a minha caminhada para seguir. Mas não é fácil. Sinto uma saudade imensa. Isso vai fazer dois anos. Hoje eu vejo o quanto amava o meu marido ou melhor o quanto amo. Mas preciso ser forte. Estou tomando antidepressivo porque não conseguia escutar a minha voz de tanta tristeza. Me ajuda meu irmão". G. (por e-mail)

Nas muitas manifestações que recebemos, boa parte relaciona-se à perda de parceiros de vida. Aqueles espíritos que escolhemos, antes de iniciarmos esta atual "viagem", para nos acompanharem e com eles compartilhar alegrias e tristezas. Para juntos evoluirmos, dia-a-dia, a despeito de eventuais pendências que possam advir de vidas passadas.

Mas, mesmo no caso de casais que não vivem o que chamamos de "amor de almas", parece insuperável a dor da ausência. Já disse o escritor e médium James Van Praagh que "entrar numa casa vazia pode ser, para quem perdeu o marido ou a mulher, uma das experiências mais difíceis do cotidiano. Quando nosso parceiro morre, o mundo parece desmoronar. Inicialmente, somos tomados pela perplexidade, como se nos encontrássemos num país estrangeiro e ninguém falasse nossa língua".

"Nós nos sentimos perdidos, como num pesadelo de que não conseguimos acordar. Vagamos como se estivéssemos adormecidos e, mesmo assim, uma terrível tristeza nos traz de volta à realidade. Nosso companheiro ou nossa companheira partiu e ficamos incompletos e vulneráveis. Não há ninguém que nos motive a despertar pela manhã ou nos convença a ir dormir à noite. Na realidade, não conseguimos enfrentar a hora de ir sozinhos para a cama. Tudo isso faz parte do processo normal de sofrimento".

"Perder nosso parceiro ou nossa parceira é, em certo sentido, perder parte de nós mesmos. Confiávamos um no outro, éramos íntimos, e nos apoiávamos em todas as ocasiões. Agora, quando mais precisamos de sua companhia, estamos sós. Tudo que construímos juntos parece sem sentido e vazio, porque não podemos compartilhar. Parece quase impossível fazer parte de um mundo em que ele ou ela não esteja mais presente" (A Força da Vida, pág. 8).

Qualquer um pode observar que, ainda entre casais aparentemente sem sintonia, o abalo é gigantesco. No dia em que um deles morre, o outro deixa de ser aquele de sempre. Prevalece a angústia. Alguns parecem jamais se recuperar e ficam as lembranças dos velhos dias felizes. Crêem que só serão verdadeiramente felizes quando se encontrarem de novo em espírito. Então, aquela parte deles que morreu renascerá.

Mas não é necessário esperar tanto. Nossa experiência demonstra que nada mais irreal do que a sensação de distanciamento, de perda. As pessoas a quem amamos e que continuam em nossos corações vivem em nós; mas não apenas isto. Suas almas nos acompanham em nossa jornada, mas, não menos certo, precisamos ajudá-los a nos ajudar. Nossa angústia é a angústia deles, quando sentem que nada podem fazer para nos consolar. Um exercício eficaz para ajudar a superar o trauma da ausência é conversar. Isto mesmo. Podem te achar maluca, mas você e eu (ao menos) sabemos que não é ! Converse com aquele que se foi, mas de maneira positiva, alegrando-se na certeza de que ele existe e assim ajudando-o a compreender seu novo estado. Fale com ele (ou ela) como foi seu dia, suas dúvidas, seus planos e peça a sua opinião. De uma maneira ou de outra, por iniciativa própria (quando permitido) ou por intermédio de espíritos de luz, seu recado lhe chegará, mesmo que através dos sonhos.

Pode ser um exercício doloroso, pois quem ficou quer mais. Mas lembre-se, sempre, que a ajuda precisa ser mútua. Portanto, tanto mais estará fazendo bem ao amor que se distanciou na medida que reconhecer esta verdade e aceitá-la, com paz no coração. Não se vincule a uma comunicação que pode nunca vir, pois a espera e a falta podem se transformar em flechas de dor. E sua dor, não se esqueça, é a dor dele (ou dela). Viva este momento com confiança na imortalidade do espírito, pois só esta certeza, sincera e sólida em seu coração, fará curar as cicatrizes e ajudar quem se foi.
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domingo, 27 de julho de 2008

PAIS E FILHOS: ESPÍRITOS QUE SE AJUDAM

“Deus do céu que saudade é essa???!!! Como pode ser tão dolorosa assim!! Tento melhorar.. Leio, busco entender... mas aí vem a saudadeeeeeee, e pronto! Parece que esqueço tudo que aprendi.. Me ajuda por favor! Preciso aprender a sofrer menos pra deixar ele VOAR livremente, sem se prender por aqui nessa minha dor. As vezes fico me culpando, martirizando.. é como se ele quisesse mesmo fazer um vôo e meu sofrimento fosse como espinhos que o prendessem .. Não quero ficar assimmmmm. Me ajuda por favorrrrr .. tá doendo demaisss !!!!!!! Preciso reaprender a viver. Tive tanta tanta força e fé pra ajudá-lo a lutar contra um câncer tão violento como foi o dele... Naquele tempo eu era a própria fé em forma de gente! Mesmo ele passando por tudo aquilo, eu conseguia fazer com que ele ficasse bem, sabe! No hospital ele era um exemplo de garra e determinação! E todos diziam que essa força, era eu que passava pra ele.. Eu sei que não era eu.. Mas eu conseguia fazer com que ele pudesse ficar bem e confiante.. E agora, é como se eu tivesse falhado. Não sei como ele está enfrentando tudo isso.. Seu nome é MICHEL, ele fez a viagem dia 17 de janeiro desse ano (2008).. Há seis meses eu estou nesse vazio.. nessa fraqueza... Antes tinha força porque ele estava aqui.. agora que se foi.. minhas forças foram junto...” Eliane (da Comunidade Partida e Chegada)

Todos sabemos que o sofrimento dos pais que perdem um filho é absolutamente diferente do de outras pessoas. A partida de um filho representa perda em muitos níveis, inclusive a morte dos sonhos e aspirações. Tais sonhos e aspirações caem num vazio sem fim de promessas não-realizadas e desesperança. Mesmo após terminar o processo do sofrimento e começarem a cicatrizar as feridas, o vazio não se fecha completamente. Eliane, muitos pais e mães nos chegam com raiva de Deus. Eles vêem a morte como forma de punição e se perguntam como um Deus de amor pode ter semelhante atitude. A experiência nos ensina que, nesses momentos, a palavra mais sábia pode soar vazia. Portanto, nos resta ser solidário, embora ressaltando que a crença na continuidade da vida demonstra que não existe um Deus vingativo e punitivo.

Todos os pais devem iniciar o caminho da recuperação encarando de frente as diversas fases do sofrimento, come­çando pelo choque e passando pela negação e a raiva. Muitas vezes os pais têm raiva de todos. Olham para os filhos de outras pessoas e não conseguem entender por que ainda estão vivos e o seu não. Um dia sentem-se melhores e dispostos; no outro, en­tram em desespero profundo. Muitos tentam acelerar o pro­cesso de sofrimento, pensando que assim não doeria tanto, mas estão apenas prolongando a agonia e a dor.

Sofrer a morte de um filho é um processo que destroça o coração. É essencial que tenhamos paciência, que não nos precipitemos. Não há um plano a seguir, nenhum calendário que ajude a controlar o desaparecimento da dor. Cada um se recupera de maneira diferente, num ritmo próprio. Com o tempo, o pai e a mãe talvez se dêem conta de que a intensidade da dor pela morte do filho começa a ceder. No entanto, os pais jamais se recuperam totalmente dessa morte. Apenas encontram maneiras de sobreviver a ela. Aqui no blog temos inúmeras histórias, nas quais eles descre­vem sua dor, revelando como os sonhos que tinham para os filhos foram destruídos. Alguns foram se recuperando e puderam ajudar outros na mesma situação. Outros se recolheram em si mesmos e encontraram uma força espiritual interior que jamais suspeitaram que tivessem.

Esses pais relatam que agora têm uma ligação muito mais forte com Deus e falam como o relacionamento com os filhos deu-lhes a chance de aprender sobre o amor. Uma história, como vê, exatamente oposta à sua, Eliane. Mas o importante é saber que o retorno de cada um de nós a esta Terra tem objetivos bastante definidos. Quando esse objetivo é cum­prido, partimos. Algumas almas necessitam viver uma vida longa, enquanto outras precisam apenas de uma experiência breve, antes de retornar a seu lar espiritual no céu. A escolha é feita antes de encarnarmos em nosso corpo físico. Quando conseguimos olhar a vida dessa maneira, aceitando que o tempo e o espaço são dimensões terrenas e que somos seres eternos, podemos começar a entender a natureza da vida e da morte com muito maior clareza.

Seu filho (e muito provavelmente, também você) esboçou antes de reencarnar esta trajetória de vida. Por alguma razão ele teve que passar por esta experiência, mas contou com a sorte de tê-la como mãe, com toda sua força e fé, que tanto o ajudaram nos piores momentos. Mas pense que também você, de alguma maneira, tivesse ou tenha aceitado tal provação, somente para estar perto dele e cumprir este papel. Isto explica, de certa forma, tamanha dor. A dor de quem muito ama e gostaria de fazer mais. Mas nossas existências são feitas de estágios, de momentos, que costumamos chamar de “vidas”. Este momento da longa história de vocês passou e teve a mais alta nota. E virão outros e outros, nos quais vocês estarão ainda mais ligados e solidários, num amor eterno, como eterno somos todos nós : espíritos aprendizes.
Não te direi como eliminar esta sensação de perda, mas tenha em mente a seguinte imagem: seu filho ainda existe em outro plano e, embora acredite no contrário (que deve ajudá-lo), pode estar certa que ele estará sempre por perto, retribuindo e reconhecendo todo o apoio que lhe deu em sua jornada. Sinta esta energia e se fortaleça, assim como fez com ele.

A LIGAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS


O relacionamento entre pais e filhos é o mais íntimo que existe. Um filho é a expressão mais plena do amor de um pai e de uma mãe. Nossos filhos são como extensões de nós mesmos. Desde sua chegada ao mundo mantemos olhos atentos sobre eles e os protegemos e preservamos de qualquer coisa que possa ameaçá-los ou feri-los. Contamos com os filhos para continuarmos vivos nas gerações futuras, muito depois de termos partido. Eles nos dão esperança e nos conferem imortalidade.

A ligação pais-filhos tem tantas ramificações em tantos níveis, que os vínculos ultrapassam o entendimento bio­lógico, emocional e mental. Afinal, essa ligação tem sua origem no nível da alma, naquele ponto em que um toma a decisão de estar com o outro, pois há um acordo a priori entre a alma que chega e seus pais. Com base na minha própria experiência, descobri que muitos desses acordos se fazem para promover crescimentos absolutamente ne­cessários nas áreas de auto-estima e autocomplacência. Às vezes um filho está ajudando os pais a aprenderem a amar. Às vezes os pais decidem passar por uma determinada situação, como a morte de um filho, de modo a poderem ajudar mais tarde outra pessoa. Sejam quais forem as razões, as experiências se passam todas no nível da alma.

Como já disse em meus livros "Conversando com os Espíritos" e "Em Busca da Espiritualidade", todos nós nos encontramos numa jornada espiritual. Somos centelhas individuais de luz, parte de uma luz maior ou da energia da força de Deus. Cada alma segue uma trilha individual durante a qual aprenderá sobre seu eu divino. Por isso, quando uma criança deixa prematuramente o mundo físico, é uma decisão da alma. Às vezes a alma não chega a completar o processo de nascimento. Em outras, parte de maneira cruel e inexplicável. O que é importante ter sempre em mente é que não existe morte. Os pais reencontrarão os filhos, assim como já estiveram juntos em muitas vidas passadas. Vale lembrar que o espírito dos filhos permanece vivo num mundo espiritual e está sempre consciente dos pensamentos e sentimentos dos pais.

MÃE, QUANDO QUESTIONAR SOBRE A VIDA...

Querida mamãe,
Quando se questionar sobre o sentido
da vida e do amor
Saiba que estou com você,
Feche os olhos e sinta o meu beijo
Na brisa leve que toca o seu rosto.
Quando começar a duvidar de que me verá de novo
Aquiete sua mente e me ouça.

Eu sou o murmúrio que vem do céu
Falando de seu amor.
Quando perder sua identidade
Quando se perguntar quem é e para onde vai,
Abra seu coração e me verá.

Eu sou o piscar das estrelas sorrindo para você,
Iluminando o caminho para sua jornada.

Quando acordar a cada manhã
Tendo esquecido os seus sonhos
Mas se sentindo contente e serena
Saiba que estou com você -
Enchendo suas noites com meus pensamentos.
Saiba que se reunirá a seu filho
quando chegar o seu momento de ir para casa, no céu.
O amor servirá de ponte enquanto estiver na Terra.

Quando se demorarem os vestígios da dor
E tudo lhe parecer tão estranho
Pense em mim e
Saiba que estou com você,
Tocando-a através das lágrimas partilhadas com
uma amiga querida Diminuindo sua dor.

Quando a aurora iluminar o céu
Na glória deslumbrante, acorde seu espírito
Pense em nosso tempo, tão breve, mas tão brilhante.
Quando você tinha a certeza de nós, juntos
Quando tinha certeza de seu destino.
Saiba que Deus criou aquele momento no tempo,
Só para nós
Querida mamãe, estou sempre com você.

Assinado : Joanne Cacciatore (psicografia)

OS ESPÍRITOS TUDO SABEM E TUDO PODEM ?

Os espíritos tudo sabem e tudo podem? Quantas pessoas já fizeram essa pergunta, e já ouvimos diferentes respostas. Por exemplo: já ouvimos que os espíritos, não sendo mais do que as almas dos homens que já viveram na Terra, nada tem a nos ensinar. Já lemos em livros de autores estrangeiros, traduzidos para o nosso idioma, que os mortos nada tem a ensinar aos vivos, porque são mortos. Por outro lado já deparamos com um grande número de pessoas que acreditam, que ao desencarnar os espíritos passam a tudo saber e poder.

Na pergunta de n.° 238 de "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec perguntou: As percepções e conhecimentos dos espíritos são infinitos? Em uma palavra, sabem eles todas as coisas? A reposta foi: Quanto mais se aproximam da perfeição mais sabem – se são superiores, sabem muito. Os espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes em todos os assuntos. Deduzimos dessa resposta que estão errados aqueles que pensam, que basta ser um espírito desencarnado para ter toda a sabedoria possível e conhecer todas as coisas e assuntos. Este é um triste engano que tem levado muitas pessoas à sérias decepções, e pior ainda, culpam a Doutrina Espírita por isso. Se tivessem se dado ao trabalho de estudar um pouco o Espiritismo, se forrariam de tais decepções.

Por outro lado equivocam-se os que pensam que os espíritos não tem nada a nos ensinar, pois, tem e muito. A sua simples manifestação já nos ensina sobre a imortalidade do ser, imortalidade dinâmica que caminha para a perfeição. Apesar das advertências, ainda existem os que se fanatizam por espíritos e acham que eles tudo podem e sabem.(...).

Saber o princípio das coisas, ter domínio sobre o tempo e ter todas as percepções são coisas de espíritos muito evoluídos. Sabemos que eles se interessam por nós, aliviam nossos sofrimentos, nos aconselham, mas como eles conhecem as finalidades dos acontecimentos, não se angustiam como nós. Eles se entristecem, mesmo, quando nos rebelamos contra a vida e contra Deus, pois sabem que as conseqüências serão, a de nos atrasar na evolução e trazer mais dores em nosso caminho.Vale a pena ser espírita? Claro que sim, mas ser espírita com lucidez, amante do estudo, do conhecimento (...).

Não pode existir Espiritismo sem estudo, sem aplicação do aprendizado, sem transformação moral, sem o desenvolvimento das potencialidades do ser. Somos seres em desenvolvimento. Somos imperfeitos, mas perfectíveis, por isso, os pequenos gestos de bondade ajudam em nossa caminhada. O Espiritismo é uma terapia para a alma cansada, doente, aflita, é a terapêutica do amor. Como não pode existir Espiritismo sem estudo, também não pode existir Espiritismo sem amor. Se você decidiu, espontaneamente, ser espírita, seja-o por inteiro. Desenvolva a fé racional, tenha por lema a caridade, espalhe em torno dos teus passos a bondade e a esperança.

Amilcar del Chiaro Filho
Jornal Verdade e Luz, nº. 182 (Março de 2001)

DO MARAVILHOSO E DO SOBRENATURAL

"Para os que consideram a matéria a única potência da Natureza, tudo o que não pode ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso, ou sobrenatural, e, para eles, maravilhoso é sinônimo de superstição". Allan Kardec. ( "O Livro dos Médiuns")

Os fenômenos mediúnicos são de todos os tempos e estão em todas as raças. Ao longo da história dos povos a intervenção dos Espíritos é como um sopro forte, agitando, sacudindo, alterando o clima psíquico dos homens. Essas presenças imateriais, constantes, vivas e atuantes entrevistas por muitos, pressentidas por outros, transformam-se, ao sabor das fantasias de mentes imaturas, em fatos maravilhosos e sobrenaturais coloridos com as tintas fortes da imaginação.

E à medida que o tempo avança a tradição oral se encarrega de transmitir os fatos maravilhosos de geração em geração. Muita coisa hoje considerada folclórica teve a sua origem em fatos mediúnicos, destes decorrendo superstições as mais diversas, profundamente enraizadas na alma do povo. Desde o feiticeiro, na mais antiga, remota e primitiva das aldeias indígenas, que pratica a sua medicina numa tentativa de esconjurar os maus Espíritos e atrair os bons, até o nosso sertanejo, o homem simples do povo, que e apega às simpatias para garantir a sua defesa contra os mesmos maus Espíritos e granjear a proteção dos bons, vemos o conhecimento espontâneo, intuitivo e natural que o ser humano tem da imortalidade da alma e da comunicabilidade entre os "mortos"e os vivos.

Embora muitas crendices tenham-se originado de fatos mediúnicos, há ainda uma enorme variedade de superstições que nada têm a ver com eles e são conseqüência da ignorância e do temor ante o desconhecido. Em decorrência surgiram as fórmulas mágicas, as simpatias, os talismãs como recursos de defesa.

A Doutrina Espírita tem explicação lógica e racional para todas as coisas e situações da vida. lançando luz sobre problemas considerados inextricáveis, esclarece com raciocínio claro tudo o que está ao alcance da mente humana. Essas explicações são simples e objetivas, despojadas de misticismo e quaisquer crendices. Não se justifica, portanto, que entre os espíritas sejam cultivadas certas crenças , sejam adotadas atitudes que constituem um misto de ritualismo superstições. É exatamente na prática mediúnica que mais se encontram estes resquícios.

A fé, sob o domínio do pensamento mágico, é novamente envolvida nos véus dos mistérios e, não sendo raciocinada, deixa de esclarecer e libertar. Concessões vão sendo feitas, gradativamente, até que ao final já não exista quase nada que lembre a Doutrina Espírita qual a deturpação e práticas estranhas enxertadas.

Não se justifica que a mediunidade seja encarada em nosso meio como alguma coisa sobrenatural e os médiuns como pessoas portadoras de um dom maravilhoso que as torna seres da parte, diferentes dos demais. Tudo isto é fruto, unicamente da falta de estudo. E quando os postulados básicos da Doutrina Espírita sequer são conhecidos, restará apenas o mediunismo ou o sincretismo religioso. Neste campo o maravilhoso e o sobrenatural imperam.

A Doutrina Espírita não é isto. Por essa razão não se pode postergar o estudo da obra de kardec, estudo este que deve ser metódico e constante. Pode ser que assim, penetrando no sentido cada vez mais profundo do que seja o Espiritismo no seu todo global, abrangente, consigamos um pouco do bom senso, de lógica e de firmeza.

Publicado originalmente na "Revista Reformador" (1995). Leia texto integral

TRISTE, PERDIDA, SOZINHA, CONFUSA...


"Meu nome é V. e é com muito carinho e amor que estou escrevendo aqui. Tenho tantas coisas nos meus pensamentos... tantos sentimentos lindos e muito profundos em relação a vida... Sinto - me muito querida por muitos... por me verem alegre, tranquila e sempre falando muito... pra que elas possam ficar bem... para que possam dar mais sentido ao momento e sentirem o quanto são importantes... Tenho momentos de grande felicidade..sentida pelo meu coração, uma felicidade de amor...
Mas muitas vezes eu fico muito triste como agora... com vontade de chorar de uma forma muito sentida dentro do meu coração. Sinto que tenho tarefas a cumprir...tarefas de amor...sinto isso! Mas muuuuuitas vezes me sinto perdida... sozinha... confusa... Precisando de orientação e conforto porque não é fácil ser tanto sentimento e pensamentos assim nesse mundo agitado, cheio de orgulho e egoísmo. Mas tenho consciência de que a vida é a coisa mais linda, tudo que nos rodeia é lindo, é divino... Uma benção de Deus pra que possamos aprender a sentir e ser o amor... sendo o remédio pra curar a dor causada pela nossa "ignorância"... Na luta pra conquistarmos as virtudes e caminhar ao alcance da felicidade plena... Onde tudo é belo e contemplado infinitamente...Bem...escrevi o que meu coração sentiu e que minha consciência deu razão... Pois gostaria muito de ter um amigo que me ajudasse... me orientasse...com palavras, pra me dar força, coragem, conforto, carinho e confiança. Espero que tenha entendido o que eu querendo passar...Muuuuuuuuuuito obrigada por ter lido esta mensagem! Muita paz e amor no seu coração...Espero uma resposta se possível". V.
(Comentário no Blog)

Cada qual de nós tem uma experiência única de vida, mas a sensibilidade é um elo comum entre muitas das pessoas que chegam ao Blog Partida e Chegada. Em tais pessoas, ao menos uma vez na vida, já foi extremamente presente o sentimento de deslocamento, de simplesmente não pertencer a este mundo ou mesmo de não reconhecer-se nos mais queridos membros da família. Desamor? Rudeza? Insensibilidade? Não, jamais pense assim. A observação e o mundo espiritual nos mostra que, nos novos tempos do planeta, nos defrontamos, convivemos ou nos reconhecemos pessoas absolutamente "fora do contexto". Fora do mundo competitivo, alheio aos acontecimentos sociais, às pressões familiares e sociais. Falei disso recentemente ao fazer uma resenha do filme "Na Natureza Selvagem", pois me identifiquei com o adolescente do meu próprio passado que, como muitos, já pensou em abandonar o barco da sociedade: queimar os documentos, abandonar pais e amigos, colégio, compromissos e, principalmente, planos. Tudo para por o pé na estrada, sem rumo, pensando em viver uma silenciosa vida de protesto contra um mundo com o qual não concordamos.

Pois bem, se o mundo não é assim, estamos errados? Longe disso. Apenas temos no coração uma semente viva que podemos chamar de "verdadeiro sentido da vida". Frequentemente nos chegam cartas de leitores relatando supostos "dramas" que estão vivendo, sob os quais se debatem, numa angústia interminável. Nada mais distante da realidade. O mundo atual, para muitos, é uma verdadeira armadilha e as pessoas se aprisionam, se perdem, buscando coisas que realmente não têm importância. O segredo do sentido da vida está em dar importância ao que realmente tem importância. Não há qualquer traço de relevância no apego às coisas, à fama, ao dinheiro, à posição, ao carreirismo, ao reconhecimento profissional ou mesmo familiar. A verdadeira importância da vida está numa frase curta : "fazer a coisa certa". Proporcione às pessoas que estão ao seu redor, conhecidos ou não, a experiência de conviver com uma pessoa sem melindres, que não se abala com comentários ou com aparência pública, mas que mobiliza horas de folga para "apenas" ouvir um desconhecido que se mostra angustiado ou para exercitar atos de gentileza com animais, crianças ou mesmo desafetos.

Geralmente, pessoas questionam como desapegar-se e levar esta vida de paz. Você, ao contrário, demonstra ter este espírito, mas o mundo ao seu redor lhe indica, dia-a-dia, que este "não é seu mundo", que você destoa do grupo; que precisa ficar isolada ou "enquadrar-se". Bobagem. Simplesmente ignore. Este mundinho que se considera ditador de normas de conduta vem errando a milênios e não aceita com passividade a existência de uma nova legião de seres de ousa dar importância, na vida, ao que realmente nos faz bem : viver em harmonia.

Daí este sentimento de confusão, de solidão, de questionamento consciente ou não de nossa própria trajetória. Pois saiba que estamos juntos, eu você e milhões de outras pessoas, mundo afora, que praticam intimamente o bem, sem as amarras das religiões, de falsos gurus ou mesmo de leis imorais (embora legais). Nos fazemos bem e proporcionamos este bem-estar às pessoas que nos rodeiam, mas, via de regra, ao darmos com o nariz na porta, paramos e lá no fundo, questionamos se vale a pena. Posso garantir que sim e verá que estou certo quando, mesmo depois de um grande esforço para realizar algo que simplesmente ache justo, receber um simples "obrigado". Isto é fazer a coisa certá. É sentir-se bem por dentro.

Por vezes, este agir nos traz desconforto e a sensação de solidão. Mas imagine que faz parte de uma corrente e, como acredito, um amplo elo entre o mundo visível e o invisível, onde os espíritos que todos nós somos em essência exerce a experiência diária de viver com justiça. E fazer esta justiça prevalecer em nossa consciência está acima de agradar este ou aquele. Afinal, sabemos que estamos no caminho certo e temos a experiência de que um dia, mais cedo ou mais tarde, todos chegaremos à mesma conclusão. Pense, então, que é apenas uma aluna um pouco mais adiantada nesta escola. Mas que seus amiguinhos terão chance de alcançá-la e adquirir os novos e preciosos conhecimentos que você já dispõe.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

AS VISITAS DE CHICO XAVIER


Em seu livro "Mediunidade", Divaldo Franco conta que Chico Xavier, além da tradicional sopa distribuida na casa espírita de que participava, tinha o hábito de realizar visitas a famílias necessitadas, sem horário definido e fazendo-o, por vezes, mesmo à noite. O médium, ainda em Pedro Leopoldo, costumava visitar pessoas que ficavam embaixo de uma velha ponte, numa estrada abandonada. Iam ele, sua irmã Luiza e mais duas ou três pessoas muito pobres de sua comunidade. E, na medida que eles aumentavam a frequência de visitas, os necessitados foram se avolumando, e mal conseguiam alimentos suficientes para o grupo. Afinal, as doações eram custeadas com seus próprios salários.

O esposo de Luíza, que era fiscal da prefeitura, recolhia na xepa das feiras-livres legumes e outros alimentos, e que eram doados para distribuir anonimamente, nos sábados, à noite, aos necessitados da ponte. Um dia, porém, o pequeno grupo não tinha absolutamente nada. Decidiu-se, então, não irem, pois aquela gente estava com fome e nada teriam para oferecer. E eles próprios estavam vivendo com extremas dificuldades. Foi quando apareceu-lhe o espírito do Dr. Bezerra de Menezes, que sugeriu colocassem algumas garrafas com água, que seria magnetizada para ser distribuída, havendo, ao menos, alguma coisa para dar. Feito isto, o líquido teria adquirido um suave perfume, e então o Chico tomou as moringas e, com suas amigas, após a reunião convencional do sábado, dirigiram-se à ponte.

Quando lá chegaram encontraram umas 200 pessoas, entre crianças, adultos, enfermos em geral, pessoas com graves problemas espirituais, necessitados. "Lá vem o Chico", gritou alguém, enquanto o médium, constrangido e angustiado, pretendeu explicar a ocorrência. Levantou-se e falou: "Meus irmãos, hoje nós não temos nada", e narrou a dificuldade. As pessoas ficaram logo ofendidas, tomando atitudes de desrespeito e ele começou a chorar. Neste momento, uma das assistidas levantou-se e disse: "Alto lá! Este homem e estas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar e hoje, que eles não têm nada para nos dar, vamos nós dar-lhes alguma coisa. Vamos dar-lhes a nossa alegria, vamos cantar, vamos agradecer".

Neste momento, apareceu um caminhão carregado e o motorista procurava por Chico Xavier. Quando ele atendeu, o motorista perguntou se ele se lembrava de um certo Dr. Fulano de Tal? Chico recordava-se de um senhor de boa posição financeira, morador de São Paulo, que um ano antes estivera em Pedro Leopoldo e lhe contara o drama de vivia. Seu filho falecera e o desespero atormentava o casal. Durante a reunião, o jovem veio trazido pelo Dr. Bezerra de Menezes e escreveu uma consoladora mensagem. Ambos ficaram muito gratos e garantiram que haveriam de retribuir a ajuda. Foi quando o motorista lhe narrou: "'Estou trazendo este caminhão de alimentos mandado pelo Dr. Fulano de Tal, que me deu o endereço do Centro onde deveria entregar a carga, mas tive um problema na estrada e atrasei; quando cheguei, estava tudo fechado".

"Olhei para os lados -- prosseguiu o motorista -- e apareceu-me um senhor de idade com barbas brancas, e perguntou o que eu desejava. Disse que estava procurando Chico Xavier e ele me falou que, debaixo de uma ponte caída, estaria seu grupo. Este homem insistiu, ainda, para que dissesse ao Sr. que foi ele quem o orientou"

"E qual o seu nome?", perguntou o médium.

"Bezerra de Menezes", respondeu o morotista. Suas amigas ficaram espantadas, mas Chico limitou-se a dizer: "É um velho amigo".

DEVEMOS SER FELIZES AGORA ...

"Minha neta A. procura notícias minhas. Quer saber como estou. Na verdade, ela quer acreditar que existe vida depois da morte e só acreditaria se alguém que se foi, voltasse para falar como é.

Por mais que eu fale ela vai ficar arisca e sempre vai achar pelo em ovo. Mas fazer o quê, ! Essa menina sempre foi assim. Arisca, irriquieta. Sem parada, mas uma boa menina.

Fia (ela fala que eu não chamava ela de fia...), o tá bem e feliz.

O sente saudades, mas já está mais acostumado com o lado de cá. Eu que nunca acreditei nessas coisas, não posso querer que você acredite, não é ?

Só posso dizer que estou bem e que olho por você com muito carinho.

Fia! A vida é assim. Fomos felizes enquanto estivemos juntos e devemos ser felizes agora também, porque ninguém fica pra semente. E a hora do chegou, assim como a sua vai chegar também.

Guarde só as lembranças boas. A imagem que guardo de você é a alegria de te ver chegando e passando pelo por tão e me dando um beijo. Esse beijo era muito importante, porque mostrava o seu amor por mim.

Pra que ficar com o coraçãozinho entristecido? Alegra o coração e pensa no com alegria. O ficou muito feliz quando fez aniversário e ganhou aquele bolão. Lembra como fiquei feliz? Pois então...Lembra sempre do feliz como naquele dia.

Fica em paz A saudade dói, mas um dia a gente vai se encontrar novamente. Um beijo muito carinhoso. Deus te guarde."

Assinado : Sem Identificação (psicografia)

Data : 24 de julho de 2008
Local : Sorocaba ( SP )
Médium : S.A.O.G.

domingo, 13 de julho de 2008

DEPOIS DA MORTE E O ESPÍRITO DE CRISTO


É bastante comum se ouvir comentários de que quem morre não volta. Em torno desta assertiva, muitos afirmam que, portanto, ninguém tem certeza se há mesmo algo para além deste mundo. Felizmente, um engano do qual todos, cedo ou tarde, serão esclarecidos. Os Espíritos retornam, sim, depois da morte física, para atestarem o seu amor aos que deixaram na Terra. Ou para dizerem da sua dor, do seu arrependimento por algumas atitudes tomadas, enquanto estavam por aqui.

Você pode pensar que tudo isso é somente uma questão de crença. Mas, não é verdade. Se você é cristão, deve recordar que Jesus deu a maior prova de que se pode retornar após a morte. Enquanto entre os homens, ele, certo dia, subiu ao Monte Tabor e ali, ante os apóstolos Pedro, Tiago e João, conversou com os Espíritos materializados de Moisés e Elias. Ora, Elias era um profeta que morrera há muitos séculos. Moisés, da mesma forma. Portanto, eram Espíritos que ali se manifestaram, conversando com Jesus.

Depois da morte na cruz, Jesus se apresenta para Maria Madalena, no Jardim das Oliveiras. Ela o reconhece como sendo o seu mestre. E, sai, feliz, para a cidade, a fim de contar a novidade para os amigos do colégio apostólico. No caminho de Emaús, dois discípulos encontram um estranho que segue com eles. Conversam a respeito dos últimos acontecimentos de Jerusalém. A prisão do mestre, o julgamento arbitrário na calada da noite, o suplício, a morte na cruz. O estranho lhes fala e os elucida a respeito de coisas que não haviam entendido. Quando chegam ao seu destino, convidam-no a ficar com eles. Afinal, desce a noite. Durante a refeição, ao partir o pão, eles se dão conta que aquele é o mestre que voltara.

No cenáculo, Jesus aparece aos apóstolos reunidos. Identifica-se: "Sou eu, não temais!" Fica com eles. Conforta-lhes os corações. Aparece e desaparece, muitas vezes, em lugares totalmente fechados.

Em outro momento, os aguarda na praia. Orienta-os no rumo da divulgação da Sua doutrina. Depois de quarenta dias, aos olhos de uma quase multidão de 500 pessoas, ele desaparece. Mais tarde, apareceria presente outra vez, no caminho de Damasco, para o jovem de Tarso. Não somente aparece. Mas indaga e orienta a Saulo acerca do que deve fazer. E, ainda, apareceria ao velho apóstolo Pedro, na Via Ápia, na manhã de luz, a caminho de Roma. "Aonde vais, Senhor?" Indaga o velho apóstolo. "Eu vou para Roma, Pedro, para tornar a ser crucificado. Vou para ficar com os meus, desde que tu os abandonas".

Ora, se Ele nos deu tantos exemplos de que o Espírito vive e retorna após a morte física, que desejamos mais para crer? A morte não é o fim. É a continuidade da vida em outra dimensão. Você pode não crer e achar que está certo. Ou você pode pensar a respeito e concluir que racionalmente assim deve ser. Somente não negue aos amores que partiram a sua certeza de que eles continuam a amá-lo, além das fronteiras da vida física.

A partir de mensagem do Momento Espírita. Leia texto integral.

sábado, 12 de julho de 2008

ESPIRITISMO E DINHEIRO : LIÇÃO DE CHICO XAVIER

Recentemente, uma nova leitora nos escreveu perguntando se nosso "trabalho" teria "algum custo" e "quanto". Passado o espanto inicial com a dúvida e pensando que esta seja uma indagação muda na mente de outras tantas pessoas que ignoram o verdadeiro sentido do Espiritismo, decidi reproduzir aqui a resposta que a enviei.

De fato, muitas das pessoas que chegam às nossas páginas não têm familiaridade com a Doutrina Espírita, e desconhecem que Chico Xavier escreveu quatrocentos e doze livros e que nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Dizia reproduzir apenas o que os espíritos lhe ditavam. Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros, mais de 20 milhões de exemplares. Doou os direitos autorais para a FEB (Federação Espírita Brasileira), organizações espíritas e outras instituições de caridade. "O livro não é meu, é dos espíritos", repetiu por toda a vida. Quando lhe ofereciam dinheiro, o jovem Chico, rapaz pobre, ainda assim recusava: "Ajude o primeiro necessitado que encontrar", aconselhava.

Outros lhe entregavam presentes. Chico se livrava deles com pressa e discrição. Numa noite, ganhou um relógio de ouro suíço. Na tarde seguinte, visitou uma doente, Glória Macedo. Pobre, ela costumava perder a hora de tomar os remédios receitados pelo Dr. Bezerra por falta de relógio. Chico deixou o presente da véspera sobre a mesa da "paciente". Ao próprio pai, João Cândido, que não se conformava com o trabalho voluntário do filho, Chico Xavier abria "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e lia a recomendação de Jesus: "Dai de graça o que de graça recebestes".

Evidentemente, não podemos nos comparar ao médium mineiro, mas a regra vale para todos. Regra de honestidade e justiça. O 'trabalho' ou a escrita é dos espíritos. A nossa parte, a doação de tempo a esta atividade, não passa de mero cumprimento de uma obrigação, de caridade cristã. Portanto, a paga, o recebimento de dinheiro ou mesmo de presentes em troca do trabalho mediúnico é inaceitável. Assim ensinou Chico Xavier e assim exige o bom senso. Não creia na seriedade de quem se disser espírita e agir de maneira diversa.

SUA REVOLTA ABRE MINHAS FERIDAS


"Pelos labirintos da dor, encontrei o caminho para a grande morada além. Não é fácil ser feliz, quando se tem na mente a revolta, a indignação, por ser assim retirado da convivência familiar, através da ignorância humana, que não consegue perdoar e seguir o caminho torto da vingança. Por nada, matam, não compreendendo que, há mães que choram, há irmãos que se desesperam e há pais que pensam em morrer também.

Sei que nada é por acaso, que há uma lei chamada por aqui, de causa e efeito, mas como acalmar o coração de nossos afetos e mostrar-lhes que tudo há um sentido nas grandes dores que passam. Estou sendo tratado do corpo e da alma, fortificando assim meus pensamentos, para que possa enfim ampará-los, meus amores, nessa grande dor de agora.

Mãezinha, não chore mais, não se revolte tanto, pois me fazes sofrer, abrindo novamente as feridas causadas por meus agressores. Não sinto nenhuma mágoa, porque isso me deixa fraco, abatido e sem forças para continuar a vida, que continua a brilhar.

Sabe mãe, continuo o mesmo, não perdi a alegria e continuo também o torcedor fanático pelo São Paulo. Sabe, não mudamos com a morte e vivemos intensamente pelos lares de cá. Há alguém, que te ama muito e te manda um beijo e muitas bênçãos. E eu, filho que te ama muito, mando meu beijo de saudades e amor. Aos que deixei, deixo também meu coração e continuem a vibrar por mim, através do amor e das orações. Agradeço a todos, que de alguma forma, me enviaram lindas flores. Teu sempre..."

Assinado : Rodrigo (Psicografia)
Data: 03 de julho de 2008
Médium : P.G.

MIGUEL LAPENDA : A PRIMEIRA PSICOGRAFIA

Esta é a terceira postagem com trechos do livro "Fala Miguel", de Maria Helena M. Lapenda, uma obra psicografada que narra o falecimento e a trajetória, no novo plano de vida, do jovem Miguel Luiz Lapenda, assassinado aos 20 anos de idade, em setembro de 2000, vítima de assalto.

"Mamãe. É mesmo assim, sentido que o tempo é curto para isso, em função de toda a sonolência que ora trago comigo, vem à necessidade de me adaptar mais depressa, pois o tempo passa e existe muita coisa a ser feita. Estou sendo muito ajudado pelo tio Formiga, o Eurícledes Formiga, que junto do bisavô João e muitos outros iluminados de roupa branca, que se apresentaram para mim logo que eu despertei, três dias depois da fatalidade que me desligou.

A respeito disso, sem delongas, gostaria de dizer, mamãe, que já esperava algo de novo para mim, para o meu futuro, e você sabia bem disto. Algo aconteceria que definisse a minha trajetória e no fundo, seria definitiva a mudança. O modo como aconteceu não importa, o que importa é que tenho desenhado por Deus em minha mente o meu caminho e nele consigo me planejar para vencer todas as dificuldades e certo de que meu ideal será completamente alcançado, por que Deus está comigo. Ouvi tanto isso de você e só agora é que consigo registrar melhor no meu íntimo, sem dúvidas e indagações.

Ajude por favor, para que ninguém se sinta culpado pelo que aconteceu, pois estava tudo preparado para minha partida e todos nós nos entrávamos prontos para assimilar essa vontade Divina.

Ninguém deve "viajar" em suposições que pudesse impedir o que já estava escrito. Partiria logo após a minha descida daquele ônibus, foi somente questão de minutos. Juro que sai de casa com vontade de ficar, mas uma certa obrigação forçava a minha saída. Como sempre fui convicto dos meus deveres e obrigações, resolvi atender o desconhecido. Sei da sua luta para que eu ficasse. Era preciso mamãe.

E agora olhando assim para você, reconheço que não fui eu que fui emprestado, foi você, cheinha de luz, que foi emprestada pra mim.

Eu te amo, te amo tanto que quero dizer isso de uma maneira diferente. Nós podemos continuar rezando juntos, aliás, temos feito isso nesses poucos dias que nos separam fisicamente apenas. Levaram-me até você, para que em fortaleça e me alimente das suar forças.

Vou falar um pouco para o Gui agora: Ô cara, valeu! Você é especial como eu sempre imaginei. Aquele seu ato inesquecível e você sabe do que me refiro, demonstrou toda a sua luminosidade que vejo em você. Continuamos juntos com a mãe e vou ajudar você a fazer dela, a pessoa mais feliz desse mundo. Olha só o meu conselho: Segue aí a sua vida e não se preocupe que ela não vai ficar sozinha.

A maior necessidade é sua, de crescer e se projetar garantindo a vida de quem nos deu a chance de triunfarmos perante Deus. Eu ano você, meu irmão, meu cavaleiro, minha vida!

Mãe, eu sou seu filho para sempre, filho-irmão, mas sempre filho, por favor!

Diga ao papai que não pense que seu eu estivesse lá com ele, seria diferente. Na verdade eu sempre estive com ele e ainda estarei disposto a fazer tudo para ajudá-lo no que quer que ele precise de mim. Seria muito doloroso para ele, se acontecesse por lá, o que aconteceu por aqui. E Deus quis poupá-lo disso.

Vou me formar agora, em pouco tempo, na Universidade do Amor e todos vocês vão se orgulhar de mim. Beije meu pai, mamãe, beije a vovó que me recebeu com os meus sinais de amor. Beije o tio Pedro, que tem dedicado carinho ao Guilherme e auxiliando você.

Beije a tia Annabel, que ouviu o chamamento de Deus. Meu beijo especial, como eu nunca lhe dei. Ah! Meu joelho não dói mais, já sarou e eu estou bem, muito bem.

Fique comigo, mamãe, fique assim sentido como eu, que nada mudou. Obrigado, eu cresci em Espírito, graças a você. Muito obrigado, eu te amo!
Seu filho, Miguel".

Assinado : Miguel Luiz Lapenda
Data : 01 de outubro de 2000
Local : Centro Espírita: "Perseverança" - São Paulo (SP)
Médium: Marcus Vinícius Almeida Ferreira (Quito)

Para receber o livro em pdf, peça por e-mail. Veja também :
Parte I :
Chegou a minha hora

REENCARNAÇÃO : O PAÍS EM QUE NASCEMOS

O karma social engloba religião e política e reflete problemas que você venha a ter com ou­tras pessoas num sentido mais social. Fazer parte de determinado grupo de trabalho, estudo ou de moradores de uma região está também ligado às suas ações passadas. Isso inclui compartilhar conseqüências de decisões tomadas por um gru­po social. Você, mesmo que odeie o meio em que vive, tem uma ligação com aquelas pessoas e com aquele lugar. Isso inclui suas amizades (e mesmo a falta delas). Muita gente se sente fora de con­texto. Olha em volta e se pergunta: "O que eu estou fazendo aqui?" Não sente uma ligação com as pessoas ou com a sociedade em que vive. Essas pessoas precisam aprender e/ou fazer algo ali e, basta que fiquem atentas, que logo entende­rão o que é.

Uma forma que o Universo encontrou de so­lucionarmos alguns de nossos problemas é nos colocando juntos novamente em relações de tra­balho. Por isso, quando um chefe ou um colega de trabalho parece encrencar conosco, provavel­mente plantamos essa sementinha de antipatia numa outra vida. Por outro lado, quando um chefe ou um colega de trabalho parece não se dar bem com ninguém, é também um problema de vida passada, porém relativo à própria pessoa. Muita gente sofreu nas mãos de senhores, chefes e pa­trões egoístas e cruéis. Quando os papéis se in­vertem, elas têm a chance de agirem como gostariam que tivessem agido com elas. Ao invés disso, aproveitaram a chance para ir à forra. Isso explica os péssimos políticos, os chefes horrorosos e as pessoas que poderiam usar sua posição para ajudar, mas preferem atrapalhar.

O karma nacional está ligado à nação a que você pertenceu. Não quer dizer que você reencarne sempre no mesmo lugar, mas que você tenha um elo grupal com as pessoas que dividiram o mesmo país com você. E comum que grupos in­teiros de um país reencarnem em outro de acor­do com suas afinidades.

Terroristas que têm essa mania feia de explo­dir coisas são pessoas com um ódio muito cru de uma outra forma de viver. Dá pra imaginar se os caras que jogaram aviões em prédios não teriam seu ódio pelos Estados Unidos nascido em outra vida, como, por exemplo, Hiroshima. Muita gen­te passou o pão que o diabo amassou quando as bombas caíram nas duas cidades japonesas e o ódio pode tê-las guiado a uma vingança cega. Do mes­mo jeito, as pessoas do "WTC" sofreram o que chamamos de desencarne coletivo. Algo as levou aqui­lo. Pode até ter sido uma ação única, mas o mais provável é que tenha sido uma série de ações e escolhas de várias vidas.

Há uma espécie de ditado espírita que diz: "Quem conserta, é porque que­brou". Os antigos eram pes­soas de conhecimento inigualável.

Não tem lado bom ?!

Claro que tem! A contraparte do karma é o dharma, o que fizemos de certo. Se olharmos bem, veremos o monte de coisas boas que temos: bons amigos, uma família legal, um país bonito e uma sociedade alegre. Temos a opção de estudarmos e lermos sobre o que quisermos, a liberdade de seguir o caminho que escolhermos. Isso é mais do que nossos antepassados já tiveram em outros tempos! Vejamos o que mais... Temos cinema, pipoca e chocolate, tardes tranqüilas de domingo e passeios divertidos sob o céu. Olha, isso é mais do que muita gente tem por aí! Logo, vendo as coisas boas que temos, podemos acreditar que cada uma delas é o nosso dharma se apresentando, nos dando um tapinha nas costas e dizendo: "Muito bem! Nessa, você acertou!"

Por Eddie Van Feu
Este é o nono artigo de uma série de postagens, elaboradas a partir de um trabalho original de Eddie Van Feu, escritora e jornalista, que faz do assunto vidas sucessivas um tema apaixonante. Extraído da série "Wicca", n. 35 (Reencarnação), Editora Modus

TRISTEZA : A FELICIDADE TEM LIMITE ?

Dizem os pesquisadores atuais que a felicidade tem e "deve ter" limites. Nesse campo estão os argumentos apresentados por Diener: ser feliz demais não é bom. O contentamento em excesso torna as pessoas menos capazes, menos saudáveis, menos atentas a riscos. Além do pragmatismo de Diener, há uma questão de essência. “Cedo ou tarde na vida, cada um de nós se dá conta de que a felicidade completa é irrealizável”, escreveu o escritor italiano Primo Levi, um sobrevivente de um campo de extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial. “Poucos, porém, atentam para a reflexão oposta: que também é irrealizável a infelicidade completa. Os motivos que se opõem à realização de ambos os estados-limite são da mesma natureza, eles vêm de nossa condição humana, que é contra qualquer ‘infinito’.”

Há ainda uma terceira forma de entender os limites da felicidade. Só conseguimos ter a percepção de um sentimento em comparação com outros estados de ânimo. Como demonstram vários estudos, é a variação do humor que nos causa espasmos de alegria ou de tristeza.

“Felicidade em excesso é indesejável, porque leva a uma capacidade menor de apreciá-la”, diz o historiador inglês Stuart Walton, autor de Uma História das Emoções, publicado no ano passado no Brasil. No livro, Walton examina as emoções que considera primordiais (como medo, raiva, tristeza e felicidade) e as relaciona à vida moderna. “Se você tem algo o tempo todo, não pode dizer se aquilo é bom ou ruim”, diz. “É preciso descartá-lo para saber se a tal coisa lhe oferece ganhos ou perdas.” Portanto, quem diz que é 100% feliz pode não estar falando a verdade.

Felicidade, por definição, não é um estado de espírito permanente. Fosse assim, as pessoas seriam mais fortes na vida.

“A felicidade pode chegar com um amor, com uma conquista, com um fato que transformou de maneira positiva o indivíduo”, diz Walton. “Mas ela não fica para sempre. De uma hora para outra, pode e provavelmente vai partir.” Assim como a infelicidade.

FILME FALA DO SENTIDO DA VIDA E DA FELICIDADE

Muitos adolescentes (talvez eu e você) já pensaram em sair para a escola e abandonar o barco da sociedade: queimar os documentos, abandonar pais e amigos, colégio, compromissos e, principalmente, planos. Tudo para por o pé na estrada, sem rumo, pensando em viver uma silenciosa vida de protesto contra um mundo com o qual não concordamos. No filme "Na Natureza Selvagem", inspirado na história real de Christopher McCandless (Emile Hirsch), um jovem rapaz abandona sua vida de conforto para buscar a liberdade pelos caminhos do mundo, uma viagem que o leva ao Alasca selvagem. Escrito e dirigido por Sean Penn, foi tido pela crítica norte-americana como "perturbador, envolvente e impressionante quanto belo". Não se trata, numa exceção à nossa lista de filmes selecionados, de um filme de temática espiritualista; mas fala da vida com uma profundidade que merece a recomendação.

Este é o quarto longa do também ator Sean Penn e venceu o Oscar em duas categorias (melhor ator coadjuvante e montagem). O roteiro também é assinado por Penn e se baseia no livro homônimo de não-ficção de Jon Krakauer, que conta a vida de Christopher McCandless, um rapaz que no início dos anos 1990 abandonou tudo, entregou à caridade todo o dinheiro guardado para custear seus estudos e caiu no mundo em direção ao Alasca, sem sequer avisar a família. Pode-se encarar Chistopher de duas maneiras: como um egoísta arrogante, impulsivo e mimado que fez essas escolhas para agredir seus pais ou como uma espécie de herói romântico.

Em seus escritos, como um diário, Chistopher enfatiza o que há de belo na natureza, rejeitando os bens materiais e se autodefinindo como "viajante estético". Adotando o pseudônimo de Alexander Supertramp, o rapaz desistiu de ter documentos, dinheiro e residência fixa. Fez de tudo para não ser encontrado por sua família, vivendo em plena liberdade, seguindo textos de escritores como Leon Tolstói, Henry David Thoreau e Jack London. Em seu caminho, o personagem faz alguns amigos, como um casal de hippies; um fazendeiro; uma garota por quem se interessa e um viúvo solitário, que vê nele o neto que nunca teve. Para conferir autenticidade, muitas das cenas foram rodadas nos lugares por onde Chris passou realmente. Depois de hesitar por dez anos, a família McCandless concordou em dar o seu aval à produção.

Doloroso e verdadeiro, o roteiro traz a realidade da busca pelo sentido da vida e fala sobre a dor da solidão. E toca quando o personagem, num momento extremo, conclui que "a verdadeira felicidade tem que ser compartilhada". Veja o trailer abaixo.

Ficha Técnica - Duração: 140 minutos - Ano de Lançamento (EUA): 2007 - Direção: Sean Penn - Roteiro: Sean Penn, baseado em livro de Jon Krakauer - Música: Michael Brook, Kaki King e Eddie Vedder - Elenco : Emile Hirsch (Christopher McCandless)Marcia Gay Harden (Billie McCandless)William Hurt (Walt McCandless) Jena Malone (Carine McCandless)

TRANSFORMANDO SEU MUNDO INTERIOR


O
utro dia foi o aniversário da partida de uma senhora por muitos conhecida e muito querida. Algum tempo antes, chegando de uma das dezenas de consultas médicas que já fizera, ela disse aos familiares: - Pedi franqueza à junta médica que me examinou, pedi-lhes que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde. Eu sinto que me resta pouco tempo. Diante dos olhares ansiosos, ela continuou:

- Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses.
- E a senhora nos conta isso com essa naturalidade ? perguntou uma das filhas, em prantos.

Continuou a senhora, com muita serenidade: - Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito. Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa. Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia.

Todos os dias tirarei o pó da casa e, durante esse trabalho, pensarei: Estou me livrando das sujeiras que guardei do passado Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei a mais ninguém. Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei.

Todas as noites agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes últimos 4 meses que me restam. Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor?

E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem. E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação. Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações.

Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali, indo cada um para um canto, para chorar sozinho. A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria. Pensava consigo mesma: " não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta " Ela tinha uma grande tarefa: transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoa totalmente diferente do que já fora em apenas 4 meses ela conseguiu cumpri-la plenamente.

O mais curioso dessa história é que, após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos. Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu; ela morreu de velhice.

Silvia Schmidt

"Somos o que fazemos repetidamente. Por isso o mérito não está na ação e sim no hábito”. (Aristóteles)

"Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea." (Allan Kardec)

"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever." (Benjamin Franklin)

"Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer nada e conseguem." (Martyn Lloyd Jones)

"Se o seu navio não chega, nade até ele." (Jonathan Winters)

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sexta-feira, 11 de julho de 2008

PEÇO PARA O PAI NÃO FICAR TÃO TRISTE


"Querida mamãe Terezinha e papai João. Deus conosco. Estou aqui com o vovô Moacir, e devo dizer a vocês que eu também estava aflito...Pensei que não conseguiria contatá-los. Graças a Deus, a fila andou um pouco mais rápido, e podemos mãezinha, solicitar o contato que mantemos nesta hora.

Esqueçamos o acidente... Não vamos retroceder no tempo para lembranças amargas! Pensemos mamãe e papai, nas bênçãos que o Senhor sempre nos concede: por exemplo, a nossa querida Isabela conosco... Agradeço-lhes pelo carinho com que vocês receberam a filha querida! Creiam, que ao me reconhecer deste outro lado, eu mesmo me empenhei no sentido de aproximá-los da Isabela. Peço ao papai João para não ficar assim tão triste... Às vezes, o pensamento dele me alcança e fico aborrecido, se nada posso fazer para subtraí-lo à tristeza em suas conjecturas.

O vovô Moacir transmite o seu carinho à querida vovó Menair.Peço-lhes pois alegria, a vocês e às nossas Débora e Fani. Aquele era o meu destino, ou seja, a prova de que necessitava para maior amadurecimento íntimo. Quando não nos revelamos, a dor que nos surpreende é sempre a visita da luz.Mamãe Terezinha, a senhora veio de tão longe... Espero que estas minhas poucas palavras lhe transmitam a certeza de aqui sou eu mesmo, o seu “Ton”... Não é fácil o sistema de comunicação à nossa disposição nesta hora. Não fosse pelo auxílio de nossos instrutores, não conseguiríamos talvez rabiscar uma única palavra sobre o papel. Deixo-lhes o meu carinho de filho, de irmão, de neto, e de pai agradecido. Digam à querida Isabela que eu a amo, e que sempre rogarei por ela e por nossa Vanessa. Não posso continuar escrevendo. Com muitos beijos".


Data : 26 de abril de 2008
Local : Uberaba ( MG ) – C.E. "Aurélio Agostinho"
Esclarecimentos:**Terezinha e João — Pais;**Vovô Moacir — Avô materno e padrinho, desencarnado em 16/08/1995, aos 76 anos, vítima de um AVC;**Vovó Menair — Avó materna e madrinha;**Fani e Débora — Irmãs;**Isabela — Filha que nasceu no Japão, em 1996, e que os avós paternos só tomaram conhecimento da existência da neta após o desencarne do Éverton;**Vanessa — Mãe da Isabela.Éverton Borba QuadrosNasceu em 16/10/1976 em Torres (RS) - Desencarnou em 19/03/2005

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quinta-feira, 10 de julho de 2008

COMO ESTÁ DIFÍCIL SEM VOCÊ MEU PAI



Se as águas do mar da vida
quiserem te afogar.
Segura na mão de Deus e vai
Se as tristezas desta vida
quiserem te sufocar.
Segura na mão de Deus e vai
Segura na mão de Deus,
segura na mão de Deus,
pois ela, ela te sustentará.

Não temas, segue adiante
e não olhes para trás.
Segura na mão de Deus e vai

Se a jornada é pesada
e te cansas da caminhada.
Segura na mão de Deus e vai
Orando, jejuando, confiando e confessando.
Segura na mão de Deus e vai

O Espírito do Senhor
sempre te revestirá.
Segura na mão de Deus e vai
Jesus Cristo prometeu
que jamais te deixará.
Segura na mão de Deus e vai

Versão : Padre Marcelo Rossi
Composição: Nelson Monteiro da Mota

Homenagem ao amor de uma filha, Cristiane Thiago, a seu pai, José Thiago, que partiu há um ano e para quem ela criou uma emocionada Comunidade no Orkut ( PERDI MEU AMADO PAI... SAUDADE ). Veja a cartas escritas por ela e que, apesar do embargo da emoção, fortalecem a fé na eternidade do espírito.

"Como está dificil sem você meu pai...
Pai, hoje vim aqui conversar com você um pouquinho. Sabe, olhe por nós... As coisas estão ficando cada vez mais difícil com a mãe, ela te chama a todo instante pois vocês prometeram um ao outro que se um se fosse primeiro o outro viria buscar logo em seguida. Já se passaram 4 meses e 16 dias que você se foi e, hoje, tive que ouvir isso de novo da boca dela. Tenho até dó de você pois sei que não está descansando como merece ai em cima.

"Pai, ameniza o coração... Ela esta sofrendo demais... Quando será que tudo isso vai passar ?! Esquecer você jamais, mas acalmá-la um pouco... Estou muito preocupada com ela. Me oriente por favor, meu pai. Eu te amo e jamais vou me esquecer. Ah, a sua chácara continua linda do jeito que você sempre gostou que ficasse e continuarei cuidando de lá como eu te prometi".

Um ano após sua partida...
"Nossa, como passou rápido... Estes dias estão sendo muito dolorosos, pois recordamos todos os momentos. Há um ano você ainda estava em casa, mas muito ruim, não tinha mais forças pra nada, o seu sofrimento a cada dia que se passava era muito grande. Pôxa, como eu queria você de volta. Está muito dificil ! Como dói... que falta que você faz. Mas Deus, em sua infinita sabedoria, sabe o que faz e quiz te ter do lado dele. Agora é você quem cuida de nós aqui em baixo, né?

"Meu amado pai, que saudade infinita que não cessa nunca. Parece que está pior, mas espero que você esteja muito bem agora, sem dor e sem sofrimento, recuperado para poder seguir sua jornada. Pai, nunca se esqueça, te amo e sempre vou te amar pois você foi e será sempre meu pai, amigo, conselheiro; uma pessoa que me ensinou a viver dignamente. Sinto muita saudades suas. Te amarei para sempre".
Assinado : Cristiane