domingo, 20 de setembro de 2009

JÁ VI ESSA CENA... JÁ ESTIVE AQUI ANTES !

Quantos de nós já tiveram a sensação de ter estado em determinado lugar ou vivido uma situação que se repete, como no replay de um filme? Esta é uma questão frequente, levantada especialmente por leitores que chegam ao blog pela primeira vez e que buscam uma resposta, não familiarizados com o espiritismo. Dia desses, lendo o relato do jornalista Luciano Pires, conhecido por suas explorações pelo mundo, vi que tinha um material interessante a ser compartilhado.

Luciano conta que quando tinha 10 ou 12 anos, quando morava em Bauru (SP), teve um sonho do qual não se lembra detalhes, apenas a nítida e impactante visão de uma vila na encosta de uma montanha, com gramados verdes e casinhas. Algo inesperado de se encontrar na encosta de uma montanha. Já com espírito aventureiro, achou que a cena era no Tibet e que um dia eu iria até lá. Depois disso o Tibet passou a ter um significado especial para o jornalista, mas só depois de trinta anos, aos 44 anos de idade, realizou a aventura de caminhar até o campo base do Everest em 2001. E logo no início da caminhada teve uma surpresa que o deixou sem fôlego.

Já caminhando na trilha, a cerca de 2.600 metros de altitude, próximo da vila de Pahkding, observou na encosta de uma das montanhas uma pequena vila com a vegetação verde parecendo gramados. E as casinhas. Era exatamente aquele sonho de 30 anos atrás. Era a vila de seu sonho! Entre 12 e 15 casinhas tendo em frente um gramado com a característica local: a grama, ou seja lá o que fosse aquela vegetação verde, disposta em platôs como uma grande escada. “Mas o mais interessante — contou em seu diário de viagem ¬— foi que, assim que entrei na trilha tive uma sensação estranha. Eu sabia que ia ter a visão de meu sonho. A cada curva, esperava por ela. Não me pergunte a razão, era aquela intuição, sabe? Depois descobri que aquela era a vila de Chourikharka, onde moravam dois dos sherpas que nos acompanharam e com os quais mais me identifiquei”.

Neste momento, muitos estarão recordando de uma sensação semelhante. E isto é comum, ou mesmo absolutamente rotineiro, se considerarmos a vida como uma etapa de várias vidas, com pessoas e locais diferentes. Émile Boirac, um francês que viveu entre 1851 e 1917, foi quem utilizou pela primeira vez um termo para designar essa sensação: déjà vu, que quer dizer “já vi” em francês. O termo déjà vu implica em uma sensação de passado: já vi essa cena, esse lugar... Já estive aqui antes. Se assumirmos que o déjà vu é uma recordação, então temos que acreditar que já estivemos por ali antes, que já vivemos a mesma situação antes.

Para aqueles que não acreditam em reencarnação, a ciência explica que tal sensação vem de uma experiência original que não foi completamente codificada. Um acontecimento, um som, uma visão, um cheiro no presente podem ativar um fragmento de recordação daquele acontecimento do qual temos apenas uma vaga memória. Outra explicação é fisiológica: uma ação neuroquímica no cérebro dispararia lembranças de algo que jamais aconteceu, mas que parece ser familiar. A ciência tenta explicar, mas como ressalta Luciano Pires, “é muito mais interessante imaginar que você já esteve em outra vida ou que de alguma forma você viu o futuro. Às vezes a ciência pode ser muito sem graça.”

Concordo com ele, mas os leitores, convencidos ou não da reencarnação, devem levar em conta que existem situações ainda não analisadas convincentemente pela ciência. Principalmente quando se trata de recordações infantis, quando as influências de amigos, parentes e da sociedade pouco influenciam nos sonhos e lembranças. O exemplo mais convincente e intrigante do que quero dizer é o relato do livro “A Volta” (Editora BestSeller, 320 págs, R$.19,90) , de que já tratamos recentemente.

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