terça-feira, 12 de maio de 2009

ESPIRITISMO NÃO SE CONFUNDE COM APOMETRIA

O médico carioca residente em Porto Alegre, José Lacerda, desde os anos 50, espírita que era então, começou a realizar numa pequena sala do "Hospital Espírita de Porto Alegre", chamada "A Casa do Jardim", atividades mediúnicas normais. Com o tempo ele recebeu instruções dos espíritos e realizou investigações pessoais que desaguaram em um movimento ao qual ele deu o nome de Apometria. Não irei entrar no mérito nem no estudo da apometria porque eu não sou apometra, eu sou espírita o que posso dizer é que a apometria, segundo os apometras, não é espiritismo. Porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de "O Livro dos Médiuns".

Não examinaremos aqui o mérito ou demérito porque eu não pratico a apometria, mas segundo os livros que tem sido publicados, a apometria, segundo a presunção de alguns, é um passo avançado do movimento Espírita no qual Allan Kardec estaria ultrapassado. Allan Kardec foi a proposta para o século XIX e para parte do século XX e a apometria seria o degrau mais evoluído. Tese com a qual, na condição de espírita, eu não concordo em absoluto.

Na prática e nos métodos de libertação dos obsessores a violência que ditos métodos apresenta, a mim, a mim pessoalmente me parecem tão chocantes que fazem recordar-me da Lei de Talião que Moisés suavizou com o Código Legal e que Jesus sublimou através do amor. Quando as entidades são rebeldes os doutrinadores depois de realizarem uma contagem cabalística ou de terem o gestual muito específico expulsam pela violência esse espírito para o que chamam de magma da Terra. O colocam, mentalmente, em cápsulas espaciais e disparam para o mundo da erraticidade.

Não iremos examinar a questão esdrúxula desse comportamento, mas se eu, na condição de espírito imperfeito que sou, chegasse desesperado num lugar pedindo misericórdia e apoio na minha loucura, e outrem, o meu próximo, me exilasse para o magma da Terra, para eu experimentar a dureza de um inferno mitológico ou ser desintegrado, eu renegaria àquele Deus que inspirou esse adversário da compaixão. Com qual autoridade? Quando Jesus disse que o seu reino é dos miseráveis.

A Doutrina Espírita centraliza-se no amor e todas essas práticas novas, das mentalizações, das correntes mento-magnéticas, psico-telérgicas para nós espíritas merecem todo respeito, mas não tem nada a ver com espiritismo. Seria o mesmo que as práticas da Terapia de Existências Passadas nós realizarmos dentro da casa espírita ou da cromoterapia ou da cristalterapia, fugindo totalmente da nossa finalidade. A Casa Espírita não é uma clínica alternativa, não é lugar onde toda experiência nova vai colocada em execução. Tenho certeza de que aqueles que adotam esses métodos novos, primeiro, não conhecem as bases Kardequianas.

Então se alguém prefere a apometria, divorcie-se do Espiritismo. É um direito! Mas não misture para não confundir. A nossa tarefa é de iluminar, não é de eliminar. O espírito mau, perverso, cruel é nosso irmão na ignorância. Então os espíritos perversos merecem nossa compaixão e não nosso repúdio. Coloquemo-nos no lugar deles. Que sejas como conosco quando nós éramos maus e ainda somos aqui com nós. Basta que alguém nos pise no calcanhar ou nos tome aquilo que supomos que é nosso, para ver como irrompe a nossa tendência violenta e nós nos transformamos de um para outro momento.

Não temos nada contra a Apometria, as correntes mento-magnéticas, aquelas outras de nomes muito esdrúxulos e pseudo-científicos. Não temos nada. Mas como espíritas, nós deveremos cuidar da proposta Espírita. E da minha condição de Espírita, os resultados tem sido todos colhidos da árvore do amor e da caridade. Não entrarei no mérito dos métodos, que são bastante chocantes para a nossa mentalidade espírita, que não admite ritual, gestual, gritaria, nem determinados comportamentos, porque a única força é aquela que vem de dentro. Para esta classe de espíritos são necessários amor, caridade e oração.

Divaldo Franco
Trecho de depoimento à Rádio Boa Nova (Agosto/2001)
Imagem: curso de apometria em São Paulo (fevereiro de 2008)

7 comentários:

Andrei Sanches disse...

Bom dia. Lamento este pensamento. Kardec jamais nos orientou fecharmos a mente para novos estudos e pesquisas na área científica, espiritual, etc.
Este pensamento é absolutamente contrário ao que Kardec nos ensinou.
Divaldo, com todo o respeito, fala de muitas coisas que também não estão na codificação, como o caso das crianças índigo, etc...
Então porque dizer que precisa-se "divorciar" do espiritismo (até parece padre falando de esconhunhão da igreja!) se quiser ser adepto à Apometria.
Muito lamentável.

C.F.L.M disse...

Infelizmente as pessoas que comentam sobre assuntos que não dominam, acabam falando apenas o que "ouviu" ou um comentário maldoso de alguém.
Estou estudando a apometria e sou Reikiana, posso falar com ABSOLUTA CERTEZA QUE A APOMETRIA É FEITA PARA O BEM E PARA A CURA.
É UM MÉTODO MUITO EFICAZ E BENÉFICO PARA AQUELES QUE SOFREM!
Como em qualquer outro tratamento, depende das vibrações e a inteção que a pessoa tem para com o próximo.

Cris disse...

Meu Deus,como tudo que inova tras uma certa resistencia ,era por se esperar que isso viesse a ocorrer.Antes de conclusoes infundadas sem o devido conhecimento devemos nos inteirar do assunto e nos surpreenderemos de como ele é executado .O ambiente é o mais amoroso possivel,a sensaçao é de extremo bem estar,não se ouve gritos de revolta, de medo, nem muito menos espiritos irmaos nossos sendo enviados a erraticidade .Puro mito. Todos são socorridos, de acordo com a situaçao em que se encontram,pelos Bons Espiritos, trabalhadores do PAI e nós por acrescimo de sua misericordia e por nosso merecimento aliviados em nossas dores.

Kátia Maia disse...

Acho muito importante esses esclarecimentos tanto para dissipar dúvidas quanto para trazer a discussão para a obra de Kardec. Precisamos estudar mais e especular menos. Um abraço. Kátia Maia

Sérgio Guimarães disse...

Olá Grace!
Já passei por problema igual ao seu e muito me afligia. Evitava falar do assunto com receio que me tomassem por louco e me fizessem internar em manicômio (Afinal, historicamene era o tratamento que se dava a quem passava por qualquer fenômemo paranormal). Parecia acontecer quando passava da vigília para o sono. De repente, zás! Era como se tomasse um golpe e pronto! Ficava com o corpo enrijecido, sem conseguir um movimento sequer, zumbidos forts nos ouvidos, mas plenamente lúcido. Não sei dizer quanto tempo transcorria até que conseguia movimentar os pés. Iniciava então um movimento continuo e acelerado até que voltava o movimento o corpo.
Há menos de três anos eu vim a saber do que se trata. O nome é "catalepsia projetiva". Ocorre quase sempre no momento em que o espírito volta ao corpo, depois de ter se desdobrado por ocasião do sono (Afinal, todo espírito se desdobra do corpo quando dorme o corpo físico). É o momento de ajuste de frequência entre o espírito e o seu corpo físico. Você pode colher mais informações no grupo Viagem Astral, do yahoo.
Espero ter ajudado.
Saudações
Sérgio

Anonymous disse...

O texto acima fala de amor e caridade, mas imputa ao interessado em apometria o divórcio do espiritismo... puro exercício de preconceito.
Um texto infeliz e contraditório sem base alguma tanto de apometria quanto de espiritismo.
Chamar um outra doutrina de esdruxula e no mesmo texto falar do amor de Jesus, denota ignorância religiosa.
Senhor Divaldo, tens muito o que aprender sobre espiritismo. Leia mais o evangelho, exercite mais a compaixão e a tolerância.

Anonymous disse...

trabalho há muitos anos tanto com a apometria quanto com a corrente magnética, nunca presenciei fatos ou tratamentos, sequer deseducados com os espíritos. O que sempre ví e pratico toda a semana, ao longo de mais de dez anos, é feito com muito amor e humildade. Ímensuráveis benefícios a encarnados e desencarnados foram verificados e comprovados, centenas de curas... Tudo com muito amor, e com total fundamentação no ensinamento do mestre Jesus. Aos críticos, e dentre eles, o nosso queridíssimos Divaldo P. Franco (que discorreu sobre assunto que não conhece - e deixou isso bem registrado - e por isso mesmo não devia colocar toda a sua liderança espiritual em risco)uma só palavra: Kardec foi muito mais realista e sério e aberto, do que seus "vigilantes", que teimam em não aceitar novos conhecimentos, mesmo que estes tenham todo embasamento teórico e prático. Que o amor de Jesus nos ilumine a todos.
Getúlio