quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

ACHO QUE DEUS TEM SEUS FILHOS PREFERIDOS

"Me identifiquei muito com um comentário que li, sobre se sentir fora do contexto no mundo. É exatamente assim que me sinto... Me sinto como se não eu não tivesse o direito de ser feliz, porque em minha vida, quando algo parece que vai dar certo, de repente, tudo despenca, sabe... parece que alguem lá em cima diz assim: "não! ela não tem direito". Já não tenho forças nem para sonhar mais, porque sei que nada vai dar certo. Nunca deu... Já me perguntei inúmeras vezes o que estou fazendo aqui... Não tem sentido... Não acredito em Deus porque acho que se existisse e nos amasse, nos pouparia de algumas coisas desnecessárias mas que nos fazem sofrer... Acho que Deus tem seus filhos preferidos... Igual aos pais mesmo: o filho pode ser o que for, fazer tudo errado, mas ele tem tudo dos pais, todo o amor e proteção que precisam. Estou muito cansada.... nessa estrada da vida, fui perdendo algumas coisas pelo caminho e me sinto como se nada mais tivesse para perder, nem para ganhar.. Estou no fim!!! (Regina - comentário à postagem "As Visitas de Chico Xavier")

Cada espírito tem seus objetivos encar­natórios, objetivos esses que atendem às suas necessidades individuais de aprendizado. E as princi­pais lições a aprender relacionam-se com as situações kármicas, com os testes da vida.

Para entender melhor é preciso esclarecer que o 'karma' não é um objetivo de uma encarnação. O espírito que tem certo discernimento poderá escolher antes de en­carnar quais situações kármicas quer vivenciar, o que cer­tamente haverá de estabelecer algumas imposições e limites a esse espírito. Essas situações kármicas determinarão a família que o acolherá, qual o companheiro que lhe será possível encontrar, quais os filhos que deverá gerar, com quais amigos conviverá, em que grupo racial nascerá e, até mesmo, em qual país encarnará. É interessante conhecer mais sobre a questão do karma, pois isso nos permite com­preender certos fatos relacionados com aquele que desen­carnou e sua ligação com o sofrimento experimentado pelos que o amavam na ocasião de sua morte.

As dificuldades estão entre os objetivos principais do espírito que en­carna. Havendo certa capacidade por parte do espírito, lhe é permitido escolhê-las antes de encarnar. Quando ele tem pouco conhecimento, cabe a Deus estabelecer as condições expiatórias para que cumpra seu aprendizado. Desse ponto de vista, as dificuldades da vida de cada um são excelentes oportunidades de crescimento. Quando corretamente inter­pretadas, as dificuldades que temos representam limites a ultrapassar, e não um sofrimento sem razão de ser. É ver­dade que a dor trazida por uma condição expiatória difícil abate qualquer alma e pode gerar até uma sensação de pe­so insuportável. Mas se for possível manter a mente clara, haverá facilidade para entender aquilo que a dificuldade es­tá tentando ensinar.

Sempre existe uma lição por trás de acontecimentos negativos, sempre há acréscimo de sabedoria a alcançar nos momentos difíceis. Não se trata de ficar conformado, inativo, deixando-se derrubar por algo ruim. É aprender com a dificuldade e depois incorporar o aprendizado à bagagem que o espírito traz. Entendida a lição, partir para novas atitudes, nas quais se incluem todas as maneiras de superar tal dificuldade.

Os espíritos que acumularam alguma luz e podem pas­sar a irradiá-la assumem tarefas espirituais de maior res­ponsabilidade. Quando alguém se dedica à caridade, à ins­trução espiritual, às atividades mediúnicas de alto nível, ao serviço de cura, está cumprindo uma missão. Essa maneira de prosseguir sua evolução afasta muitas das condições ex­piatórias, pois, ao servir, o espírito não está mais visando apenas o seu próprio crescimento, mas está colaborando para que outros espíritos possam melhorar sua situação ma­terial e espiritual.

As provações também são um objetivo encarnatório. São testes para o espírito que já adquiriu algum avanço. Elas existem para mostrar ao homem o que ele realmente alcançou e o que ele pensa que já realizou, mas que ainda está por fazer. Por exemplo: um homem passa anos de sua vida tentando superar a impaciência. Ele tem consciência dessa falha na sua estrutura e deseja eliminar esse compor­tamento. Recorre à terapia, a orações, à meditação e, um dia, acredita que já é senhor da paciência. A partir daí ele pode, a qualquer momento, ser testado para demonstrar se realmente superou sua deficiência. São filas de banco insu­portáveis, subordinados incompetentes, filhos arrogantes, tarefas extremamente repetitivas. Várias situações, em to­dos os níveis, podem aparecer em sua vida para que de­monstre a si mesmo se tem o domínio desejado: o poder so­bre a impaciência.

Existem provações maiores e menores, elas dependem da seriedade do objetivo e da luta interna do espírito. Cer­tos valores espirituais trazem provações dificílimas, pois a alma que os conquista deve mostrar que realmente incor­porou à sua natureza tais valores. Os testes acontecem num grau menor durante a vida em que a alma trabalha para dominar uma deficiência. Depois que se julga possuidor de determinada qualidade, o espírito pode ser testado noutras existências. Nesse caso, os testes são mais severos, exigin­do mais força espiritual para demonstrar sua verdadeira condição. No exemplo acima citado, no qual o domínio da paciência era o objetivo da alma, o mesmo espírito pode ser testado numa outra vida com a necessidade de cuidar por vários anos de uma pessoa entrevada num leito, sem poder sair e viver em liberdade.

Independentemente do objetivo encarnatório, o homem sempre conserva seu livre-arbítrio: ele pode ou não seguir suas determinações. A desistência em alcançar um objetivo significa perda de uma encarnação e dificuldade para reencarnar em outra oportunidade. É uma situação de atraso es­piritual que ocorre cada vez menos à medida que a cons­ciência do espírito vai se firmando.

Entre as razões para a falha no cumprimento de um ob­jetivo encarnatório estão as influências dos espíritos nega­tivos, que tentam a alma com as mais diversas ilusões de satisfação e felicidade eternas, longe dos sacrifícios en­contrados ao trilhar o caminho de um crescimento sadio.

Mas, então, só se cresce por meio da dor? A vida tem que ser uma sequência de padecimentos contínuos? Claro que não! É importante afastar a idéia de que só se consegue superar uma dificuldade por meio de muito sofrimento. To­dos os objetivos encarnatórios trazem em si a capacidade de realizar na mesma vida em que se aprende a lição que eles encerram a transmutação das energias negativas em positi­vas. Isso se faz com vontade firme de agir e serviço, muito serviço, principalmente pelo próximo. O trabalho que era uma expiação pode tornar-se fonte de riquezas materiais e de sucesso. Os relacionamentos familiares e afetivos con­flituosos passam a ser, depois de bem trabalhados, razão de felicidade e harmonia. A saúde frágil é restabelecida quan­do há envolvimento com uma missão e o indivíduo aprende a perdoar. Assim caminhamos, sempre, mas um degrau por vez.

A partir do livro "Como enfrentar situações de perda", de Celina Fioravanti
Imagem : Untitled blue

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